Temperos comuns encontrados na cozinha podem reduzir o risco de Alzheimer; entenda

Estudos apontam que alguns temperos encontrados na cozinha podem melhorar a saúde cerebral e reduzir o risco de Alzheimer. Suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias desempenham um papel crucial na proteção contra o estresse oxidativo e a inflamação, fatores chave no desenvolvimento dessa doença neurodegenerativa.

GENGIBRE

Além de suas propriedades digestivas, o gengibre contém compostos como gingerol e zingerone, que ajudam a proteger o cérebro contra danos causados pelo estresse oxidativo e inflamação, ambos associados ao Alzheimer.

CÚRCUMA

A cúrcuma, conhecida por seu componente ativo curcumina, é reconhecida por suas propriedades neuroprotetoras. A curcumina atua como um antioxidante poderoso, neutralizando radicais livres e protegendo as células cerebrais. Populações que consomem cúrcuma regularmente apresentam menores incidências de doenças neurodegenerativas, incluindo o Alzheimer.

CANELA

Rica em antioxidantes, a canela ajuda a inibir o acúmulo de proteínas no cérebro associadas a doenças como Alzheimer e Parkinson. Além disso, apoia a aprendizagem e a formação da memória, promovendo a criação de novas conexões neurais.

PIMENTA PRETA

A pimenta preta contém piperina, um composto com elevado poder antioxidante. Esses antioxidantes ajudam a proteger as células cerebrais contra danos e melhoram a função cognitiva e a memória, ativando vias químicas no cérebro.

COMO OCORRE O ALZHEIMER?

O Alzheimer é uma doença progressiva que afeta o cérebro, geralmente em idosos, resultante de uma combinação de fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida. Causa alterações cerebrais ao longo do tempo, incluindo o acúmulo de placas de proteína beta-amiloide e emaranhados neurofibrilares, que interferem na comunicação celular e causam danos aos neurônios.

SINTOMAS DO ALZHEIMER

Os sintomas incluem perda de memória recente, dificuldade em realizar tarefas conhecidas, problemas na resolução de problemas, mudanças de humor, afastamento social, dificuldades de comunicação, confusão sobre locais, pessoas e eventos, e alterações visuais. É essencial buscar avaliação médica ao identificar esses sinais, pois familiares e amigos geralmente os notam antes da própria pessoa afetada.

Adotar hábitos alimentares saudáveis, incluindo o uso regular desses temperos, pode ser uma medida preventiva eficaz contra o Alzheimer, ajudando a manter a saúde cerebral ao longo da vida.

Vacina contra Alzheimer? Entenda como a nova imunoterapia pode combater a doença

A AC Immune, uma startup suíça de biotecnologia, está desenvolvendo a ACI-24.060, uma imunoterapia projetada para retardar a progressão do Alzheimer. Essa terapia inovadora tem como alvo a proteína beta-amiloide, que se acumula no cérebro e é central no desenvolvimento da doença. Embora não seja uma vacina no sentido tradicional, a ACI-24.060 ensina o sistema imunológico a reconhecer e eliminar as formas tóxicas dessa proteína, funcionando de maneira semelhante a uma vacina.

Os testes da ACI-24.060 estão atualmente na fase 1a/2 ABATE, iniciados em 2022 e com previsão de conclusão em junho de 2026. Esta fase envolve múltiplas administrações intramusculares ao longo de 12 meses, com relatos preliminares de aplicação sem efeitos colaterais significativos, conforme mencionado por Andrea Pfeifer, cofundadora e presidente da AC Immune.

Os resultados dos primeiros seis meses dos testes são esperados para agosto, com expectativas elevadas para avanços significativos ao completar um ano de estudo.

Quanto à disponibilidade no Brasil, a fase 3 dos testes, conduzida pela biofarmacêutica Takeda, incluirá participantes brasileiros, entre outros países. Andrea Pfeifer indica que essa etapa poderá iniciar em 2026, dependendo dos resultados obtidos este ano.

A inclusão do Brasil é estratégica devido à sua vasta população e à experiência de seus centros de pesquisa em estudos clínicos de alta complexidade. Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamentos que mitigam sintomas do Alzheimer, mas sem evolução significativa nas últimas décadas. Portanto, se a ACI-24.060 obtiver sucesso e for aprovada no Brasil, representará um avanço substancial no tratamento dessa condição neurodegenerativa.

Informações da Folha de S. Paulo.

Sinais de Alzheimer podem ser detectados por meio da fala

Um avanço significativo na detecção precoce da doença de Alzheimer foi alcançado por pesquisadores da Universidade de Boston (BU), nos Estados Unidos. Eles desenvolveram um novo método que utiliza algoritmos de Inteligência Artificial (IA) para analisar como as pessoas conversam como um indicador potencial de demência.

Ao contrário de abordagens tradicionais que se concentram em características superficiais da fala, como velocidade, o novo método avalia o conteúdo e a estrutura das palavras usadas nas conversas. Publicado na revista Alzheimer’s & Dementia, o estudo revela que a IA alcançou uma precisão de 78,5% em identificar o risco de uma pessoa desenvolver Alzheimer ao longo de seis anos, baseando-se em gravações de indivíduos com comprometimento cognitivo leve.

A pesquisa utilizou 166 gravações de indivíduos entre 63 e 97 anos, dos quais 90 desenvolveram demência após seis anos, enquanto 76 permaneceram estáveis. O aprendizado da máquina foi empregado para identificar padrões na fala que estavam associados à progressão da doença.

O professor Ioannis Paschalidis, autor do estudo e especialista em Ciências da Computação e Engenharia, destaca que a pontuação gerada pela IA funciona como uma medida preditiva do risco de demência.

“Você pode pensar na pontuação como uma probabilidade. A probabilidade de que alguém permanecerá estável ou evoluíra para um quadro de demência [nos próximos anos]”, explica Ioannis Paschalidis, professor de Ciências da Computação e Engenharia na BU e autor do estudo, em nota. 

O próximo passo é adaptar essa tecnologia para um aplicativo de celular acessível, permitindo o monitoramento contínuo de pacientes com alto risco para Alzheimer.

Este avanço não é o único utilizando IA para diagnóstico de Alzheimer, com outros estudos explorando diferentes técnicas, como análise de padrões de glicose no cérebro, todos em fases de validação.

Fonte: Alzheimer’s & Dementia, Universidade de Boston

Estudo liga bactérias intestinais ao desenvolvimento de Alzheimer

Pesquisadores dos Estados Unidos, utilizando o maior estudo de associação genômica da microflora intestinal humana, encontraram evidências adicionais da relação entre a composição das bactérias intestinais e a doença de Alzheimer. O estudo, publicado em março de 2023, não apenas identificou uma ligação genética entre diferentes gêneros de bactérias intestinais e o Alzheimer, mas também apontou uma conexão entre esses micróbios e um fator de risco genético para a doença neurodegenerativa.

Ao analisar 119 gêneros bacterianos com base em um estudo envolvendo milhares de participantes, os pesquisadores identificaram 20 gêneros suspeitos de desempenhar um papel no desenvolvimento da doença de Alzheimer. Uma pesquisa mais restrita produziu 10 gêneros mais certos, dos quais quatro pareciam estar relacionados a um alelo genético, conhecido como APOE, que aumenta o risco de Alzheimer.

Entre esses gêneros, destaca-se o Actinobacterium Collinsella, associado não apenas ao Alzheimer e ao alelo APOE, mas também a condições como artrite reumatóide, aterosclerose e diabetes tipo 2. Os pesquisadores suspeitam que a capacidade do Collinsella de promover a expressão de hormônios inflamatórios e tornar o intestino mais permeável possa desempenhar um papel nos danos neurológicos associados ao Alzheimer.

Essas descobertas destacam a complexa relação entre a microbiota intestinal, fatores genéticos e a função cerebral, abrindo novas perspectivas para entender e potencialmente tratar doenças neurodegenerativas.