Um dos mais importantes prédios históricos de Ribeirão Preto, o Palacete Camilo de Mattos, terá a primeira parte da sua obra de restauração entregue à população no dia 19 de junho, aniversário da cidade.
Na primeira etapa, o projeto contempla a recuperação da fachada, hall de entrada e um dormitório. O anúncio aconteceu durante reunião entre um dos proprietários do imóvel e a Secretaria Municipal da Cultura e Turismo. “O objetivo da visita foi comunicar o fim da primeira etapa da obra, que dará uma maior visibilidade do Palacete e uma nova perspectiva de restauro em termos de uma residência que foi construída em 1922”, afirma Ricardo César Massaro, um dos proprietários do imóvel.
Para o secretário da Cultura e Turismo, Pedro Leão, será um momento único para a cidade e, principalmente, para a população, que merece receber esse presente em uma data tão significativa. “O restauro do Palacete nos faz revisitar a história e reviver os tempos áureos do café. A Praça XV de Novembro ganhará ainda mais brilho com esta conquista”.
Em 2017, o Palacete Camilo de Mattos foi adquirido pelos amigos Ricardo e Marcos Mattos (que faleceu em 2021 por complicações da COVID-19) e, desde então, recebeu obras de consolidação necessária para interromper a continuidade dos danos no telhado, calhas, paredes e fundação. Também foi realizada prospecções investigativas para determinar as formas, tamanho e cores das pinturas parietais decorativas das paredes dos cômodos e, somadas as prospecções, poder determinar as cores das paredes.
Sobre o Palacete Camilo de Mattos
Localizado na rua Duque de Caxias, nº 625, esquina com a rua Tibiriçá, o suntuoso Palacete construído na década de 20, com estilo eclético, características burguesas e sua fachada principal voltada para a Praça XV. Sua planta segue os moldes das elites cafeeiras da época, com pressupostos do urbanismo moderno, recuos frontais e laterais para insolação e ventilação da construção, além do porão para nivelar a casa no terreno irregular.
Com cerca de 600 metros quadrados de área construída, o Palacete possui 11 cômodos na parte inferior e oito na superior, totalizando 19. A área total do terreno é de aproximadamente mil metros quadrados.
O advogado Joaquim Camilo de Mattos, ou como era conhecido, Camilo de Mattos, deu início à construção de sua residência em 1920. Projetada por Antônio Soares Romêu, foi construída por Ernesto Terreri e Paschoal de Vincenzo (os mesmos construtores do Edifício Diederichsen) e concluída por volta de 1922.
A construção atendeu as necessidades de uma residência, mas era necessário também ter um escritório para Camilo de Mattos atender seus clientes, que ficava no pavimento térreo e o acesso dava-se pela rua Duque de Caxias.
A planta segue o modelo tripartido, divido em áreas sociais (escritório, hall, sala de visitas e de jantar), íntimas (quartos no pavimento superior) e de serviços (cozinha e dispensa), além de uma pequena casa nos fundos do terreno para funcionários e garagem para automóvel. Este palacete é um dos últimos exemplares desta tipologia de residências, com características burguesas, construídas no início do século XX. A maioria já foi demolida para dar lugar a grandes edifícios e estacionamentos.
Camilo de Mattos teve uma vida política intensa em Ribeirão Preto, exercendo os cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador, e a localização do Palacete era estratégica, pois Camilo de Mattos podia ir andando até o Palácio Rio Branco, então a prefeitura de Ribeirão Preto.