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45% das mulheres mostram algum tipo de transtorno mental, indica pesquisa

Foto: Pixabay
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O relatório “Esgotadas: empobrecimento, sobrecarga de cuidado e sofrimento psíquico das mulheres”, produzido pela ONG Think Olga, aponta que 45% das mulheres no Brasil foram diagnosticadas com ansiedade, depressão ou outros transtornos mentais após a pandemia de covid-19. A ansiedade afeta seis em cada dez mulheres. A pesquisa envolveu 1.078 mulheres, entre 18 e 65 anos, em todos os estados do país, durante maio de 2023. A margem de erro é de 3 pontos percentuais e o intervalo de confiança é de 95%.

Maíra Liguori, da Think Olga, afirmou que o relatório não surpreende pois reflete problemas já conhecidos, com as mulheres sobrecarregadas e cansadas. A maioria relata pouco acesso a cuidados específicos para os transtornos mentais e recorre a atividades físicas e religião para lidar com isso. Problemas financeiros e a dupla jornada são pressões significativas.

A pesquisa aborda o sofrimento feminino, desde sobrecarga de trabalho e insegurança financeira até cansaço mental e físico resultante da economia do cuidado, que inclui tarefas domésticas e de sustento da vida.

Finanças e equilíbrio entre vida e trabalho recebem baixas notas de satisfação. A vida financeira teve 1.4 e o equilíbrio entre áreas da vida teve 2.2. Ainda de acordo com a pesquisa, 48% das entrevistadas enfrentam apertos financeiros e 32% estão insatisfeitas com sua remuneração. Entre as classes D e E, 59% estão insatisfeitas com a situação financeira, e entre as pretas e pardas, essa insatisfação atinge 54%.

Em 38% dos lares, as mulheres são as principais provedoras, muitas vezes negras, da classe D e E, e acima de 55 anos. Apenas 11% das entrevistadas não contribuem financeiramente para suas famílias.

Em 2022, mulheres gastaram 21,4 horas semanais em tarefas domésticas e de cuidado, comparado com 11 horas dos homens. O relatório mostra que sobrecarga doméstica e excesso de trabalho foram a segunda maior causa de insatisfação, após preocupações financeiras.

A sobrecarga de cuidado é particularmente sentida pelas mulheres de 36 a 55 anos (57% cuidam de alguém) e pretas/pardas (50% cuidam de alguém).

86% das mulheres sentem uma carga pesada de responsabilidades, sendo maior entre mães solos e cuidadoras. A sobrecarga também é agravada por restrições financeiras, impactando a saúde mental.

26% das entrevistadas jovens afirmaram que os padrões de beleza prejudicam a saúde mental e 16% citaram medo de violência.

91% destacaram a importância da saúde emocional e 76% buscam prestar mais atenção à saúde mental, especialmente após a pandemia. Apenas 11% não cuidam da saúde emocional.

Nana Lima, co-diretora da Think Olga, enfatizou a necessidade de entender o impacto do cuidado e combater o tabu de discussões sobre saúde mental. Ações privadas, civis e públicas são cruciais para o futuro das mulheres.

Edição: Valéria Aguiar/Agência Brasil

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O relatório “Esgotadas: empobrecimento, sobrecarga de cuidado e sofrimento psíquico das mulheres”, produzido pela ONG Think Olga, aponta que 45% das mulheres no Brasil foram diagnosticadas com ansiedade, depressão ou outros transtornos mentais após a pandemia de covid-19. A ansiedade afeta seis em cada dez mulheres. A pesquisa envolveu 1.078 mulheres, entre 18 e 65 anos, em todos os estados do país, durante maio de 2023. A margem de erro é de 3 pontos percentuais e o intervalo de confiança é de 95%.

Maíra Liguori, da Think Olga, afirmou que o relatório não surpreende pois reflete problemas já conhecidos, com as mulheres sobrecarregadas e cansadas. A maioria relata pouco acesso a cuidados específicos para os transtornos mentais e recorre a atividades físicas e religião para lidar com isso. Problemas financeiros e a dupla jornada são pressões significativas.

A pesquisa aborda o sofrimento feminino, desde sobrecarga de trabalho e insegurança financeira até cansaço mental e físico resultante da economia do cuidado, que inclui tarefas domésticas e de sustento da vida.

Finanças e equilíbrio entre vida e trabalho recebem baixas notas de satisfação. A vida financeira teve 1.4 e o equilíbrio entre áreas da vida teve 2.2. Ainda de acordo com a pesquisa, 48% das entrevistadas enfrentam apertos financeiros e 32% estão insatisfeitas com sua remuneração. Entre as classes D e E, 59% estão insatisfeitas com a situação financeira, e entre as pretas e pardas, essa insatisfação atinge 54%.

Em 38% dos lares, as mulheres são as principais provedoras, muitas vezes negras, da classe D e E, e acima de 55 anos. Apenas 11% das entrevistadas não contribuem financeiramente para suas famílias.

Em 2022, mulheres gastaram 21,4 horas semanais em tarefas domésticas e de cuidado, comparado com 11 horas dos homens. O relatório mostra que sobrecarga doméstica e excesso de trabalho foram a segunda maior causa de insatisfação, após preocupações financeiras.

A sobrecarga de cuidado é particularmente sentida pelas mulheres de 36 a 55 anos (57% cuidam de alguém) e pretas/pardas (50% cuidam de alguém).

86% das mulheres sentem uma carga pesada de responsabilidades, sendo maior entre mães solos e cuidadoras. A sobrecarga também é agravada por restrições financeiras, impactando a saúde mental.

26% das entrevistadas jovens afirmaram que os padrões de beleza prejudicam a saúde mental e 16% citaram medo de violência.

91% destacaram a importância da saúde emocional e 76% buscam prestar mais atenção à saúde mental, especialmente após a pandemia. Apenas 11% não cuidam da saúde emocional.

Nana Lima, co-diretora da Think Olga, enfatizou a necessidade de entender o impacto do cuidado e combater o tabu de discussões sobre saúde mental. Ações privadas, civis e públicas são cruciais para o futuro das mulheres.

Edição: Valéria Aguiar/Agência Brasil

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