A população indígena em Ribeirão Preto aumentou de 565 pessoas em 2010 para 594 em 2022, um crescimento de 5,13%, segundo dados do Censo Demográfico 2022 do IBGE. Atualmente, os indígenas representam 0,08% dos 728.400 habitantes da cidade e residem exclusivamente na área urbana, em 29 domicílios. No levantamento anterior, três pessoas ainda viviam na zona rural.
Em nível nacional, mais da metade dos indígenas (53,97%) vive em áreas urbanas, totalizando 914.746 pessoas. Esse grupo enfrenta maiores dificuldades em relação à média da população urbana, como menor acesso a saneamento básico e destinação adequada de lixo. Apenas 59,24% dos indígenas em áreas urbanas têm acesso a esgoto tratado, em comparação com 83,05% da média nacional urbana.
O perfil demográfico dos indígenas urbanos revela uma população mais velha e com predominância feminina, enquanto os indígenas em áreas rurais são mais jovens e apresentam uma proporção maior de homens em relação às mulheres. A idade mediana dos indígenas urbanos é de 32 anos, contra 18 anos dos rurais.
Apesar de avanços no reconhecimento de terras indígenas, grande parte das comunidades indígenas urbanas enfrenta precariedades. A taxa de domicílios indígenas sem água canalizada, por exemplo, é 3,7 vezes maior do que a média da população urbana brasileira. Além disso, 5,83% dos indígenas urbanos lidam com destinação inadequada de lixo, quatro vezes a média nacional.
O IBGE identificou 8.568 localidades indígenas em todo o Brasil, das quais 71,55% estão em terras reconhecidas. A Região Norte concentra a maior parte da população indígena do país, com 753.780 pessoas e 60,20% das localidades identificadas. Estados como Amazonas, Mato Grosso e Pará lideram em número de comunidades indígenas reconhecidas.
Os dados destacam a necessidade de políticas públicas que melhorem as condições de vida da população indígena urbana, especialmente em saneamento e habitação, e preservem a identidade cultural desses povos mesmo fora das terras tradicionais.