Presidente do Palmeiras diz que “atletas que reclamam são mais velhos e já deveriam ter parado de jogar”. Jogadores como Neymar, Thiago Silva e Coutinho, estão envolvidos no manifesto contra os gramados sintéticos
Leila Pereira, presidente do Palmeiras, respondeu duramente ao manifesto de jogadores contra os gramados sintéticos no Brasil, que foi divulgado no mês passado por estrelas como Neymar, Thiago Silva, Coutinho, Bruno Henrique e Gabigol. A declaração foi feita após uma reunião do Conselho Técnico da CBF, na qual ela participou, no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira.
De acordo com Leila, os jogadores mais veteranos, que fazem parte do movimento, têm como principal preocupação o impacto dos gramados sintéticos em suas carreiras. Ela afirmou entender o desejo deles de prolongar a vida profissional, mas criticou a postura de atletas que já deveriam estar pensando em parar de jogar futebol, em vez de se queixarem das condições dos campos. Leila também fez questão de destacar que não há nenhuma comprovação científica de que o gramado sintético seja prejudicial à saúde dos atletas.
A Presidente disse:
— Normalmente os atletas que reclamam são mais velhos, eu até compreendo que eles querem prolongar ainda mais a vida profissional deles, então eles acham que isso pode encurtar a vida útil deles como atleta. Mas normalmente são atletas que já deveriam ter parado de jogar futebol ao invés de ficar reclamando do gramado. Levando em conta que no Brasil a realidade é outra, se os gramados europeus são tão bons, ótimo, fiquem lá, não venham para cá. Eu me refiro aos jogadores que fizeram aquele manifesto, sem comprovação científica absolutamente nenhuma, de que gramado sintético é prejudicial à vida do atleta.
O tema do gramado sintético foi amplamente discutido durante a reunião da CBF, que contou com representantes de todos os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro. Palmeiras, Flamengo, Fortaleza, Internacional, São Paulo e Vasco formam uma comissão para analisar e aprofundar a questão ao longo de 2025. O estudo da CBF não encontrou evidências de que o gramado sintético seja prejudicial aos jogadores, e não houve consenso sobre sua eliminação.
Leila Pereira explicou ainda que a comparação entre gramados sintéticos e naturais no Brasil não faz sentido, pois a infraestrutura dos campos naturais no país, em muitos casos, está em condições precárias. “É melhor jogar em um gramado sintético de qualidade do que em um gramado natural esburacado”, afirmou. Ela também defendeu a necessidade de um debate sobre a qualidade geral dos gramados no Brasil, sem considerar que o sintético seja necessariamente inferior ao natural.
O manifesto dos jogadores, que se opõem ao uso dos gramados sintéticos, destaca a preocupação com o futuro do futebol brasileiro, apelando para que os atletas sejam mais ouvidos nas questões que impactam o jogo. A frase central do texto, “Futebol é natural, não sintético”, resume a posição dos jogadores. Eles argumentam que o Brasil, com a relevância que tem no futebol mundial, precisa garantir melhores condições para os campos, ao invés de adotar soluções que possam ser prejudiciais ao espetáculo e aos jogadores.