Dom Ilson Montanari,de Sertãozinho, pode ser o primeiro cardeal nomeado por Papa Leão XIV

Arcebispo de Sertãozinho atuou como secretário no conclave que elegeu o novo pontífice e segue tradição da Igreja

O arcebispo Dom Ilson de Jesus Montanari, natural de Sertãozinho (SP), está cotado para se tornar o primeiro cardeal nomeado pelo Papa Leão XIV. Ele atuou como secretário durante o conclave que escolheu o cardeal Robert Prevost como novo líder da Igreja Católica. Pela tradição vaticana, os papas recém-eleitos costumam elevar os secretários dos conclaves ao cardinalato, embora o convite possa ser recusado.

Dom Ilson também teve um papel simbólico e relevante na transição de papado, sendo uma das testemunhas que assinaram o documento oficial que confirmou Robert Prevost como Papa Leão XIV. A assinatura foi publicada pelo Vaticano nesta sexta-feira (9), juntamente com as de autoridades como os mestres de cerimônias pontifícios Marco Agostini e Maximiliano Matteo Boiardi, e o mestre de celebrações litúrgicas Diego Giovanni Ravelli.

Com forte ligação à região de Ribeirão Preto, Montanari foi ordenado bispo em 2013 por Dom Moacir Silva, arcebispo da Arquidiocese local. Sua atuação nos bastidores da Igreja tem sido cada vez mais reconhecida em níveis mais altos da hierarquia católica.

Caso aceite o convite, sua nomeação como cardeal reforça o papel estratégico do Brasil na cúpula da Igreja e amplia a representatividade latino-americana no Vaticano sob o novo papado.

Saiba qual será o salário do papa Leão XIV ao se tornar líder do Vaticano

Novo líder da Igreja Católica enfrenta desafios globais mantendo estilo simples de vida

Na última quinta-feira (8), o cardeal Roberto Prevost foi escolhido como o novo líder da Igreja Católica, adotando o nome de Leão XIV ao assumir o papado. Com essa decisão, ele não apenas se torna chefe espiritual de mais de um bilhão de católicos, mas também chefe de Estado do Vaticano, uma nação soberana com compromissos e deveres políticos, administrativos e financeiros.

Ao contrário do que muitos pensam, os papas não recebem um salário mensal. A curiosidade sobre a remuneração do líder da Igreja se intensificou durante o pontificado de Francisco, falecido em abril. No documentário “Amém: Perguntando ao Papa” (2023), ele respondeu com leveza: “Quando preciso de dinheiro para comprar sapatos ou algo assim, eu peço. Não tenho um salário, mas não me preocupo com isso, pois sei que serei alimentado de graça.”

Essa postura de simplicidade está enraizada na tradição da Igreja e remonta aos votos de pobreza feitos por Francisco ao ingressar na Companhia de Jesus. Porta-vozes do Vaticano já haviam esclarecido, desde os tempos de João Paulo II, que os pontífices não recebem remuneração fixa. Todas as despesas pessoais dos papas — como moradia, alimentação e cuidados médicos — são cobertas integralmente pela Santa Sé.

Além das responsabilidades espirituais e diplomáticas, Leão XIV também gerenciará fundos destinados à caridade, como o tradicional Óbolo de São Pedro (Peter’s Pence), utilizado para ajudar populações em situação de vulnerabilidade em diversas partes do mundo. Uma das últimas ações de Francisco foi a doação de meio milhão de dólares para ajudar migrantes no México.

A escolha de Leão XIV por seguir essa tradição reforça a mensagem central do papado: servir com humildade, compaixão e desapego material, como fez Jesus Cristo. Em um mundo marcado por crises humanitárias e desigualdades, a liderança do novo papa será desafiadora — mas guiada por princípios que transcendem o valor financeiro.

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Primeiro pontífice dos EUA assume liderança da Igreja Católica

A Igreja Católica tem um novo líder. Nesta quinta-feira (8), a tradicional fumaça branca subiu da chaminé da Capela Sistina, indicando a escolha do novo papa após quatro votações. O cardeal norte-americano Robert Francis Prevost foi eleito e adotará o nome de Leão XIV, tornando-se o primeiro pontífice dos Estados Unidos e o sucessor direto do Papa Francisco.

Com 69 anos, Prevost nasceu em Chicago, mas construiu boa parte de sua trajetória religiosa no Peru, onde atuou como missionário e bispo. Sua eleição exigiu o apoio de pelo menos dois terços dos 133 cardeais votantes – um total mínimo de 89 votos. Conhecido por seu perfil reservado e pelo compromisso com reformas na Igreja, ele já ocupava cargos importantes no Vaticano, como prefeito do Dicastério para os Bispos e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina.

Apesar de seu prestígio na Cúria Romana, Leão XIV também enfrentou desafios. Em 2023, foi envolvido em uma investigação sobre possíveis omissões em casos de abuso sexual envolvendo padres no Peru. Segundo a diocese local, ele seguiu todos os procedimentos exigidos pela Igreja. O caso ainda está sob análise do Vaticano.

O conclave que resultou na eleição de Leão XIV teve início na quarta-feira (7), um dia após os cardeais se reunirem oficialmente para as votações. As três primeiras rodadas, até a manhã de quinta, não produziram consenso — o que foi simbolizado pela emissão de fumaça preta. A decisão final foi tomada na quarta votação, encerrando um dos conclaves mais breves dos últimos tempos.