Nove jogadores são punidos pelo STJD

A 2ª Comissão Disciplinar do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) puniu nove jogadores por esquema de apostas e manipulação de resultados no futebol brasileiro em 2022. 

Durante o julgamento, o ex-atacante do Coritiba, Alef Manga, confessou ter participado do esquema de levar cartão amarelo em troca de dinheiro, mas mostrou arrependimento e se colocou à disposição da Justiça na busca por mais envolvidos. Mesmo assim, Alef foi punido por 360 dias e multa de R$30 mil. 

Confira a punição de cada atleta:

Nino Paraíba (Paysandu-PA): 480 dias e multa de R$ 40 mil;
Bryan (Ex-Athletico-PR): 360 dias e multa de R$ 30 mil;
Diego (Aliança-AL): 360 dias e R$ 70 mil;
Alef Manga (Coritiba-PR): 360 dias e R$ 30 mil;
Vitor Mendes (Atlético Mineiro): 430 dias e R$ 40 mil;
Sávio Alves (Goiás-GO): 360 dias e R$ 30 mil;
Dadá Belmonte (América-MG):; 720 dias e R$ 70 mil;
Igor Cariús (Sport-PE): 540 dias e R$ 50 mil;
Thonny Anderson (ABC-RN): multa de R$ 40 mil.

TJ-GO torna réus sete jogadores por manipulação de resultados

O Tribunal de Justiça de Goiás aceitou denúncia do Ministério Público (MP-GO) e tornou réus sete jogadores e outras sete pessoas acusadas de envolvimento em esquema de manipulação de 13 resultados de apostas em jogos da Série A do Campeonato Brasileiro de 2022, alvo da fase três da Operação Penalidade Máxima. 

Entre os atletas citados na decisão proferida pelo juiz Alessandro Pereira Pacheco, da 2ª Vara de Repressão ao Crime Organizado e Lavagem de Capitais, na noite de quarta-feira (26) estão Dadá Belmonte (América-MG), Alef Manga (Coritiba; já afastado do clube), Igor Carius (Sport), Jesus Trindade jogador (uruguaio, ex-Coritiba), Pedrinho (ex-Athletico-PR, atualmente no Shakthar), Sidcley (ex-Cuiabá e hoje no Dínamo de Kiev), e Thonny Anderson (ABC).

Também responderão por supostos crimes previstos na Lei Geral do Esporte (LGE) os seguintes acusados: Bruno Lopez de Moura, conhecido como  BL, já preso por suspeita de chefiar organização de apostadores; Cleber Vinicius Rocha Antunes da Silva, empresário chamado de Clebinho Fera,  Ícaro Fernando Calixto dos Santos, Romário Hugo dos Santos (o ex-jogador Romarinho), Thiago Chambó Andrade, Victor Yamasaki Fernandes (conhecido como Vitinho).

Os réus citados pelo juiz Alessandro Pereira Pacheco foram denunciados pelo MP-GO por condutas descritas na LGE, nos seguintes artigos:

198: Solicitar ou aceitar, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem patrimonial ou não patrimonial para qualquer ato ou omissão destinado a alterar ou falsear o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

199. Dar ou prometer vantagem patrimonial ou não patrimonial com o fim de alterar ou falsear o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Regulamentação de apostas esportivas

Na última terça (25), foi publicada no Diário Oficial uma medida provisória que inicia o processo de regulamentação das apostas esportivas de quota fixa, também conhecido como mercado de bets. Criado em 2018, pela Lei 13.756, o mercado, com potencial de arrecadação anual de até R$12 bilhões, permaneceu quatro anos sem regulamentação.

Por Agência Brasil – Rio de Janeiro

Ygor Catatau é banido do futebol brasileiro e outros jogadores são punidos por envolvimento em manipulação de apostas

Após um julgamento realizado na última terça-feira (6), a 5ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) anunciou a exclusão definitiva de Ygor Catatau, ex-atleta do Sampaio Corrêa e Vasco, do cenário do futebol no Brasil. Além disso, ele foi sancionado com uma multa de R$70 mil. O jogador, atualmente atuando no futebol do Irã, foi denunciado pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) por estar envolvido em um caso de manipulação de apostas esportivas.

Outros jogadores envolvidos no caso também receberam punições. Matheusinho e Paulo Sérgio receberam uma suspensão de 720 dias, além de multa no valor de R$ 70 mil cada um. Os três jogadores punidos têm o direito de apelar da decisão perante o Pleno do STJD.

O julgamento, ocorrido das 12h às 18h, registrou momentos de tensão entre os advogados e o presidente da mesa, Otacilio Araujo. Além de Ygor Catatau, outros quatro jogadores que atuaram pelo Sampaio Corrêa em 2022 também foram julgados: Allan Gódoi e Paulo Sérgio, que estão no Operário-PR, André Queixo, que defende o Ituano e Mateusinho, atualmente no Cuiabá.

A pena mais severa foi imposta a Ygor Catatau, com a sua exclusão definitiva do futebol e uma multa de R$ 70 mil. Matheusinho e Paulo Sérgio receberam uma suspensão de 720 dias e multa no mesmo valor. Allan Gódói foi absolvido, enquanto André Queixo foi multado em R$ 50 mil.

Apesar da exclusão, Ygor Catatau poderá continuar sua carreira no exterior, pois a decisão não terá efeito imediato fora do país. O advogado do jogador, Felipe Macedo, anunciou que irá apelar contra a pena.

Foto – Rafael Ribeiro / Vasco

STJD marca julgamentos de mais 5 jogadores envolvidos em esquema de apostas

Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) segue com os julgamentos de jogadores envolvidos no esquema de apostas. Mais cinco jogadores tiveram as datas dos julgamentos conhecidas. Eles são investigados na Operação Penalidade Máxima I.

Allan Godói (Operário-PR), André Luiz (Ituano), Mateusinho (Cuiabá), Paulo Sérgio (Operário-PR) e Ygor Ferreira (Sampaio Corrêa) serão julgados na próxima terça-feira, 6 de junho, às 11h30. 

Denunciados em diferentes artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), as punições podem variar desde multa de até R$ 100 mil até o banimento do futebol. 

PRIMEIROS JULGAMENTOS

Nos primeiros julgamentos, o STJD decidiu banir do futebol o jogador Marcus Vinícius Alves Barreira, conhecido como Romário, por participação no esquema de apostas descoberto pela Operação Penalidade Máxima. Além disso, o ex-atleta do Vila Nova terá de pagar multa estipulada em R$ 25 mil.

Gabriel Domingos, também ex-jogador do Vila Nova, foi suspenso por 720 dias e recebeu multa de R$ 15 mil.

OPERAÇÃO PENALIDADE MÁXIMA

O Ministério Público de Goiás está investigando diversos atletas por envolvimento em esquemas de apostas. Ao todo, 15 jogadores receberam denuncias formais e nove pessoas já foram detidas por serem intermediários nos tratos entre atletas e os apostadores.

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Foto – Fernando Leite/Assessoria de Comunicação Social do MPGO

CPI da Manipulação de Resultados tem audiência nesta terça; veja quem são os primeiros ouvidos

Comissão Parlamentar de Inquérito da Manipulação de Resultados começa a ouvir nesta terça-feira os primeiros convocados a falar sobre o esquema de apostas que envolve jogadores, empresários e aliciadores e que foi descoberto pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) por meio da Operação Penalidade Máxima.

Instaurada na Câmara dos Deputados na quarta-feira passada, a CPI promove sua primeira audiência pública nesta terça. Serão ouvidos o promotor de Justiça Fernando Cesconetto, o procurador-geral Cyro Terra Peres, ambos responsáveis pela chamada Operação Penalidade Máxima, e o presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, que denunciou casos de manipulação de resultados cometidos dentro de seu próprio clube, dando início à operação do MP.

“A Operação Penalidade Máxima é o novo marco no combate à manipulação de resultados e ao esquema de apostas no futebol brasileiro”, define o deputado Danilo Forte (União-CE), autor de dois requerimentos para a realização da audiência pública.

“Espero que sejam apurados não só os jogadores que estão envolvidos nisso, mas a gente sabe que existem milhões de reais em jogo, existe muito dinheiro destes apostadores e nós temos de descobrir quem são essas pessoas que burlam os resultados”, ressaltou Jilmar Tatto (PT-SP).

Os deputados Ricardo Ayres (Republicanos-TO), Márcio Marinho (Republicanos-BA), Fred Costa (Patriota-MG), Albuquerque (Republicanos-RR) e Beto Pereira (PSDB-MS) também apresentaram requerimentos. Felipe Carreras (PSB-PE) é o relator da CPI. Julio Arcoverde (PP-PI) foi eleito para a presidência. A primeira vice-presidência é de André Figueiredo (PDT-CE) e a segunda, de Daniel Agrobom (PL-GO).

A ideia da CPI é refazer caminhos percorridos pelo MP de Goiás em busca de novas frentes de investigação sobre o esquema de apostas revelado pelos promotores de Justiça por meio de duas fases da Operação Penalidade Máxima. Em entrevista ao Estadão, Cesconetto contou que os promotores estão focados em detalhar a lavagem de dinheiro por meio da manipulação de jogos para faturamento com apostas e buscar outros intermediários e financiadores do esquema.

A CPI foi proposta pelo deputado Felipe Carreras (PSB-PE), relator da comissão. Ele protocolou o pedido dias depois de a primeira fase da operação ter sido deflagrada. A comissão também deve avançar sobre o funcionamento das casas de apostas esportivas no Brasil, que se tornaram o principal financiador do futebol brasileiro.

“Vamos ouvir todos os atores, desde quem organiza as competições até as empresas. Têm casas de apostas idôneas, mas também tem as com suspeição em cima delas”, afirmou Carreras em entrevista recente, antes de a CPI ser instaurada na Câmara.

CRONOGRAMA

Segundo o cronograma da CPI, haverá reuniões, audiências, missões oficiais e outras diligências nas próximas três semanas até o dia 13 de junho. De 18 a 31 do mesmo mês, os deputados estarão em recesso. Com 36 integrantes, entre titulares e suplentes, a CPI está prevista para ser concluída em 28 de setembro.

A CPI tem 120 dias para investigar o tema, que podem ser aumentados por mais 60 dias. Segundo a legislação, uma CPI tem poder de investigação próprio de autoridades judiciais.

Na prática, ela pode inquirir testemunhas, ouvir suspeitos, prender – somente em caso de flagrante delito -, requisitar informações e documentos, convocar ministros de Estado e quebrar sigilo fiscal, bancário e de dados. As audiências serão sempre às terças, a partir das 14h30, e, caso necessário, também às quintas, com início da sessão às 9h30.

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Foto – Bruno Spada/Câmara dos Deputados

CPI da Manipulação de Resultados é instaurada em Brasília

A Câmara dos Deputados instaurou, na última quarta-feira (17), a CPI da Manipulação de Resultados para investigar as denúncias feitas pela Operação Penalidade Máxima sobre o esquema de apostas no futebol brasileiro. A ideia partiu do deputado Felipe Carreras (PSB-PE), responsável pelo requerimento, protocolado em março, dias depois de o Ministério Público de Goiás (MP-GO) deflagrar a primeira fase da operação, que investiga apostadores e jogadores envolvidos em esquema de apostas no futebol brasileiro.

Felipe Carreras (PSB-PE) será o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito. Julio Arcoverde (PP-PI) foi eleito para a presidência. A primeira vice-presidência será de André Figueiredo (PDT-CE); e a segunda, de Daniel Agrobom (PL-GO).

“As apostas esportivas atualmente vão além de tentar adivinhar o resultado de uma partida. Elas permitem apostar, por exemplo, qual time de futebol terá mais escanteios em um jogo ou até qual equipe receberá um número específico de cartões amarelos ou vermelhos, e aí que as quadrilhas agem. A falta de regulamentação do setor ainda deixa lacunas que permitem que criminosos, agindo de má-fé, maculem o resultado esportivo”, diz Felipe Carreras no requerimento da CPI.

O QUE VEM POR AÍ

A partir de agora, a CPI terá 120 dias para investigar o tema, com convocação de personagens para depor e quebras de sigilo bancário. A investigação policial continua no Ministério Público. Segundo a legislação, uma CPI tem poder de investigação próprio de autoridades judiciais. Na prática, ela pode inquirir testemunhas, ouvir suspeitos, prender – somente em caso de flagrante delito -, requisitar informações e documentos, convocar ministros de Estado e quebrar sigilo fiscal, bancário e de dados.

A CPI da Manipulação de Resultados terá 36 integrantes, entre deputados titulares e suplentes. De acordo com Felipe Carreras, a comissão irá apurar e ouvir todos que podem estar relacionados com o caso de apostas. “Vamos ouvir todos os atores, desde quem organiza as competições, até as empresas. Tem casas de apostas idôneas, mas também têm as com suspeição em cima delas”, afirma o deputado. Ele diz acreditar que “a credibilidade do futebol brasileiro está em xeque”.

Confira a lista de deputados integrantes da CPI:

Titulares:

Adail Filho (REPUBLICANOS-AM)

André Figueiredo (PDT -CE)

Augusto Coutinho (REPUBLICANOS-PE)

Aureo Ribeiro (SOLIDARIEDADE-RJ)

Beto Pereira (PSDB-MS – Federação PSDB-CIDADANIA)

Capitão Alberto Neto (PL-AM)

Célio Silveira (MDB-GO)

Daniel Agrobom (PL-GO)

Daniel Freitas (PL-SC)

Delegado da Cunha (PP-SP)

Felipe Carreras (PSB-PE)

Glauber Braga (PSOL-RJ)

José Rocha (UNIÃO-BA)

Julio Arcoverde (PP-PI)

Luciano Azevedo (PSD-RS)

Luciano Vieira (PL-RJ)

Luisa Canziani (PSD-PR)

Mauricio do Vôlei (PL-MG)

Mersinho Lucena (PP-PB)

Paulinho Freire (UNIÃO-RN)

Paulo Azi (UNIÃO-BA)

Ricardo Ayres (REPUBLICANOS-TO)

Ricardo Silva (PSD-SP)

Saullo Vianna (UNIÃO-AM)

Yury do Paredão (PL-CE)

Suplentes:

Bandeira de Mello (PSB-RJ)

Coronel Ulysses (UNIÃO-AC)

Danilo Forte (UNIÃO-CE)

Delegado Caveira (PL-PA)

Fernando Rodolfo (PL-PE)

Fred Costa (PATRIOTA-MG)

Leur Lomanto Júnior (UNIÃO-BA)

Marcelo Álvaro Antônio (PL-MG)

Prof. Paulo Fernando (REPUBLICANOS-DF)

Samuel Viana (PL-MG)

Wellington Roberto (PL-PB)

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Foto – Bruno Spada/Câmara dos Deputados

STJD prevê suspensão de 2 anos e multa de R$ 100 mil a atletas condenados em esquema de apostas

Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) prevê que jogadores condenados no esquema de apostas investigado pelo Ministério Público de Goiás poderão sofrer punições duras na esfera esportiva. O STJD projeta suspensão de até dois anos, multa de R$ 100 mil e até o banimento nas competições esportivas.

“Com a identificação e comprovação da participação de atletas, os mesmos serão denunciados e punidos com penas de suspensão de 180 a 720 dias, cumulada com multa de até R$ 100 mil e, em casos de reincidência, a eliminação do atleta (penas previstas nos artigos 243 e 243-A. ambos do CBJD)”, informou a Procuradoria do tribunal, em comunicado.

O STJD informou também que “está investigando e apurando todo os casos deflagrados na Operação Penalidade Máxima”, em contato próximo com o Ministério Público de Goiás e a CBF, que tem parceria com a empresa Sportradar para identificar movimentações suspeitas nos sites de apostas em jogos dos campeonatos nacionais.

DECISÕES NA PRÓXIMA SEMANA

O tribunal deve começar a tomar decisões na próxima semana sobre os jogadores denunciados pelo MP. Alguns poderão sofrer suspensão provisória, de 30 dias. O STJD enfatizou que “não há nenhuma hipótese de paralisação de qualquer competição ou anulação das partidas” porque não há indícios de participação dos clubes e das casas de apostas no esquema.

“Atentos e preocupados com a manutenção da credibilidade do futebol brasileiro, a Procuradoria destaca que vem atuando através da troca de informações e a colaboração entre as instituições (Ministério Público de Goiás x STJD) agindo para que todos os envolvidos sejam denunciados e levados a julgamento com base no que prevê o Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD)”, disse a Procuradoria, no comunicado.

Em sua segunda fase, a chamada Operação Penalidade Máxima aprofundou a investigação do Ministério Público de Goiás (MP-GO) e denunciou 14 jogadores à Justiça nesta semana. Outros atletas foram apenas citados em documento do MP, sem acusação formal. Alguns destes já foram afastados dos seus clubes nos últimos dias.

No total, 12 jogadores foram apartados das atividades cotidianas dos seus times: Vitor Mendes (Fluminense), Bryan Garcia e Pedrinho (Athletico-PR), Richard (Cruzeiro), Nino Paraiba (América-MG), Maurício (Internacional), Raphael Rodrigues (Avaí), Alef Manga e Jesus Trindade (Coritiba), Paulo Miranda (sem clube), Fernando Neto (São Bernardo) e Eduardo Bauermann (Santos).

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Foto – Lucas Figueiredo/CBF

Flávio Dino determina que PF investigue fraudes em jogos de futebol

O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou, nesta quarta-feira (10), que determinou que a Polícia Federal (PF) instaure inquérito para investigar indícios de manipulação de resultados em competições esportivas.

“Diante de indícios de manipulação de resultados em competições esportivas, com repercussão interestadual e até internacional, estou determinando hoje que seja instaurado Inquérito na Polícia Federal para as investigações legalmente cabíveis”, publicou o ministro da Justiça em seu perfil em uma rede social.

https://twitter.com/FlavioDino/status/1656399474938245128?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1656399474938245128%7Ctwgr%5Ee4d9f0ec4c316dcf97ff179cbd7e18330f0ca6e5%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fagenciabrasil.ebc.com.br%2Fesportes%2Fnoticia%2F2023-05%2Fflavio-dino-determina-que-pf-investigue-fraudes-em-jogos-de-futebol

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também se pronunciou sobre o assunto nesta quarta, informando, por meio de nota enviada à Agência Brasil, que o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, “enviou ofício à Presidência da República e ao Ministério da Justiça, solicitando que a Polícia Federal entre no caso, com o objetivo de centralizar todas as informações a respeito dos casos em investigação”.

Além disso, a entidade máxima do futebol brasileiro afastou qualquer possibilidade de interromper a edição 2023 do Campeonato Brasileiro e afirmou que trabalha “em conjunto com a Fifa [Federação Internacional de Futebol] e outras esferas internacionais para um modelo padrão de investigação”.

Denúncia do Ministério Público

O anúncio do ministro da Justiça foi feito um dia após o Ministério Público de Goiás (MP-GO) denunciar à Justiça 16 pessoas por fraudes para manipular resultados de 13 partidas de futebol (8 do Campeonato Brasileiro da Série A de 2022, 1 da Série B de 2022 e 4 de campeonatos estaduais de 2023) para favorecer apostas esportivas.

Segundo nota da assessoria de imprensa do MP-GO, a denúncia, assinada por promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Promotoria de Combate ao Crime Organizado, é resultado da Operação Penalidade Máxima II.

“Trata-se de atuação especializada visando ao aliciamento e cooptação de atletas profissionais para, mediante contraprestação financeira, assegurar a prática de determinados eventos em partidas oficiais de futebol e, com isso, garantir o êxito em elevadas apostas esportivas feitas pelo grupo criminoso em casas do ramo, como www.bet365.com e www.betano.com. O grupo se vale, ainda, de inúmeras contas de terceiros para aumentar seus lucros, ocultar reais beneficiários e registra a atuação de intermediadores para identificar, fornecer e realizar contatos com jogadores dispostos a praticar as corrupções”, declararam os promotores.

Entre os denunciados está o zagueiro Eduardo Bauermann, afastado pelo Santos na última terça-feira (9) de forma preventiva, “diante dos novos desdobramentos divulgados na Operação Penalidade Máxima II”.

Além do atleta do Peixe, foram denunciados os seguintes jogadores: Gabriel Tota (Ypiranga-RS), Victor Ramos (Chapecoense), Igor Cariús (Sport), Paulo Miranda (Náutico), Fernando Neto (São Bernardo) e Matheus Gomes (que atuou no Sergipe).

Mais nove pessoas (apostadores e membros da organização criminosa) também foram apontados na denúncia, que “esmiúça 23 fatos criminosos ocorridos durante as partidas, nas quais jogadores se comprometeram a cometer faltas para receber cartões e a cometer pênaltis. A organização criminosa visava apostar nos resultados e eventos induzidos e, desta forma, obter elevados ganhos”.

Por Agência Brasil – Rio de Janeiro

Foto – Fernando Torres/CBF

CBF solicita investigação da Polícia Federal sobre suspeitas de manipulação de resultados na Série A e B de 2022

Com relação às suspeitas de envolvimento de atletas de clubes das séries A e B do Campeonato Brasileiro de 2022, em possíveis atos de manipulação de resultados de partidas, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) informa que o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, enviou ofício à Presidência da República e ao Ministério da Justiça, solicitando que a Polícia Federal entre no caso, com o objetivo de centralizar todas as informações a respeito dos casos em investigação. A CBF, por sua vez, estará à disposição para dar todo o apoio necessário.

A CBF ressalta, ainda, que não há qualquer possibilidade de a competição atual ser suspensa. E vem trabalhando em conjunto com a FIFA e outras esferas internacionais para um modelo padrão de investigação. Vale lembrar que a entidade, que igualmente é vítima destes possíveis atos criminosos, não foi, até o momento, oficialmente informada pelas autoridades sobre os fatos.

Na reunião ocorrida no último dia 7/03, na sede da entidade, com a participação de Promotores e Procuradores de Justiça de diferentes estados do país e do Conselho Nacional do Ministério Público, a Confederação já havia se colocado à disposição para subsidiar situações desse tipo, sempre que acionada.

A CBF ressalta que, tão logo estejam comprovados os fatos, espera que as sanções cabíveis por parte do STJD sejam tomadas de forma exemplar. Mais uma vez, a entidade reforça que o campeonato não será suspenso, mas defende que a punição de atletas e demais participantes do esquema de fraudes aconteça de forma veemente.

“Venho trabalhando em conjunto com a FIFA, demais entidades internacionais, além de clubes e Federações brasileiros, com o intuito de combater todo e qualquer tipo de crime, fraude ou ilícito dentro do futebol. Defendo a suspensão preventiva baseada em suspeitas concretas e até o banimento do esporte em casos comprovados. Quem comete crimes não deve fazer parte do futebol brasileiro e mundial “, assinalou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.

VIA CBF

Foto – Lucas Figueiredo/CBF

Manipulação de apostas: quem são os jogadores suspeitos de envolvimento no esquema?

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) investiga um esquema de manipulação de apostas esportivas em partidas do Campeonato Brasileiro das Séries A e B de 2022 e partidas do Paulistão e do Campeonato Gaúcho deste ano. Jogadores cooptados por grupos criminosos recebiam até R$ 100 mil para provocar cartões amarelos e vermelhos ou realizar outras ações dentro de campo. Ao todo, sete jogadores estão na mira das autoridades.

Em abril, o MP, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI), deflagrou a segunda fase da Operação Penalidade Máxima – a primeira etapa foi realizada em fevereiro e mirava apenas jogos da Série B.

Três mandados de prisão, 16 de preventiva e 20 de busca e apreensão, foram cumpridos em 16 municípios de 20 Estados brasileiros diferentes, incluindo São Paulo e Rio.

Quais são os jogadores investigados?

EDUARDO BAUERMANN (SANTOS)

Santos x Avaí (Brasileirão, 05/11/2022): “Pagamento em montante ainda não precisado, porém certo que pelo menos R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) foram efetivamente entregues a Eduardo Bauermann antes mesmo da realização do jogo, para que Eduardo, jogador do Santos, fosse punido com cartão amarelo na partida (o que não ocorreu)”.

Botafogo x Santos (Brasileirão, 10/11/2022): “Bauermann, apesar de ter aceitado valores na rodada anterior, não “cumpriu” sua parte no acordo ao não ser punido com cartão amarelo. Por isso, na rodada imediatamente seguinte e ainda com a posse da quantia recebida, novamente aceitou a promessa de valores indevidos para, agora, ser expulso na partida”.

Bauermann e Romarinho, investigados pelo Ministério Público, conversam diretamente antes da partida contra o Botafogo, pelo Brasileirão de 2022.

KEVIN LOMONACO (RED BULL BRAGANTINO)

Red Bull Bragantino x América-MG (Brasileirão, 05/11/2022): “Promessa de pagamento de R$ 70.000,00 (setenta mil reais), dos quais R$ 30.000,00 (trinta mil reais) foram efetivamente entregues antes mesmo da realização do jogo, para que o atleta fosse punido com um cartão amarelo durante a partida.

Red Bull Bragantino x Portuguesa (Campeonato Paulista, 21/01/2023): “Promessa de pagamento de R$ 200.000,00 para que o atleta cometesse uma penalidade máxima no primeiro tempo da partida. A proposta foi recusada.

MORAES JR. (JUVENTUDE)

Palmeiras x Juventude (Brasileirão, 10/09/2022): “Promessa de pagamento de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), dos quais R$ 5.000,00 (cinco mil reais) foram efetivamente entregues antes mesmo da realização do jogo, para que o jogador fosse punido com um cartão amarelo durante a partida.”

Juventude x Fortaleza (Brasileirão, 17/09/2022): “A vantagem consistiu na promessa de pagamento de R$ 50.000,00 (trinta mil reais), dos quais R$ 20.000,00 (vinte mil reais) foram efetivamente entregues antes mesmo da realização do jogo, para que o jogador fosse punido com um cartão amarelo.”

Goiás x Juventude (Brasileirão, 05/11/2022): “Promessa de pagamento de R$ 50.000,00 (trinta mil reais), dos quais R$ 20.000,00 (vinte mil reais) foram efetivamente entreguesantes mesmo da realização do jogo, para que o jogador fosse punido com um cartão amarelo durante a partida.”

PAULO MIRANDA E GABRIEL TOTA (JUVENTUDE)

Juventude x Fortaleza (Brasileirão, 18/09/2022): “Promessa de pagamento de R$ 60.000,00(sessenta mil reais), dos quais R$ 5.000,00 (cinco mil reais) foram efetivamente entregues antes mesmo da realização do jogo, mediante pagamento na conta de GABRIEL (TOTA), jogador do JUVENTUDE, para posterior repasse ao atleta JONATHAN (PAULO MIRANDA), para que este, também jogador do JUVENTUDE,fosse punido com cartão amarelo na partida, o que foi efetivamente providenciado pelo jogador.”

Goiás x Juventude (Brasileirão, 05/11/2022): “Promessa de pagamento de R$ 50.000,00(cinquenta mil reais), dos quais R$ 10.000,00 (dez mil reais) foram efetivamente entregues antes mesmo da realização do jogo, mediante pagamento providenciado por ROMARIO HUGO DOS SANTOS para a conta de GABRIEL (TOTA), para posterior repasse a JONATHAN (PAULO MIRANDA), para que este,também jogador do JUVENTUDE, fosse punido com cartão amarelo na partida, oque foi efetivamente providenciado pelo jogador.”

IGOR CARIÚS (CUIABÁ)

Ceará x Cuiabá (Brasileirão, 16/10/2022): “Promessa de pagamento em montante total ainda não precisado, porém certo que R$ 5.000,00 (cinco mil reais) foram efetivamente entregues a Igor Aquino da Silva antes mesmo da realização do jogo, para que Igor, jogador do Cuiabá, fosse punido com cartão amarelo na partida, o que foi efetivamente providenciado pelo jogador”.

Palmeiras x Cuiabá (Brasileirão, 06/11/2022): “Pagamento de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) para que Igor Aquino da Silva (Igor Carius), jogador do Cuiabá, fosse punido com cartão amarelo na partida”.

FERNANDO NETO (OPERÁRIO)

Sport x Operário (Série B, 28/10/2022): “Promessa de pagamento de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), dos quais R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) foram efetivamente entregues a Fernando José da Cunha Neto antes mesmo da realização do jogo, para que Fernando, jogador do Operário, fosse punido com cartão vermelho”.

VICTOR RAMOS (CHAPECOENSE)

Guarani x Portuguesa (Paulistão, 08/02/2023): “Promessa de pagamento de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para que Victor Ramos Ferreira, jogador da Portuguesa, cometesse uma penalidade máxima. Posteriormente, em razão de Bruno, Ícaro e Zildo (três dos denunciados) aparentemente não terem encontrado outros jogadores para manipulação de resultado na mesma rodada, os denunciados não efetuaram pagamento antecipado ao atleta e posteriormente não fizeram a aposta na partida”.

Outros jogadores investigados são Nikolas Farias, zagueiro do Novo Hamburgo-RS e Fernando Jarro Pedroso, atacante do Inter de Santa Maria-RS. Os jogadores receberam a promessa de pagamento de R$ 80 mil e R$ 70 mil, respectivamente, para cometerem pênaltis em partidas do Gauchão.

VIA FUTEBOL INTERIOR

Foto – Bruno Santoni/Santos FC