Incêndios e fumaça afetam Ribeirão Preto e regiões vizinhas; Inmet emite alerta de perigo potencial

Nesta terça-feira (06), a fumaça de incêndios obscureceu o sol em Ribeirão Preto, e várias cidades da região enfrentaram focos de fogo. Cruz das Posses, Jardinópolis, Sertãozinho e Pontal foram algumas das localidades afetadas. Em Orlândia, as chamas devastaram uma plantação de cana-de-açúcar, espalhando-se rapidamente e se aproximando de três bairros.

Felizmente, não houve feridos, e a extensão total dos danos ainda está sendo avaliada. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de risco para baixa umidade do ar em várias cidades da região. Este aviso pode ser estendido, dependendo das condições climáticas.

Para esta quarta-feira (07), a previsão é de que o tempo continue quente e seco, com possibilidade de novos incêndios. Em Ribeirão Preto, a temperatura deve variar entre 17ºC e 33ºC. Uma nova frente fria está prevista para chegar ao interior paulista somente na sexta-feira (09).

Brasil registra maior área queimada em 2023: 17,3 milhões de hectares

No ano de 2023, o Brasil testemunhou uma área devastadora de mais de 17,3 milhões de hectares consumidos por incêndios, revelando um aumento de 6% em comparação a 2022, quando 16,3 milhões de hectares foram impactados pelas chamas, conforme dados da plataforma Monitor do Fogo, do MapBiomas.

Essa vasta extensão queimada equivale a cerca de 2% do território nacional, superando o tamanho de estados como Acre ou Ceará. O ápice das queimadas ocorreu nos meses de setembro e outubro, totalizando 4 milhões de hectares atingidos.

O mês de dezembro de 2023 destacou-se, registrando 1,6 milhão de hectares queimados, a maior área para o mês desde 2019, início da série histórica. O MapBiomas aponta que o aumento, principalmente nas queimadas da Amazônia, está vinculado ao fenômeno climático El Niño, elevando temperaturas e tornando a região mais seca, condições propícias para a propagação do fogo.

A diretora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e coordenadora do MapBiomas, Ane Alencar, enfatiza que a redução de mais de 50% no desmatamento foi crucial para limitar a extensão afetada pelos incêndios na região. No entanto, os dados revelam que, em dezembro, a Amazônia foi o bioma mais impactado, com 1,3 milhão de hectares queimados, um aumento de 463% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em seguida, o Pantanal e o Cerrado apresentaram 102.183 e 93.939 hectares queimados, respectivamente.

No cenário estadual, o Pará liderou como a unidade federativa mais afetada em dezembro, com 658.462 hectares consumidos pelo fogo, seguido de Maranhão (338.707 hectares) e Roraima (146.340 hectares), representando um aumento de 572% na área queimada em comparação ao mesmo mês do ano anterior.

Quanto ao uso e à cobertura da terra, em 2023, as pastagens sofreram o maior impacto, correspondendo a 28% da área total queimada. As vegetações nativas de formação campestre e savânica contribuíram com 19% e 18%, respectivamente.