O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recomendou a volta do horário de verão no Brasil, mas o governo federal ainda está avaliando a medida. Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, uma decisão deve ser tomada nos próximos dez dias e, se aprovada, poderá valer já em 2024.
A recomendação surgiu após uma reunião do ONS, onde foram discutidos os benefícios do horário de verão para o equilíbrio entre segurança energética e tarifas. Dados do Cemaden mostraram que o Brasil está enfrentando a pior crise hídrica dos últimos 74 anos, o que influencia o planejamento energético.
Apesar da crise hídrica, Silveira afirmou que não há risco de falta de energia em 2024, mas ressaltou a necessidade de pensar a longo prazo, considerando os anos de 2025 e 2026. O ministro ainda não está convencido da necessidade imediata do horário de verão, mas reconheceu que a medida contribui para a sustentabilidade energética.
O horário de verão, utilizado no Brasil entre 1985 e 2019, foi revogado em 2019, sob alegação de pouca efetividade na economia energética. Silveira criticou essa decisão e afirmou que ela contribuiu para a crise energética de 2021.
O ministro também destacou que o horário de verão pode aliviar o sistema energético em horários de maior demanda, entre 18h e 21h, reduzindo o uso de usinas térmicas, que são mais caras e menos eficientes.
Mesmo com a crise hídrica, o Brasil não enfrenta problemas de geração de energia, especialmente devido à alta produção de energias renováveis, como a solar, que atinge seu pico entre 14h e 16h.
A decisão final sobre a volta do horário de verão será baseada em planejamento e ciência, levando em consideração o impacto sobre a vida da população e os setores econômicos.