Dedicado à conscientização sobre o câncer de pulmão, o mês de agosto traz também um alerta importante quanto ao uso do cigarro, apontado como a causa de morte mais evitável no mundo. Além de estar associado a doenças como acidente vascular encefálico (AVE), infarto, enfisema e bronquite, o hábito é considerado o principal fator de risco para a neoplasia de pulmão.
Um levantamento nacional promovido pela Fundação do Câncer mostra que a maior parte dos pacientes com este tipo de tumor são ou já foram fumantes, sendo 86% dos casos em homens e 72% em mulheres.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil deve registrar, anualmente, mais de 32 mil novos casos de câncer de traqueia, brônquios e pulmão até 2025. Já em Ribeirão Preto, de acordo com os dados da Secretaria Municipal da Saúde, em 2023, foram realizados mais de 2.800 atendimentos relacionados à doença na cidade.
SINTOMAS E PREVENÇÃO
Os principais sintomas de alerta relacionados ao câncer de pulmão são ligados ao aparelho respiratório, como tosse persistente – podendo ou não ser com sangue –, dor no peito, rouquidão, falta de ar, cansaço, pneumonia recorrente, perda de peso e de apetite.
Segundo Carlos Fruet, oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto, parar de fumar é a forma mais eficaz de se prevenir contra o câncer de pulmão. “Manter uma rotina alimentar saudável, praticar atividade física constante e evitar a exposição a agentes químicos também podem contribuir com a prevenção da doença”, conclui.
O oncologista alerta ainda, para a recomendação do rastreio do tumor através da realização da Tomografia de Tórax para pessoas acima de 55 anos, que fumam ou fumaram o equivalente a 1 maço de cigarro ao dia por 30 anos ou mais.
CIGARRO ELETRÔNICO
Usado como um substituto do cigarro tradicional, o dispositivo eletrônico, também conhecido como vape, tem atraído principalmente os jovens. Embora a venda do produto seja proibida no Brasil desde 2009 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a comercialização ocorre de maneira ilegal e em larga escala.
Uma pesquisa da Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, constatou que um a cada cinco jovens brasileiros consomem cigarros eletrônicos. O levantamento revela que o dispositivo é mais popular entre pessoas de 18 a 24 anos.
De acordo com o oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto, o vape contém substâncias tóxicas – assim como os cigarros tradicionais – e também a nicotina, que geram dependência e são prejudiciais à saúde. “No vapor liberado pelo dispositivo, é possível encontrar elementos como chumbo, propilenoglicol, glicerol, acetona, sódio, alumínio, ferro, entre outros”, detalha.
Carlos Fruet chama a atenção para os sabores e os aromas do dispositivo, que acabam mascarando e tornando os riscos invisíveis aos usuários. “A preocupação maior é com os jovens, já que o hábito se tornou modismo entre eles. Os danos não podem ser totalmente medidos, mas estamos caminhando para um retrocesso no combate ao tabagismo”, conclui.