Queda da aeronave na Índia deixa 279 mortos e um único sobrevivente; especialistas comentam fatores do acidente e segurança a bordo
Na última quinta-feira (12), um Boeing 787, que partiu lotado de Ahmedabad, na Índia, com destino a Londres, caiu após menos de um minuto de voo. O acidente devastador resultou na morte de 279 pessoas, entre passageiros e pessoas em terra, e um único sobrevivente: Ramesh Vishwashkumar, que escapou ileso do desastre. “Por um momento, achei que também ia morrer. Mas, quando abri os olhos e percebi que estava vivo, tentei destravar o cinto e sair dali”, relembra o passageiro, ainda hospitalizado.
O comandante Lotário Kieling, piloto experiente com 40 anos na aviação, aponta dúvidas técnicas que cercam a queda: “Por que o avião precisou percorrer toda a pista para decolar, quando metade dela já seria suficiente?”, questiona. Ele destaca também o mistério do trem de pouso que permaneceu abaixado após a decolagem e especula sobre o possível erro dos pilotos em recolher os flapes, partes essenciais para a sustentação da aeronave. “Eu vi isso em simulador mais de uma vez, durante estresse, durante tensão. O piloto errar”, afirma Kieling.
Outro ponto intrigante é a ativação de um equipamento de emergência chamado R.A.T. (Ram Air Turbine), que surge em imagens dos últimos segundos do voo. “Esse gerador eólico é utilizado em casos extremos, como perda total de energia elétrica ou pane simultânea dos motores”, explica o comandante. Apesar das hipóteses, ele ressalta que ainda é cedo para afirmar as causas do acidente.
Sobre a questão da segurança dentro do avião, Kieling comenta: “Geralmente, o lugar mais seguro é a cauda, porque as chamas e o impacto tendem a comprometer a parte dianteira da aeronave, enquanto a cauda costuma permanecer mais preservada.” Contudo, ressalta que cada acidente tem suas particularidades, e que no caso deste voo da Air India, o sobrevivente estava na poltrona 11A, perto das asas, uma área considerada de risco por conter os tanques de combustível.
A história de Ramesh se soma a outros relatos impressionantes de sobreviventes de grandes tragédias aéreas, como o goleiro Alan Ruschel, da Chapecoense, e Antonio Vizintín, dos Andes. “Acho que é tudo acaso, uma questão de sorte”, pondera Vizintín, afastando explicações místicas. A sobrevivência e as causas do acidente do Boeing 787 seguem sob investigação, e só o tempo trará respostas definitivas.
Matéria elaborada com informações do Fantástico.