Chás têm ação anti-inflamatória? Veja o que dizem os especialistas

Especialistas explicam como os chás podem ajudar na inflamação, mas alertam: não substituem tratamento médico

O consumo de chás é uma prática milenar associada à saúde, mas surge a dúvida: eles realmente ajudam a combater a inflamação? Segundo especialistas, embora possuam compostos bioativos com ação anti-inflamatória, os chás não substituem tratamentos médicos. Eles funcionam como aliados, desde que combinados com alimentação equilibrada e estilo de vida saudável.

“Ao serem utilizados como coadjuvantes, os chás podem ajudar, mas não substituem terapias médicas”, alerta a médica nutróloga Isolda Prado, da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). A especialista reforça que os efeitos variam de acordo com o perfil de cada pessoa, além dos hábitos alimentares e do preparo correto das ervas.

A inflamação, segundo a endocrinologista Carolina Janovsky, da Unifesp, é uma resposta natural do organismo, mas se torna um problema quando fica crônica. Fatores como má alimentação, estresse, sedentarismo, excesso de álcool, tabagismo e poluição estão entre as principais causas da inflamação persistente, que pode gerar doenças como obesidade, diabetes e problemas cardiovasculares.

Entre os chás com maior potencial anti-inflamatório estão o de camomila, que tem efeito calmante e leve redução de inflamação; chá verde e chá preto, ricos em catequinas, que atuam na inflamação sistêmica e na saúde do coração; além de chá de hortelã e erva-doce, que ajudam na saúde digestiva e no alívio de desconfortos abdominais. Apesar de populares, gengibre e cúrcuma não são autorizados pela Anvisa para consumo em forma de chá, apenas como especiarias.

Estudos apontam que o consumo regular desses chás auxilia na modulação da microbiota intestinal e na redução de marcadores inflamatórios. No entanto, a nutricionista Patrícia Berilli faz um alerta: “Nem todo chá é medicinal. No Brasil, só os fitoterápicos podem ter alegações terapêuticas. Se usados corretamente, eles podem ajudar, mas não substituem tratamento médico”.