Mapa apreende 10,5 toneladas de arroz adulterado em supermercado na região de Ribeirão

Em uma operação de fiscalização de rotina no final de outubro, fiscais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apreenderam cerca de 10,5 toneladas de arroz em um supermercado em Araraquara, SP. A carga, composta por 2.119 pacotes de 5 quilos, foi encontrada fora dos padrões estabelecidos, sendo encaminhada para reprocessamento na indústria.

Embora as embalagens indicassem que o arroz era do tipo 1 e classe longo fino, uma análise dos fiscais revelou que o produto era, na verdade, do tipo 3. A inspeção também detectou um alto índice de grãos quebrados e quireras (grãos defeituosos), representando 24,59% do peso total. Esse valor é mais de três vezes superior ao limite permitido de 7,5% para o tipo 1, conforme regulamentação de 2009. Tal irregularidade configura uma fraude ao consumidor.

A responsabilidade pela adulteração recai sobre a empresa que embalou o arroz, uma companhia do Rio Grande do Sul, que já possui histórico de infrações registradas. O Mapa ainda não divulgou o nome da empresa, mas isso ocorrerá somente após o término do processo administrativo, no qual a empresa terá direito à defesa e poderá solicitar análise pericial.

Se a irregularidade for confirmada, a empresa será obrigada a substituir os lotes de arroz do tipo 3 pelos produtos do tipo 1, conforme exigido pela legislação. O Mapa orienta os consumidores que suspeitarem da qualidade de produtos agrícolas a fazer denúncias através da plataforma Fala BR, disponível no site oficial do governo (gov.br/agricultura).

Safra paulista 2023/24 tem alta nas produções de arroz e sorgo, mas outras culturas sofrem queda

A safra de grãos de 2023/2024 em São Paulo apresentou desafios, com uma produção total estimada em 8,92 milhões de toneladas, o que representa uma redução de 22,2% em comparação com a temporada anterior. As condições climáticas adversas, como ondas de calor e chuvas irregulares, foram os principais fatores responsáveis pela queda na produtividade de diversas culturas.

Apesar de um leve aumento de 0,4% na área plantada, que alcançou 2,63 milhões de hectares, a produtividade média das lavouras caiu significativamente, 22,5%, ficando em 3.396 kg/ha. Entre as exceções, as culturas de arroz e sorgo se destacaram com crescimento na produção.

O arroz registrou um aumento de 11,3% na produtividade, levando a uma produção total de 56,6 mil toneladas, enquanto o sorgo cresceu 8,1% em volume, com 400,9 mil toneladas, impulsionado principalmente pela expansão da área plantada.

Por outro lado, as culturas de algodão, amendoim, milho e soja sofreram perdas consideráveis. O amendoim viu sua produtividade cair 31,8%, o algodão teve uma redução de 23,3% na área plantada, e a produção de milho recuou 23,1%. A soja, também bastante afetada, registrou uma queda de 25,6% na produção total, mesmo com a área plantada estável em 1,3 milhão de hectares.

Os dados foram analisados pelo Departamento Econômico da Faesp, com base nas informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Preço vai baixar? Governo estabelece parceria com produtores para regular preços do arroz

O governo federal firmou um acordo com produtores e a indústria do arroz para acompanhar e regular os preços e o abastecimento do grão em todo o Brasil. O acordo foi formalizado na quarta-feira (03), com a presença dos ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário (MDA), Paulo Teixeira, além do presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto.

De acordo com Andressa Silva, diretora executiva da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), os compromissos incluem garantir uma oferta contínua de arroz e preços justos em toda a cadeia, além de manter estoques em centros consumidores e desenvolver alternativas para garantir o abastecimento em áreas mais vulneráveis.

Como parte do acordo, o governo se comprometeu a não realizar leilões para importação do grão, apesar da medida provisória que permite essas importações ainda estarem em vigor até setembro. “O Senado prorrogou a medida provisória por mais 60 dias, portanto, a possibilidade de leilão ainda existe. Contudo, com o novo compromisso, esperamos não precisar recorrer a essa opção”, explicou o presidente da Conab em um vídeo publicado em suas redes sociais após o acordo.

Alexandre Velho, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), ressaltou que a abertura de diálogo com o governo foi crucial para esclarecer questões do mercado de arroz. “Discutimos os grandes riscos de continuar com a ideia de importações massivas ou a realização de leilões, o que poderia criar insegurança no setor e ameaçar a área plantada para a próxima safra. Vamos orientar os produtores para que abasteçam a indústria e garantam a estabilidade no fornecimento ao consumidor”, disse Velho.

COMO SERÁ FEITO O MONITORAMENTO?

Durante a reunião, foi decidido que a Câmara Setorial do Arroz estabelecerá um grupo de trabalho, em colaboração com a Conab, para acompanhar o mercado do grão. A Câmara Setorial, um órgão consultivo do Ministério da Agricultura composto por entidades do setor privado, realizará levantamentos semanais de preços. Se forem identificadas altas, a Conab comunicará a Câmara Setorial, que mobilizará o setor produtivo e a indústria para corrigir a situação.

O governo, através do Ministério da Agricultura (Mapa), do MDA e da Conab, trabalhará em conjunto com o setor para manter o arroz a preços acessíveis para o consumidor. “Em caso de aumento dos preços do arroz, serão tomadas medidas para controlar a situação”, afirmou o presidente da Conab.

Governo libera R$ 6,7 bilhões para garantir arroz para população

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, na última sexta-feira, 24 de maio, a Medida Provisória (MP) nº 1.225/2024, que autoriza a compra pública, pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), através da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de arroz beneficiado importado. Os estoques adquiridos serão destinados à venda direta para mercados de vizinhança, supermercados, hipermercados, atacarejos e outros estabelecimentos comerciais com ampla rede de pontos de venda nas regiões metropolitanas.

Ao todo, foram liberados R$ 7,2 bilhões para a compra de até 1 milhão de toneladas de arroz estrangeiro que serão comercializadas com a logomarca do Governo Federal e chegarão ao consumidor com o preço tabelado de R$ 4 por quilo. O objetivo é garantir que o cereal chegue diretamente ao consumidor final, assegurando o abastecimento alimentar em todo o território nacional, que pode ser afetado pela tragédia climática no Rio Grande do Sul. O estado é responsável pela produção de 70% do arroz consumido no Brasil.

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, destacou a importância desta iniciativa. “Esta medida provisória é um passo crucial para garantir a segurança alimentar de todo o povo brasileiro”, afirmou.


*Com informações da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

Vai faltar arroz no Brasil? Saiba a situação do produto

Produtores de arroz e supermercados asseguram que não há ameaça de falta de arroz no Brasil, mesmo diante das enchentes no Rio Grande do Sul, responsável por 70% da produção nacional. Federarroz e ABRAS tranquilizam a população, destacando que a colheita até o momento está em 83% da área prevista e que a qualidade do arroz é boa, garantindo o abastecimento.

Para prevenir qualquer especulação e garantir o fornecimento contínuo do produto, o governo federal publicou uma medida provisória autorizando a importação de até 1 milhão de toneladas de arroz. A Conab será responsável por importar o produto por meio de leilões públicos, priorizando pequenos varejistas das regiões metropolitanas. Embora haja dificuldades logísticas devido às enchentes, a ligação com os grandes centros do país está normal, garantindo o transporte do arroz.

*Com informações de Agência Brasil