Com problemas hídricos e incerteza climática, safra de cana em SP enfrenta declínio

O segundo relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sobre a safra de cana-de-açúcar 2024/25 em São Paulo revela um cenário desafiador para os produtores, com uma redução na produtividade devido à grave escassez de água. Embora haja um leve aumento na produção total comparado à estimativa anterior, o volume final de produção será inferior ao da safra passada.

Apesar de uma expansão na área colhida, a produtividade por hectare sofreu uma queda acentuada. A previsão é de que a produção de açúcar seja priorizada devido aos preços mais elevados, mas a quantidade total de açúcar produzida será menor em relação à safra anterior.

A produção de etanol também deverá diminuir. Apesar da redução no rendimento das lavouras, o ATR (Açúcar Total Recuperável) médio deve se manter próximo ao do ciclo anterior, com uma leve variação positiva.

Embora a safra atual de cana-de-açúcar apresente índices de declínio, São Paulo deve registrar a segunda maior safra desde 2017/2018. A safra anterior estabeleceu um recorde.

Preços de hortaliças e frutas continuam a cair nos mercados brasileiros

Pelo segundo mês consecutivo, a maioria das hortaliças e frutas vendidas nos principais mercados atacadistas do Brasil viu uma queda nos preços. O último boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta sexta-feira (16) revela que a cenoura teve uma redução média de até 47,69% e o tomate, 43,96% em comparação com junho.

A redução nos preços da cenoura é atribuída ao aumento da oferta nos atacados. Em julho, a quantidade de cenouras nos centros de distribuição aumentou em 8,9% e não está concentrada apenas em Minas Gerais. Já a queda no preço do tomate é resultado de uma oferta 13% superior à de junho, o maior volume registrado em 2024.

No caso da batata, a entrada da safra de inverno provocou uma estabilização nos preços, que haviam subido nos meses anteriores. Apesar disso, os preços permaneceram elevados, com uma alta de 68% em relação ao ano passado, passando de R$ 3,46 para R$ 5,82 por quilo na Ceagesp de São Paulo. A cebola, por outro lado, viu uma redução de 11,14% nos preços devido ao aumento da oferta.

A alface teve uma variação mínima de preço, com uma alta de 1% em relação ao mês anterior, mas observou-se uma queda significativa em alguns mercados. Entre as frutas, bananas, maçãs, mamões e melancias apresentaram quedas de preços em julho. A redução nos preços do mamão foi particularmente acentuada, com uma queda de 19,57%, devido ao aumento da colheita e ao clima favorável.

A diminuição na demanda, influenciada pelas férias escolares, também contribuiu para a queda nos preços das frutas. No entanto, a laranja apresentou uma tendência oposta, com um aumento médio de 6,91% nos preços. Esse aumento é atribuído à alta demanda para a moagem da fruta e aos baixos estoques de suco, refletindo nas cotações no atacado e varejo.

Governo libera R$ 6,7 bilhões para garantir arroz para população

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, na última sexta-feira, 24 de maio, a Medida Provisória (MP) nº 1.225/2024, que autoriza a compra pública, pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), através da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de arroz beneficiado importado. Os estoques adquiridos serão destinados à venda direta para mercados de vizinhança, supermercados, hipermercados, atacarejos e outros estabelecimentos comerciais com ampla rede de pontos de venda nas regiões metropolitanas.

Ao todo, foram liberados R$ 7,2 bilhões para a compra de até 1 milhão de toneladas de arroz estrangeiro que serão comercializadas com a logomarca do Governo Federal e chegarão ao consumidor com o preço tabelado de R$ 4 por quilo. O objetivo é garantir que o cereal chegue diretamente ao consumidor final, assegurando o abastecimento alimentar em todo o território nacional, que pode ser afetado pela tragédia climática no Rio Grande do Sul. O estado é responsável pela produção de 70% do arroz consumido no Brasil.

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, destacou a importância desta iniciativa. “Esta medida provisória é um passo crucial para garantir a segurança alimentar de todo o povo brasileiro”, afirmou.


*Com informações da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República