Os conglomerados Globo e SBT estão expandindo suas operações para o setor de apostas esportivas, apesar das restrições legais brasileiras que proíbem empresas de mídia de adquirir direitos de transmissão de eventos esportivos. Para contornar essas regras, os grupos formaram parcerias com empresas multinacionais e nomearam executivos de suas próprias empresas de comunicação para liderar essas novas iniciativas.
A Globo, que já detém os direitos de transmissão do Brasileirão, firmou uma colaboração com a Leo Vegas (MGM) para entrar no mercado de apostas. Paralelamente, o SBT, que transmite competições como Libertadores e Champions League, está ampliando sua atuação no setor com a marca TQJ, lançada por Patrícia Abravanel em parceria com a OpenBet.
De acordo com a Lei 14.790, empresas de apostas e seus grupos econômicos não podem adquirir direitos de transmissão de eventos esportivos. O Grupo Silvio Santos confirmou sua participação na TQJ, uma startup de apostas esportivas, e assegura que está cumprindo todas as exigências legais. O grupo investiu R$ 40 milhões na empresa, que conta com nomes de destaque no seu conselho e tem reforçado sua equipe com profissionais experientes.
O Grupo Globo, por sua vez, afirmou que sua participação na BetMGM é minoritária, o que, segundo eles, não conflita com a legislação vigente. O Ministério da Fazenda está revisando os pedidos de licença para operar no setor de apostas, exigindo informações detalhadas sobre os sócios e conformidade com todas as regulamentações.
Apesar da investigação envolvendo a Esportes da Sorte, uma empresa de apostas vinculada a práticas ilegais e lavagem de dinheiro, a Globo decidiu manter seus contratos publicitários com a empresa. A Esportes da Sorte, que patrocinou o Big Brother Brasil 24, afirma estar colaborando com as autoridades e considera as acusações infundadas. Até o momento, a Globo não se manifestou sobre a continuidade da parceria.