Irã lança cerca de 120 mísseis contra Israel

Na tarde desta terça-feira (1º), o Irã lançou aproximadamente 120 mísseis balísticos em direção a Israel, conforme confirmado pelas Forças Armadas israelenses e pela própria Teerã. O ataque ocorreu em meio a um aumento das tensões entre Israel e o Hezbollah nas últimas semanas.

A maioria dos mísseis atingiu Tel Aviv, onde várias explosões foram registradas. A população local se refugiou em bunkers, enquanto Israel fechou seu espaço aéreo e todos os aeroportos suspenderam as operações.

O governo israelense informou que duas pessoas sofreram ferimentos leves, e não havia relatos adicionais de vítimas até a última atualização, embora um atentado nas proximidades de Tel Aviv tenha deixado oito mortos.

Este é o primeiro ataque do Irã desde o aumento dos conflitos com o Hezbollah, um grupo extremista atuante no Líbano e financiado pelo regime iraniano. Os mísseis foram lançados por volta das 18h30 (horário local), levando apenas 12 minutos para atingir Israel.

Cerca de 20 minutos após a primeira onda, uma segunda leva de mísseis foi disparada, de acordo com a agência estatal iraniana, mas não havia confirmação de que eles haviam atingido Israel até a última atualização.

Imagens mostraram mísseis cruzando o céu de Tel Aviv, com alguns sendo interceptados pelo sistema antimísseis Domo de Ferro. A agência iraniana Irna afirmou que alguns mísseis atingiram áreas sob controle israelense na Cisjordânia, levando Jordânia e Iraque a fecharem suas fronteiras.

O governo iraniano declarou que o ataque era uma retaliação pelo assassinato de líderes do Hezbollah e do Hamas e pela invasão israelense ao Líbano na segunda-feira (31). Teerã advertiu que responderá a qualquer novo ataque israelense.

O porta-voz do Exército israelense descreveu o ataque como “sério” e que haverá “consequências”.

Fronteira de Gaza com Egito é fechada e brasileiros ficam retidos

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, confirmou nesta sexta-feira (10) o fechamento da fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito – antes que o grupo de 34 brasileiros pudesse deixar o local.

Após mais de um mês do início do conflito, o grupo havia finalmente recebido autorização para retornar ao Brasil. 

“Ontem, ele [ministro das Relações Exteriores de Israel] me informou que eles estavam autorizados e que os nomes estavam em poder das autoridades na fronteira e que sairiam hoje de manhã, mas novamente não saíram – apesar de terem sido mobilizados até a região do posto de controle. Não puderam passar porque o posto de controle não foi aberto.”

Segundo o ministro, o governo brasileiro mantém “contatos reiterados” com todas as partes envolvidas no conflito. “Esperamos que esses nomes sejam autorizados a cruzar [a fronteira] o mais rápido prazo possível”. 

“Nossa lista não é das maiores. Temos 34 em Gaza. Há países que têm números muito maiores. A passagem é complexa porque a passagem de Rafah fica aberta durante algumas horas por dia e há um entendimento entre as partes que, em primeiro lugar, passam ambulâncias com feridos. Só depois disso passam, então, os nacionais de outros países. Foi o que aconteceu hoje, ontem e até a quarta-feira, em que não houve passagem do lado da Faixa de Gaza para o Egito.”

Edição: Aline Leal/Agência Brasil

Operação Voltando em Paz: Brasileiros com vidas em Israel

O Governo Federal realizou mais uma etapa da “Operação Voltando em Paz”, um esforço extraordinário para repatriar brasileiros que se encontravam em meio a conflitos armados em Israel, inclusive a atleta ribeirão-pretana Beatriz Palmieri. Quando a aeronave KC-30 decolou na sexta-feira, 13 de outubro, às 18h45 no horário israelense (12h45 no Brasil), a missão já havia garantido o retorno seguro de 701 brasileiros em menos de uma semana.

O Airbus 330 200 da Força Aérea Brasileira transportou nesta sexta-feira, 13, 207 passageiros, além de dois cachorros e dois gatos, totalizando o quarto voo desde o início da ação. O destino final desses brasileiros abrange 18 cidades no Brasil, com a maioria (118 passageiros) retornando a São Paulo, seguidos por 31 para o Rio de Janeiro, 13 para Porto Alegre, dez para Florianópolis, e grupos menores para outras cidades como Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia, Natal, Manaus, Fortaleza, Recife, Ribeirão Preto, Salvador, Vitória, Porto Seguro, João Pessoa e Belém.

O resgate da população brasileira começou no dia 7 de outubro, após os atentados terroristas em Israel que desencadearam um conflito armado. Desde então, embaixadas do Brasil em Tel Aviv (Israel), Cairo (Egito) e o Escritório de Representação em Ramala (na Palestina) entraram em ação. Um formulário online ajudou a identificar os brasileiros em situação de dificuldade, com mais de 2.700 manifestando interesse em retornar. Foram adotados requisitos de prioridade, favorecendo gestantes, idosos, mulheres e crianças, além de brasileiros sem passagens e não residentes.

Um dos destaques dessa operação é o esforço conjunto de diversas entidades e autoridades, incluindo o Ministério da Agricultura, que facilitou o embarque de animais de estimação em condições especiais. Além disso, políticos como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estiveram envolvidos, buscando soluções diplomáticas e humanitárias.

Os voos de repatriação contam com equipes de médicos, enfermeiros e psicólogos para garantir o bem-estar físico e mental de todos os passageiros, especialmente diante de situações de tensão comuns em conflitos armados.

Até o momento, o Brasil repatriou mais de 700 brasileiros e planeja realizar um total de 15 voos como parte da Operação Voltando em Paz. Além disso, as conversas e ações diplomáticas visam ajustar o cruzamento de fronteiras em segurança e o uso do espaço aéreo da região para garantir a proteção de todos os brasileiros que desejam deixar a área de conflito. O Brasil também busca a criação de um corredor humanitário para preservar a vida de civis, principalmente mulheres, crianças e adolescentes, e garantir suprimentos essenciais como água, luz, remédios e comida.

A operação “Voltando em Paz” continua sendo uma prioridade do governo brasileiro, demonstrando um esforço conjunto de várias entidades em prol da segurança e bem-estar dos brasileiros no exterior. A ação continua a ser monitorada atentamente para garantir o retorno seguro de todos os cidadãos brasileiros afetados pelos conflitos na região.