Em um embate acirrado, duas empresas colocam suas fichas na mesa para a revitalização e construção do corredor de ônibus na Av. Nove de Julho, situada em Ribeirão Preto. O palco dessa disputa foi a reunião realizada na manhã desta segunda-feira, 18, na Secretaria da Administração Municipal.
Identificadas como Era-Técnica Engenharia Construções E Serviços Ltda. e HT Construções Ltda., as empresas construtoras agora estão na mira da prefeitura ribeirão-pretana. A expectativa é que a abertura dos envelopes, revelando detalhes cruciais como habilitação jurídica, regularidade fiscal e qualificação técnica, ocorra dentro de aproximadamente oito dias úteis.
Paralisação e Contratempos
As obras de renovação e restauração da icônica Avenida Nove de Julho iniciaram em 21 de julho de 2023. No entanto, um entrave monumental interrompeu o fluxo do progresso. No mês de dezembro do mesmo ano, o contrato com a empresa Metropolitana foi rompido pelo governo municipal, começando a paralisação dos trabalhos desde então.
Segundo a prefeitura, a construtora Metropolitana não honrou os termos pactuados, entregando apenas 8% do projeto, quando o cronograma previa 40% de conclusão. Uma nova licitação foi agendada, com um prazo máximo de 90 dias para sua realização. Após o rompimento contratual, a RUAL Construções e Comércio S.A., segunda colocada no processo anterior, foi oficialmente convocada. No entanto, optou por declinar da responsabilidade sem explicitar os motivos.
Um Legado Histórico em Disputa
A história da Avenida Nove de Julho remonta ao distante ano de 1922, quando, em homenagem ao Centenário da Independência do Brasil, foi inaugurada como Avenida Independência. O visionário prefeito João Rodrigues Guião concebeu o projeto no ano anterior.
O marco inaugural, um obelisco, foi erguido no cruzamento com a Rua Tibiriçá em 7 de setembro de 1922. Posteriormente, foi realocado para a interseção das atuais Av. Nove de Julho e Independência.
Em 1934, a avenida foi rebatizada como Nove de Julho, em alusão à Revolução Constitucionalista de 1932. Durante a gestão do prefeito José de Magalhães, em 1949, iniciaram-se estudos para sua expansão entre as ruas Sete de Setembro e a Avenida Independência.
Testemunha do desenvolvimento urbano de Ribeirão Preto, a avenida abrigou, durante os anos 1960, algumas das mais imponentes mansões da elite econômica local, consolidando-se posteriormente como um epicentro bancário na região sul da cidade.