Prefeitura de Ribeirão Preto rompe contrato com empresa encarregada da obra da Nove de Julho

A Prefeitura de Ribeirão Preto anunciou oficialmente, nesta terça-feira (5), o rompimento do contrato com a Construtora Metropolitana, encarregada das obras de restauração na avenida Nove de Julho e instalação de galerias de água pluvial no Centro. O Executivo alega que a empresa foi notificada cinco vezes por atrasos significativos, tendo cumprido apenas 7% do cronograma previsto de 40%.

Em meio a esse cenário, a Prefeitura considera duas opções para dar continuidade às intervenções. A alternativa mais rápida seria firmar contrato com a segunda colocada na licitação, a Construtora Rual, responsável pela conclusão da obra do túnel. Caso a Rual recuse, a Prefeitura terá que realizar uma nova licitação, o que poderia prolongar o reinício das obras na Nove de Julho por até seis meses.

A situação também afeta a colocação de galerias de água pluvial nas ruas São José e Marcondes Salgado, vinculadas à Nove de Julho. Uma força-tarefa será avaliada para liberar parcialmente o tráfego na avenida Francisco Junqueira, interditada desde julho entre as ruas Cerqueira César e Garibaldi. O projeto, inicialmente previsto para conclusão em julho de 2024, agora carece de um novo prazo devido aos atrasos. A Construtora Metropolitana, vencedora da licitação de R$ 31 milhões, não se pronunciou até o momento. A reportagem será atualizada conforme a manifestação da construtora.

Intervenção no muro do “Lar Santana”, na Vila Tibério

Hoje, em 20 de setembro, a Secretaria Municipal da Educação deu início a uma intervenção crucial no muro do antigo edifício do “Lar Santana”, localizado na Vila Tibério. Essa ação se tornou imperativa após a interdição preventiva da calçada pela Defesa Civil na semana passada.

Nesta fase inicial da obra, a área está sendo meticulosamente preparada. A empresa encarregada está conduzindo a limpeza da região, efetuando a remoção das cercas de arame e vegetação. Os próximos passos envolverão a demolição do muro existente, seguida pela construção do novo muro, aplicação de reboco e pintura. A expectativa é de que esta intervenção seja concluída em um prazo de 20 dias.

Para obter a autorização necessária para essa intervenção no muro, a Secretaria da Educação submeteu um pedido de urgência ao CONPPAC (Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural). Ademais, projetos destinados à revitalização e restauração do edifício estão atualmente em processo de avaliação no Conselho. Após a aprovação desses projetos, a prefeitura estará habilitada a dar início ao processo de licitação e, posteriormente, à execução da obra.

O secretário municipal da Educação, Felipe Elias Miguel, destacou que a revitalização do prédio que um dia abrigou o “Lar Santana” representa um esforço para resgatar a rica história e memória da comunidade de Ribeirão Preto e da Vila Tibério.

O “Lar Santana” possui uma história profunda, sendo fundado em 1931 pela Ordem das Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição. Durante 82 anos, funcionou como escola e, em determinado período, serviu como orfanato sob a liderança da madre Maurina Borges da Silveira. A madre Maurina teve um papel marcante na trajetória do “Lar Santana” e da comunidade. Em 1969, foi presa por supostamente proteger militantes contrários à ditadura militar, sofrendo torturas, incluindo sessões no “pau-de-arara” e choques elétricos. Após cinco meses de prisão, foi extraditada para o México em março de 1970, como parte de um acordo que envolveu o sequestro do cônsul japonês Nokuo Okuchi por ativistas de esquerda. Madre Maurina permaneceu 15 anos fora do país, retornando em 1985.