Governo de SP bloqueia apps em escolas estaduais

O Governo de São Paulo anunciou nesta segunda-feira, 5, que implementará bloqueios de acesso a diversos aplicativos e plataformas de streaming nas escolas da rede estadual de ensino, como parte de uma estratégia para melhorar o ambiente pedagógico e reduzir possíveis distrações dos alunos. Entre os aplicativos que terão acesso bloqueado estão o TikTok, Kwai, Facebook, Instagram, X (antigo Twitter) e o Twitch. A medida, que entra em vigor imediatamente, visa aprimorar a utilização da infraestrutura tecnológica disponível nas unidades escolares para fins educativos, direcionando o foco dos estudantes para atividades relacionadas ao aprendizado.

Embora a proibição do acesso a dispositivos digitais possa contribuir para minimizar a distração dos alunos durante as aulas, é importante destacar que pesquisas indicam a necessidade de uma abordagem mais ampla para entender completamente o impacto dessa medida. Embora escolas que proíbem o uso de dispositivos relatem menos distrações, aproximadamente 30% dos estudantes ainda afirmam utilizar smartphones várias vezes ao dia, sugerindo que o uso moderado da tecnologia continua sendo um desafio. Nesse contexto, estratégias como limitar o tempo de tela e utilizar aplicativos de controle parental podem ser eficazes para os pais no monitoramento e orientação do uso de dispositivos pelos filhos, especialmente considerando o aumento do acesso à internet desde a infância.

Lei garante a professores plano de carreira e jornada reduzida

Após cinco anos de tramitação no Congresso Nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou e publicou no Diário Oficial da União, nesta quarta-feira, 17, a Lei 14.817/2024, que estabelece diretrizes cruciais para a valorização dos professores na rede pública. O plano de carreira, formação continuada e condições de trabalho, incluindo uma jornada de 40 horas semanais, foram garantidos por essa importante legislação.

A nova lei abrange não apenas os professores, mas também outros profissionais “detentores da formação requerida em lei”, como aqueles que desempenham funções de suporte pedagógico (diretores, administradores escolares, inspetores, supervisores e orientadores educacionais) ou suporte técnico e administrativo (com formação técnica ou superior em área pedagógica).

Essas diretrizes estabelecem a estrutura da carreira desses profissionais, que agora só poderão ingressar por meio de concurso de provas e títulos. A legislação prevê a possibilidade de progressão funcional periódica, incentivando o desenvolvimento profissional com base em titulações, formação continuada, avaliação de desempenho e experiência profissional, além da assiduidade.

Além disso, a lei garante um piso salarial atrativo e uma progressão que estimule a carreira, levando em consideração as especificidades das redes de ensino e fatores como atribuições adicionais e dedicação exclusiva ao conceder gratificações e adicionais. A jornada de 40 horas semanais também está assegurada, com parte dedicada a estudos, planejamento e avaliação, e integração do trabalho individual com a proposta pedagógica da escola, além de garantias relacionadas ao número adequado de estudantes por profissional, ambiente físico saudável e seguro.

Greve na USP; Alunos aderem à greve em busca da contratação de professores

Alunos de diversos cursos do campus da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto decidiram aderir a uma greve em busca da contratação de professores, destacando a importância de reforçar o corpo docente. Nesta quinta-feira (28), estudantes do curso de Fonoaudiologia protagonizaram uma ocupação do prédio da Faculdade de Medicina em um ato de protesto por suas reivindicações.

A mobilização afeta vários cursos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, incluindo Pedagogia, Psicologia e Biologia, que já aderiram oficialmente ao movimento. Além desses, alunos de cursos como Terapia Ocupacional, Fisioterapia, Informática Biomédica e Fonoaudiologia também se uniram à greve, com uma assembleia programada para a tarde de hoje para decidir sobre a continuidade da ocupação.

Outros cursos e faculdades têm assembleias previstas para os próximos dias, com o objetivo de determinar sua participação ou não no movimento. Por sua vez, os professores estão programando uma assembleia da Associação dos Docentes da USP (Adusp) para as 17h, no anfiteatro da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto.

A greve ganhou força após a assembleia da Adusp, que deliberou pelo apoio ao movimento dos estudantes. A associação destaca a falta de financiamento adequado e de contratações de servidores nas universidades nos últimos anos. Os manifestantes reivindicam a realização de concursos públicos e estudos para identificar as necessidades de cada unidade, entre outras demandas.

Em resposta, a reitoria da USP comunicou que a contratação de novos docentes é uma prioridade e que tem realizado concursos públicos para a contratação de servidores técnicos administrativos, buscando atender às necessidades da instituição.

A greve dos estudantes também afetou o campus de São Paulo, e a mobilização dos docentes refletem a urgente necessidade de melhorar as condições de ensino e pesquisa nas universidades públicas brasileiras, visando proporcionar uma educação de qualidade para todos os alunos. A situação continua a ser monitorada de perto pela comunidade acadêmica e pelas autoridades da USP.