Após o recesso parlamentar em janeiro, a Câmara Municipal de São Paulo está prestes a instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar Organizações Não Governamentais (ONGs) na região da Cracolândia. O requerimento para a criação da CPI já foi protocolado, visando analisar ONGs que fornecem alimentos, utensílios para uso de substâncias ilícitas e tratamento aos usuários na área. O vereador Rubinho Nunes, autor da proposta, foca na atuação do padre Julio Lancellotti e do movimento A Craco Resiste, alegando que alguns indivíduos lucram politicamente com a situação caótica na Cracolândia.
A proposta gerou controvérsias, sendo contestada pelo líder do PT na Câmara, vereador Senival Moura, que a vê como uma tentativa de cercear vozes críticas. A vereadora do PT, Luna Zarattini, protocolou uma denúncia contra Rubinho Nunes na Corregedoria da Câmara. Em resposta, o padre Julio Lancellotti, alvo principal da CPI, destacou não pertencer a nenhuma ONG vinculada ao Poder Público Municipal. O movimento A Craco Resiste afirmou não ser uma ONG, mas um projeto de militância contra a opressão na região da Cracolândia.