A Caixa Econômica Federal efetuou o pagamento da parcela de outubro do novo Bolsa Família, beneficiando aqueles com Número de Inscrição Social (NIS) terminando em 7. Este mês, o programa incluiu um adicional especial denominado Benefício Variável Familiar Nutriz, com o propósito de auxiliar mães com bebês de até seis meses de idade. Esse adicional consiste em seis parcelas de R$ 50, destinadas a garantir a alimentação adequada para as crianças.
O novo incremento no programa elevou o valor médio do benefício do Bolsa Família para R$ 688,97, impactando positivamente 21,45 milhões de famílias e resultando em um desembolso de R$ 14,67 bilhões. Essas mudanças representam a conclusão da implementação do novo Bolsa Família, que também envolve a integração dos dados do programa com o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), permitindo um melhor controle e garantindo que o benefício chegue a quem realmente necessita. Essa medida possibilitou o cancelamento de famílias que não se enquadravam mais nas regras do programa e a inclusão de outras, fortalecendo o apoio social. Além disso, o sistema permitiu que as parcelas desbloqueadas fossem automaticamente creditadas na conta bancária dos beneficiários, tornando o acesso aos recursos mais eficiente e ágil.
A Caixa Econômica Federal informou que já renegociou mais de R$ 51 milhões em dívidas nos três primeiros dias do programa Desenrola Brasil. Foram mais de 22 mil clientes atendidos pelo banco público e 10 mil contratos fechados. Ainda há espaço para aumentar o número de renegociações uma vez que a Caixa informa que tem 13 milhões de clientes com dívidas.
Segundo a presidente da Caixa, Rita Serrano, o acesso à página do banco na internet subiu de 69 mil acessos diário para mais de 1 milhão “e a maioria procurando informações do desenrola”.
Rita Serrano acrescentou que o banco ampliou de 96 para 120 meses o prazo máximo para o pagamento das prestações da renegociação, o que dá dez anos. “As pessoas terão duas opções. Elas podem fazer a quitação da dívida com 90% de desconto ou elas podem parcelar isso em 120 meses”, explicou a presidente, que visitou uma agência da Caixa no Guará, região administrativa do Distrito Federal (DF).
“Estamos abrindo todas as agências do país uma hora mais cedo e inclusive temos um caminhão-agência em Santos [SP] em local estratégico para atender. Então há uma expectativa nossa de ter um público grande para renegociar dívida”, completou.
Presidente da Caixa, Rita Serrano fala com jornalistas sobre o Desenrola Brasil – Joédson Alves/Agência Brasil
A agência do DF visitada pela presidente da Caixa ainda estava vazia no início da manhã desta sexta-feira (20). As pessoas endividadas com as quais a reportagem da Agência Brasil conversou informaram que precisam conhecer melhor o programa antes entrar com o pedido de renegociação. A trabalhadora doméstica Nalva Frazão Muniz comentou que a oportunidade é boa, mas que precisa estudar a proposta melhor. “Eu estou com nome sujo, também preciso limpar”, disse.
Oportunidade e riscos
O programa criado pelo governo federal visa renegociar dívidas de pessoas com nome negativado na tentativa de reativar o consumo no país e estimular a economia. O economista Arthur Wittenberg, do Instituto Brasileiro de Mercados de Capitais (Ibmec), opina que o programa traz oportunidades para as pessoas e para as empresas, uma vez que os consumidores podem voltar a tomar crédito, estimulando a produção de bens e serviços no Brasil.
“O aumento do consumo pode levar as empresas a expandirem sua produção para atender à demanda crescente e essa expansão dos negócios pode resultar em uma maior necessidade de mão de obra, contribuindo para a geração de empregos no país”, explicou.
Wittenberg ponderou, contudo, que há o risco de um novo superendividamento das famílias, o “que pode colocar essas pessoas de volta na mesma condição em que estão atualmente”. Sobre o prazo de 120 meses oferecido pela Caixa, o economista diz que grande parte dos endividados prefere alongar a dívida, mesmo pagando mais juros.
“Pense em alguém que ficou com o orçamento mais apertado em função de uma despesa inesperada ou que perdeu o emprego ou mesmo alguém que não consegue fechar as contas no curto prazo. Vai preferir isso [prazo mais longo]. Nesse caso, o risco para as pessoas é ir alongando muito e contratando outras dívidas. Em dez anos, podem ocorrer diversas alterações na renda das pessoas”, ponderou.
Matéria alterada às 14h43 para correção. Diferentemente do informado, nos três primeiros dias do programa Desenrola Brasil, foram renegociados mais de R$ 51 milhões em dívidas e 10 mil contatos foram fechados.