O juiz considerou que retirada dos aviões poderia levar Voepass à falência
A Voepass Linhas Aéreas obteve uma decisão judicial que suspende por 60 dias a adoção de ações por parte de credores que possam afetar a operação da empresa, incluindo a busca e apreensão de aeronaves alugadas.
A decisão foi proferida na última sexta-feira (14) pela Vara Regional de Competência Empresarial e Conflitos Relacionados à Arbitragem de Ribeirão Preto, a pedido da companhia, como medida cautelar antecipada.
O juiz José Guilherme Di Rienzo Marrey considerou que a retirada das aeronaves da frota pelos arrendadores poderia levar à falência da Voepass, que está em processo de reestruturação financeira.
Em contratos essenciais para a continuidade e recuperação das empresas, a superação da crise econômico-financeira das devedoras deve ser priorizada, visando a manutenção da operação e, consequentemente, a preservação de empregos e o atendimento aos interesses dos credores de maneira geral.
Em nota, a Voepass comunicou que a tutela cautelar foi concedida pela Justiça e, a partir de agora, iniciará as negociações com seus credores, tanto pessoas físicas quanto jurídicas.
Atualmente, a Voepass opera com 11 aeronaves e mantém sua malha aérea, com voos comerciais para mais de 16 destinos, atendendo a todas as regiões do Brasil.
Em relação aos pagamentos, a empresa também informou na cautelar que a Latam, com quem mantém um acordo de codeshare, deixou de realizar o pagamento de cerca de R$ 35 milhões pela operação de quatro aeronaves, sem apresentar justificativa. A Voepass alega que o valor deixou de ser repassado após o acidente com uma aeronave que resultou na morte de 62 pessoas em Vinhedo, em agosto de 2024.
A falta de pagamento agravou a crise financeira que a empresa enfrentava desde a pandemia de Covid-19, período em que houve paralisação de voos e uma hibernação das atividades por três meses. Até o fechamento desta matéria, a Latam não se manifestou sobre o assunto.
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