CP da Cultura debate preservação dos edifícios da região central de Ribeirão Preto

Na tarde desta terça-feira, 28, a Comissão Permanente de Esporte, Cultura, Turismo, Recreação e Lazer realizou sua 30ª reunião ordinária, encerrando um ciclo de debates sobre a preservação dos patrimônios históricos no centro de Ribeirão Preto. O encontro contou com a participação dos vereadores Matheus Moreno (MDB), presidente da Comissão, Sergio Zerbinato (PSDB) e Gláucia Berenice (REP), além da historiadora Tânia Cristina Registro e do ex-presidente do CONPPAC, Cláudio Bauso.

Durante a reunião, a historiadora Tânia Cristina Registro destacou a importância do Museu da Imagem e do Som – José da Silva Bueno, considerado um dos edifícios mais significativos da região. Ela enfatizou a necessidade de preservar documentos antigos, afirmando que “o cuidado com os documentos antigos é essencial, pois eles são parte integrante de nossa história e não podem ser apagados”. Tânia Cristina também chamou a atenção para a importância de investimentos municipais na conservação deste valioso acervo.

Cláudio Bauso, por sua vez, reforçou a relevância de uma participação ativa na vida cultural da cidade, destacando que “Ribeirão é um arquivo aberto. É necessário investimento para que a nossa história permaneça”. Ele salientou a importância de se manter viva a memória da cidade por meio de ações concretas de preservação.

A Comissão Permanente de Esporte, Cultura, Turismo, Recreação e Lazer tem realizado reuniões periódicas para discutir temas sensíveis relacionados à preservação dos patrimônios públicos de Ribeirão Preto, buscando soluções e promovendo a conscientização sobre a importância da história local.

Restauro do Palacete Camilo de Mattos já tem data para ser entregue

Um dos mais importantes prédios históricos de Ribeirão Preto, o Palacete Camilo de Mattos, terá a primeira parte da sua obra de restauração entregue à população no dia 19 de junho, aniversário da cidade.   

Na primeira etapa, o projeto contempla a recuperação da fachada, hall de entrada e um dormitório. O anúncio aconteceu durante reunião entre um dos proprietários do imóvel e a Secretaria Municipal da Cultura e Turismo. “O objetivo da visita foi comunicar o fim da primeira etapa da obra, que dará uma maior visibilidade do Palacete e uma nova perspectiva de restauro em termos de uma residência que foi construída em 1922”, afirma Ricardo César Massaro, um dos proprietários do imóvel.

Para o secretário da Cultura e Turismo, Pedro Leão, será um momento único para a cidade e, principalmente, para a população, que merece receber esse presente em uma data tão significativa. “O restauro do Palacete nos faz revisitar a história e reviver os tempos áureos do café. A Praça XV de Novembro ganhará ainda mais brilho com esta conquista”.

Em 2017, o Palacete Camilo de Mattos foi adquirido pelos amigos Ricardo e Marcos Mattos (que faleceu em 2021 por complicações da COVID-19) e, desde então, recebeu obras de consolidação necessária para interromper a continuidade dos danos no telhado, calhas, paredes e fundação. Também foi realizada prospecções investigativas para determinar as formas, tamanho e cores das pinturas parietais decorativas das paredes dos cômodos e, somadas as prospecções, poder determinar as cores das paredes.

Sobre o Palacete Camilo de Mattos

Localizado na rua Duque de Caxias, nº 625, esquina com a rua Tibiriçá, o suntuoso Palacete construído na década de 20, com estilo eclético, características burguesas e sua fachada principal voltada para a Praça XV. Sua planta segue os moldes das elites cafeeiras da época, com pressupostos do urbanismo moderno, recuos frontais e laterais para insolação e ventilação da construção, além do porão para nivelar a casa no terreno irregular.

Com cerca de 600 metros quadrados de área construída, o Palacete possui 11 cômodos na parte inferior e oito na superior, totalizando 19. A área total do terreno é de aproximadamente mil metros quadrados.

O advogado Joaquim Camilo de Mattos, ou como era conhecido, Camilo de Mattos, deu início à construção de sua residência em 1920. Projetada por Antônio Soares Romêu, foi construída por Ernesto Terreri e Paschoal de Vincenzo (os mesmos construtores do Edifício Diederichsen) e concluída por volta de 1922.

A construção atendeu as necessidades de uma residência, mas era necessário também ter um escritório para Camilo de Mattos atender seus clientes, que ficava no pavimento térreo e o acesso dava-se pela rua Duque de Caxias.

A planta segue o modelo tripartido, divido em áreas sociais (escritório, hall, sala de visitas e de jantar), íntimas (quartos no pavimento superior) e de serviços (cozinha e dispensa), além de uma pequena casa nos fundos do terreno para funcionários e garagem para automóvel. Este palacete é um dos últimos exemplares desta tipologia de residências, com características burguesas, construídas no início do século XX. A maioria já foi demolida para dar lugar a grandes edifícios e estacionamentos.

Camilo de Mattos teve uma vida política intensa em Ribeirão Preto, exercendo os cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador, e a localização do Palacete era estratégica, pois Camilo de Mattos podia ir andando até o Palácio Rio Branco, então a prefeitura de Ribeirão Preto.

Ribeirão Preto formaliza licitações para construção de Reserva Técnica

A Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, por meio da Secretaria da Cultura e Turismo, realizou nesta quarta-feira, 24, no Complexo de Museus, a cerimônia de assinatura da Formalização da Demanda para Licitações de construção da Reserva Técnica e contratação do Inventário do acervo do Complexo dos Museus Histórico e do Café.

Na ocasião, o prefeito Duarte Nogueira e o secretário da Cultura e Turismo, Pedro Leão, assinaram os documentos, além de apresentarem detalhes do projeto de construção da Reserva Técnica junto ao presidente do Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural (Conppac), Lucas Pereira, e Moacyr Corsi, diretor da empresa Corsi Arquitetura, contratada para elaborar o projeto da Reserva.

“A construção dessa reserva técnica dos nossos museus resgata a memória afetiva e histórica da nossa cidade. Fortalece a ligação que o ribeirão-pretano tem com a preservação dos patrimônios do município. E tem muito a ver com o que a gente vem falando sobre nossos projetos, de poder falar do futuro. Porque para traçarmos o futuro precisamos conhecer e respeitar o passado”, afirmou o prefeito Nogueira Duarte.

Para o secretário da Cultura e Turismo, Pedro Leão, a aprovação do projeto e autorização para processos licitatórios foram passos importantes para resolver um problema histórico de salvaguarda do acervo, para que as etapas de restauro dos prédios sejam iniciadas. “Foi um processo longo, mas muito eficiente no que diz respeito à preservação do patrimônio público. Nós saímos hoje daqui, muito mais ribeirão-pretanos”, completou.

Reserva Técnica

A aprovação do projeto de construção da Reserva Técnica aconteceu no dia 15 de janeiro, em reunião ordinária do Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural (Conppac), com participação de membros do poder público municipal, representantes da empresa responsável pelo projeto, membros do Conppac, especialistas na área de patrimônio e sociedade civil organizada.

A Reserva Técnica será construída atrás da Casa do Colono e terá uma área total de 1.211,52 m², sendo térreo, pavimento inferior e pavimento superior. O projeto foi desenhado de maneira que o pavimento térreo (intermediário) possa acessar diretamente o nível do Museu do Café e a altura da nova edificação não ultrapasse a altura desta edificação histórica. Estima-se que a obra tenha um custo de R$ 4 milhões.

Inventário Acervo Museu Histórico e Museu do Café

Durante a cerimônia, foram apresentados detalhes sobre o serviço de elaboração do inventário dos acervos do Museu Histórico e de Ordem Geral e Museu do Café, que irá resguardar e garantir que o acervo seja organizado de forma sistematizada em banco de dados e salvaguardado na Reserva Técnica que será construída.

Estima-se cerca de 6 mil objetos que serão organizados sob uma mesma tipologia, higienizados, etiquetados, catalogados, fotografados e embalados. Para este trabalho, será envolvida equipe de técnicos e especialistas como conservadores, agentes de acervo, inventariantes, fotógrafo, museóloga, historiadora e especialista em obras de gesso e especialista em mitigação de térmitas (controle de pragas). O valor dos serviços será por volta de R$ 380 mil reais.