Maduro antecipa o Natal na Venezuela para 1º de outubro; entenda

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na segunda-feira (02) que a celebração do Natal será antecipada para o dia 1º de outubro deste ano. O anúncio foi feito durante seu programa de televisão, Maduro +.

“Está chegando setembro e eu digo que setembro já tem cheiro de Natal. Por isso, neste ano, em homenagem a vocês, em agradecimento a vocês, vou decretar que o Natal seja antecipado para 1° de outubro. O Natal chegou com paz, felicidade e segurança”, declarou Maduro em seu programa Maduro+.

A antecipação do Natal é vista por muitos como uma estratégia de Maduro para desviar a atenção das crescentes tensões políticas e econômicas no país.

A decisão foi anunciada no mesmo dia em que o Ministério Público venezuelano, sob a liderança do procurador-geral Tarek William Saab, que é um aliado próximo de Maduro, emitiu um mandado de prisão contra Edmundo González, o principal candidato da oposição.

Lula ainda não reconhece Maduro como presidente eleito da Venezuela

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira (15), que ainda não reconhece o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, como vitorioso nas eleições realizadas no dia 28 de julho no país. “Ainda não. Ele [Maduro] sabe que está devendo uma explicação para a sociedade brasileira e para o mundo”, disse Lula ao ser questionado se reconhecia o resultado do pleito.

O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela declarou Maduro reeleito com 51,21% dos votos. O principal candidato opositor, Edmundo González Urrutia obteve 44,2% dos votos. A oposição e várias nações questionam a legitimidade da vitória e cobram transparência no processo, incluindo o Brasil, com a divulgação das atas de cada uma das mais de 30 mil seções eleitorais.

“As urnas na Venezuela, quando você vota em uma máquina eletrônica como aqui, tem um tíquete; aquele tíquete é colocado em uma urna. Então, você tem o voto eletrônico e você tem a urna. O que nós queremos é que o Conselho Nacional que cuidou nas eleições diga publicamente quem é que ganhou nas eleições, porque até agora ninguém disse quem ganhou”, disse Lula em entrevista à Rádio T, em Curitiba, no Paraná.

“Tem que apresentar os dados, agora os dados têm que ser apresentados por algo que seja confiável. O Conselho Nacional Eleitoral, que tem gente da oposição, poderia ser, mas ele [Maduro] não mandou [as suas atas] para o conselho, ele mandou para a Justiça, para a Suprema Corte dele”, disse Lula, afirmando que não pode julgar a atuação da Suprema Corte de outro país.

O presidente brasileiro defendeu que seja estabelecido um governo de coalização no país vizinho, com participação da oposição, ou ainda, que novas eleições sejam convocadas. Maduro estará na Presidência até o dia 10 de janeiro de 2025, data marcada para que o vencedor do pleito assuma o novo mandato.

Lula ainda não falou com Maduro após o processo eleitoral na Venezuela. Ele e o presidente Venezuelano conversaram a última vez, por telefone, em junho, e antes, pessoalmente, durante a cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Kingstown, capital de São Vicente e Granadinas.

“Eu conversei pessoalmente com o Maduro antes das eleições dizendo que a transparência do processo eleitoral dele e a legitimidade do resultado eram o que iria permitir a gente continuar brigando para que fossem suspensas as sanções contra Venezuela”, lembrou Lula.

A Venezuela enfrenta, desde agosto de 2017, um bloqueio econômico internacional que limita o acesso ao mercado de crédito global e, desde janeiro de 2019, também ao mercado de petróleo e outros minerais.

Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil – Brasília

ELEIÇÕES VENEZUELA: Caracas protesta com panelaços após anúncio da vitória de Maduro

Na manhã desta segunda-feira (29), Caracas, a capital venezuelana, foi marcada por panelaços promovidos pela oposição, em reação ao anúncio de vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de domingo (28). O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE), dirigido por um aliado do presidente, afirmou que Maduro recebeu 51,2% dos votos, enquanto o principal adversário, Edmundo González, obteve 44%. Mais de 80% dos votos haviam sido apurados no momento do anúncio.

A diferença de votos entre Maduro e González foi de 704 mil. A última atualização dos resultados ocorreu na madrugada de segunda-feira, quando o site do CNE saiu do ar; portanto, os números finais ainda podem sofrer alterações.

Após a divulgação preliminar dos resultados, Maduro fez um discurso para seus apoiadores no Palácio de Miraflores, afirmando que sua reeleição representava uma vitória pela paz e estabilidade. “O povo disse paz, tranquilidade. Fascismo na Venezuela, na terra de Bolívar e Chávez, não passará”, declarou Maduro.

Caso os resultados sejam confirmados, Maduro, de 61 anos, continuará no cargo por mais seis anos, totalizando 17 anos de governo. Hugo Chávez, seu predecessor, governou o país por 14 anos até sua morte em 2013.

A oposição, que denuncia irregularidades no processo, afirma que Edmundo González obteve 70% dos votos, contra 30% de Maduro. Pesquisas de boca de urna indicavam uma vitória expressiva para González. Maria Corina Machado, líder da oposição impedida de concorrer, declarou: “Queremos dizer ao mundo que a Venezuela tem um novo presidente eleito e é Edmundo González”.