Defesa alega problemas de saúde, mas laudos oficiais não confirmam
A equipe médica da penitenciária onde Elizabete Arrabaça está detida temporariamente há mais de um mês concluiu que ela não apresenta doenças graves que justifiquem uma mudança no regime de prisão. Apesar disso, a defesa da mulher, acusada de envenenar a filha, Natália Garnica, e a nora, Larissa Rodrigues, insiste que ela deveria cumprir prisão domiciliar com base em laudos médicos particulares.
Segundo os advogados, Elizabete possui histórico de doenças como labirintite, Parkinson e osteoporose. O advogado Bruno Corrêa critica o atendimento prestado à cliente e alega que documentos anteriores confirmam os diagnósticos.
“O que a gente comprova essas doenças são de laudos que ela possui, de médicos particulares, que ela possui ao longo da vida. Então, por exemplo, de doença diagnosticada no ano de 2014, 2021, ela teve cirurgia de vértebra […] Como é que um médico faz um atendimento tão superficial com um histórico comprovado de inúmeras doenças”, declarou Corrêa.
Apesar das alegações, a Justiça já negou quatro pedidos de habeas corpus.
A Polícia Civil segue investigando os casos. A morte de Natália foi inicialmente tratada como suspeita, mas após a exumação do corpo e exames do IML, foi identificado veneno de rato em três órgãos da vítima. A análise revelou que a substância é diferente da que matou Larissa, embora ambas pertençam ao mesmo grupo de produtos tóxicos.
A principal linha de investigação aponta Elizabete como suspeita. A acusada enviou uma carta à Justiça tentando apresentar outra versão dos fatos.
“Nathália teria adulterado cápsulas de omeprazol com chumbinho em uma tentativa de suicídio. Larissa teria ingerido essas cápsulas de forma acidental”, escreveu Elizabete. Contudo, os laudos técnicos contradizem essa versão, reforçando as suspeitas de homicídio doloso.
O Ministério Público afirma que Elizabete e o filho, o médico Luiz Antonio Garnica — marido de Larissa —, podem ser condenados a mais de 30 anos de prisão por crimes como feminicídio e uso de veneno. A defesa do médico contesta qualquer envolvimento.
“Ele sequer pode ser denunciado por feminicídio, porque não há qualquer indício concreto. Não existe conversa, mensagem, nada que comprove uma combinação entre eles”, argumentou o advogado Júlio Mossin.
Ambos continuam presos temporariamente e devem prestar novos depoimentos à polícia na próxima semana.
Esta matéria contém informações da EPTV.