Muita comida nas festas de fim de ano. A Anvisa dá dicas valiosas para você comer e não passar mal no Natal e Reveillon

As festas de fim de ano se aproximam e, com elas, o planejamento das iguarias e quitutes que vão reunir famílias e amigos em torno da mesa. Para garantir segurança sanitária no preparo das ceias e mais saúde no prato, a Anvisa reúne aqui algumas dicas importantes para orientar você desde a compra e a manipulação dos alimentos até o armazenamento das sobras. Confira!

De olho no prazo de validade

O prazo de validade é o intervalo de tempo no qual um alimento permanece seguro e adequado para o consumo, desde que armazenado segundo as condições estabelecidas pelo fabricante. Ele é determinado por meio de estudos e avaliações técnicas que verificam a segurança, a qualidade nutricional e características como sabor, aroma, cor e odor. Mesmo que um alimento fora da validade pareça bom, ele pode estar contaminado por fungos e bactérias. Portanto, consumir alimentos com a data de validade vencida pode adoecer você e seus convidados.

Faça da lupa sua conselheira

A lupa nas embalagens dos alimentos alerta sobre os altos teores de açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio. O símbolo aparece na parte frontal das embalagens, com o objetivo de chamar a atenção do consumidor para o fato de que o respectivo produto deve ser consumido com moderação. A ideia é promover escolhas nutricionais mais saudáveis. Nessa época, é comum deixar as dietas de lado, mas também não precisa chutar o pau da barraca, não é mesmo?

Embalagens com danos? Promoção que não vale a pena!

Na hora das compras, é importante verificar se os produtos estão conservados nas temperaturas e nas condições adequadas. Alimentos resfriados e congelados merecem atenção, pois o comerciante deve manter esses produtos nas temperaturas recomendadas. É fundamental conferir a integridade das embalagens, ou seja, observe se não há sinal de danos, como umidade, rasgos, furos e amassamentos.  

Em casa, guarde os produtos conforme as orientações do fabricante, que estão presentes no rótulo. Alimentos conservados em temperaturas superiores às necessárias podem ser foco de multiplicação de micróbios perigosos.

Crus e cozidos: cada um no seu quadrado

Evite o contato de alimentos crus com alimentos cozidos. Além disso, lave os utensílios usados no preparo de alimentos crus antes de utilizá-los em alimentos cozidos. Isso deve ser feito porque os alimentos crus podem conter micróbios perigosos. A intenção é não transferir os possíveis micróbios dos alimentos crus para os cozidos durante a preparação. Na hora de armazená-los, vale a mesma regra: guarde os alimentos crus e os cozidos em embalagens ou recipientes exclusivos e fechados. 

Higienização de frutas e verduras

Alguns alimentos precisam ser higienizados antes de seu preparo. Frutas e verduras, por exemplo, podem carregar micróbios do seu ambiente natural. Lave esses alimentos em água corrente para retirar as sujeiras visíveis, como terra e insetos. Feito isso, deixe-os de molho em uma solução própria para sanitização e enxágue-os.

Use somente sanitizantes regularizados na Anvisa e que sejam indicados para alimentos. É importante seguir as orientações do fabricante sobre a diluição adequada e o tempo de contato. Assim, você garante a eliminação dos micróbios e evita o risco de contaminação do alimento com substâncias perigosas. 

É FAKE!

O uso de vinagre para higienizar frutas, legumes e verduras não tem nenhuma eficácia! O vinagre não é desinfetante ou sanitizante. É verdade que ele possui um ácido em sua composição, o ácido acético, mas esse ingrediente é tão diluído que não tem efetividade. Portanto, não se deixe levar pelo que dizem as redes sociais…

Lavar carnes? Jamais!

Lavar as carnes com água não remove os microrganismos e a ação pode propagar bactérias para outros alimentos, que é quando ocorre a chamada ‘contaminação cruzada’. Ao lavar o frango, por exemplo, no jato da torneira, a água que escorre e espirra se torna um agente transmissor, carregando as bactérias para os locais com que tiver contato, sejam bancadas, esponjas, louças ou comidas ao redor. Ainda que faça uso de uma tigela de água, você reduz os respingos, mas não a disseminação de germes. Lavar a carne, seja frango, peru, carne vermelha ou pescados, é um erro. O cozimento na temperatura adequada é suficiente para eliminar as bactérias. Quase nenhuma bactéria resiste ao calor intenso.

Descongelamento correto

Não descongele alimentos em temperatura ambiente. O descongelamento deve ser realizado em condições de refrigeração, em temperatura inferior a 5º C, ou em forno de micro-ondas, quando o alimento for submetido imediatamente ao cozimento. Não se deve tirar um alimento do freezer e colocar sobre a bancada da pia para degelar até a hora do preparo porque os micróbios se multiplicam muito rapidamente. Mantendo a temperatura abaixo dos 5º C e acima dos 60º C, sua multiplicação é retardada e até evitada. 

E o que a Anvisa diz dos panos de prato?

Nas cozinhas dos restaurantes, normas da Anvisa proíbem a utilização de panos de prato. Mas, nas casas, o papo é outro…

O papo é outro, mas é preciso tomar as devidas precauções.

O pano de prato acumula umidade e restos de alimentos, combinação perfeita para a proliferação de microrganismos. O que fazer para evitar riscos à saúde?

1) Use panos de prato diferentes para secar utensílios e mãos.

2) Troque o pano de prato diariamente e sempre que ele estiver muito úmido, como num dia de atividade intensa na cozinha.

3) Lave os panos de prato separadamente de outras roupas, com água quente e sabão, deixando-os secar bem.

4) Nunca ponha o pano de prato no ombro. Mantenha-o em um suporte quando não precisar dele.

5) No caso de secagem de superfícies, dê preferência a toalhas de papel.

Restodontê, o resto de ontem

Os alimentos não devem ficar em temperatura ambiente, principalmente em lugares onde faz muito calor, por mais de duas horas após o término da ceia. Transfira as sobras dos pratos para potes com tampas que tenham boa vedação e refrigere-os logo após. Isso impede a entrada de ar e umidade.

Apesar da expressão “enterro dos ossos” ter-se popularizado, o ideal é remover os ossos das carnes grandes, como peru e pernil, por exemplo, para melhorar a refrigeração. Sem contar que você evitará a superlotação na geladeira e garantirá a circulação do ar frio. As sobras, no geral, podem ser consumidas em até três dias, se mantidas em temperaturas abaixo de 4º C e tomados todos os cuidados. Alimentos com maionese e ovos crus exigem atenção redobrada.

Boas festas!