A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo confirmou nesta segunda-feira (06) que os macacos encontrados mortos em uma área de mata no campus da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto estavam infectados com o vírus da febre amarela.
A descoberta ocorreu entre o Natal e o Ano Novo, e a presença da doença foi inicialmente identificada pelo Laboratório de Virologia da USP. As amostras dos primatas foram enviadas ao Instituto Adolfo Lutz (IAL), que confirmou a infecção.
Com a confirmação dos casos, a secretaria já havia anunciado na sexta-feira (03) a aplicação de uma vacinação de bloqueio para as pessoas que moram no campus e nos 300 metros ao redor, desde que ainda não tenham sido vacinadas. Para esse processo, 20 mil doses do imunizante foram enviadas para a Vigilância Epidemiológica de Ribeirão Preto.
O secretário de Saúde de Ribeirão Preto, Maurício Godinho, informou nas redes sociais que todas as pessoas não vacinadas nessa área poderão receber a vacina, com prioridade para crianças e moradores de regiões próximas às matas. A vacinação tem como objetivo evitar a propagação do vírus.
É importante ressaltar que os macacos não transmitem a febre amarela. A doença é disseminada por mosquitos, como o Haemagogus e Sabethes (no ciclo silvestre), e o Aedes aegypti (no ciclo urbano, o mesmo transmissor de dengue, zika e chikungunya). No ciclo silvestre, os macacos são os hospedeiros principais e amplificadores do vírus, mas os humanos podem ser infectados acidentalmente.
A febre amarela é considerada erradicada em áreas urbanas do Brasil desde a década de 1940, mas continua sendo uma preocupação em zonas rurais e de mata, onde o risco de infecção é maior. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que uma única dose da vacina oferece proteção por toda a vida, embora pessoas que viajarem para áreas de risco devam se vacinar pelo menos 10 dias antes da viagem.
Os sintomas iniciais da febre amarela incluem febre alta súbita, calafrios, dores intensas na cabeça, costas e corpo, náuseas, vômitos, fadiga e fraqueza. Caso haja suspeita de infecção, é fundamental informar as autoridades de saúde em até 24 horas para que medidas preventivas sejam tomadas.