Técnico inicia trabalho com defesa sólida, mas ataque ainda precisa de ajustes
A aguardada estreia de Carlo Ancelotti no comando da seleção brasileira não foi marcada por brilho ou grandes emoções. Com apenas três treinos realizados — dois deles com o elenco completo —, o técnico italiano comandou o Brasil no empate em 0 a 0 com o Equador, fora de casa, pelas Eliminatórias. Apesar da expectativa por uma mudança imediata, o time ainda mostrou limitações ofensivas, reflexo da transição recente e do pouco tempo de preparação.
Apesar da atuação discreta, o resultado pode ser considerado aceitável. O Equador vive um momento mais consolidado em termos de entrosamento e preparação, e somar um ponto fora de casa tem seu valor. Além disso, a estreia trouxe sinais positivos, especialmente no sistema defensivo. O Brasil voltou a passar um jogo sem sofrer gols, algo que não acontecia havia quatro partidas. A equipe mostrou organização sem a bola, atuando no esquema 4-1-4-1 com Casemiro protegendo a área e os atacantes ajudando na recomposição.
Alexsandro, zagueiro do Lille, teve um ótimo desempenho em sua primeira partida com a camisa da Seleção. Seguro nos duelos, ele se destacou como uma das boas surpresas da noite e promete disputar posição com Gabriel Magalhães nas próximas convocações. Já ofensivamente, o Brasil ainda sofreu com falhas técnicas, falta de aproximação entre os setores e dificuldade para criar chances claras. Sem Rodrygo e Raphinha, e com Neymar fora por lesão, o setor ofensivo ficou desfalcado e pouco inspirado.
O time tentou se organizar com a bola num 3-3-4, com Vanderson aberto na direita para dar profundidade, enquanto Alex Sandro ajudava na saída de bola. Ainda assim, as melhores oportunidades surgiram em jogadas de transição e erros do adversário, como no chute perigoso de Vini Jr. no primeiro tempo. A vitória escapou, mas a solidez defensiva e o potencial de crescimento sob o comando de Ancelotti deixaram uma pontinha de otimismo para os próximos compromissos.
Com o cenário atual e os desfalques importantes, a avaliação da estreia precisa ser cautelosa. Ancelotti ainda tem um longo caminho pela frente, e o tempo de trabalho é curto até a Copa de 2026. A próxima partida, contra o Paraguai em São Paulo, será mais um teste importante para medir o progresso da equipe e os ajustes que o novo comandante conseguirá implementar a médio prazo.