Farmácias brasileiras iniciam venda de eletrocardiograma doméstico

O primeiro eletrocardiograma de uso doméstico já está disponível nas farmácias do Brasil. Nomeado Complete, o dispositivo foi desenvolvido pela multinacional japonesa Omron Healthcare e apresentado em congressos de cardiologia nos Estados Unidos e no Brasil. Nas redes de drogarias como Pague Menos, Sinete, Extrafarma, São Paulo e Pacheco, o aparelho é vendido por aproximadamente R$ 1.500.

O equipamento realiza eletrocardiogramas e mede a pressão arterial simultaneamente, sendo fácil de usar por qualquer pessoa. O resultado, que não substitui um laudo médico, é enviado ao médico em cerca de 30 segundos após a utilização, desde que o aplicativo adequado seja baixado.

A ideia para a criação do aparelho surgiu de uma recomendação da Sociedade Europeia de Cardiologia, que, em 2021, sugeriu a realização de eletrocardiogramas diários para pacientes acima de 65 anos, especialmente devido à fibrilação atrial, uma condição que afeta mais de 5 milhões de brasileiros.

Essa doença, caracterizada por batimentos cardíacos irregulares, eleva o risco de AVC em indivíduos não diagnosticados. Os principais sinais de alerta incluem arritmias, e entre 14% a 22% dos casos estão relacionados à hipertensão.

A fibrilação atrial é três vezes mais comum em pessoas com hipertensão, e estudos mostram que hipertensos com mais de 65 anos têm três vezes mais probabilidade de desenvolver essa condição em comparação aos que possuem pressão arterial normal. Além disso, esses pacientes têm cinco vezes mais chances de sofrer um AVC.

O que é fibrilação atrial, doença que afetou o técnico Tite

Batimentos acelerados e descompassados do coração podem ser sinais de uma doença comum que atinge cerca de 2 milhões de pessoas por ano no Brasil: a fibrilação atrial. Trata-se de um tipo muito comum de arritmia cardíaca, em que os átrios se contraem de maneira desordenada.

O técnico Tite, do Flamengo, sofreu recentemente um mal-estar causado pela doença durante um jogo da Libertadores em La Paz, Bolívia, cidade localizada a 3.600 metros acima do nível do mar. Foi internado e já está liberado para o tratamento em casa.

“Na maioria das vezes, o tratamento é clínico, com uso de anticoagulantes que impedem a formação de coágulos – trombos no coração -, diminuindo a chance de ter AVC. O controle da arritmia também pode ser tentado com remédios e até mesmo a cardioversão elétrica (choque), um procedimento bastante seguro de ser realizado”, afirma o Dr. Guy Prado, cardiologista do Hospital Evangélico de Sorocaba (HES).

SINTOMAS MAIS COMUNS

As palpitações (sensação de batimentos cardíacos rápidos) são os primeiros sinais, acompanhadas, muitas vezes, de dor ou desconforto no peito e de falta de ar.

Em casos de palpitações muito significativas (em que ocorrem batimentos cardíacos muito rápidos), pode ocorrer queda da pressão arterial e até mesmo desmaio.

“São menos comuns pacientes assintomáticos, ou seja, que não sentem nenhum desconforto. Nesses casos, é detectada a doença através de exames complementares”, explica o cardiologista do HES.

FATORES DE RISCO

A fibrilação atrial está associada a vários fatores de risco que podem contribuir para seu desenvolvimento. Entre os principais fatores estão a hipertensão arterial, que sobrecarrega o coração e pode levar a alterações estruturais nos átrios; doenças cardíacas, como insuficiência cardíaca, doenças valvares e doença arterial coronariana; e o diabetes.

Outros fatores incluem o consumo excessivo de álcool, que pode desencadear episódios de fibrilação atrial isoladamente, e o histórico de apneia do sono, uma condição que afeta a respiração e pode agravar problemas cardíacos.

Além disso, fatores genéticos e o avanço da idade também desempenham um papel significativo, uma vez que a probabilidade de desenvolver fibrilação atrial aumenta com a idade. Identificar e gerenciar esses fatores de risco são cruciais para prevenir a fibrilação atrial e reduzir a probabilidade de complicações associadas.

Dia Mundial do Coração; Confira cuidados para saúde

O Dia Mundial do Coração, celebrado hoje, 29, nos lembra da importância de cuidar da saúde cardiovascular. Manter o coração em bom funcionamento envolve a adoção de hábitos de vida saudáveis, como a prática regular de exercícios físicos, uma alimentação equilibrada, controle de peso, redução do consumo de tabaco e álcool, e a gestão eficaz do estresse.

Segundo a Dra. Vanessa Pesciotto, cardiologista do Hospital Regional de Jundiaí, administrado pelo Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês (IRSSL), o coração é um órgão notável que trabalha incansavelmente para bombear cerca de sete litros de sangue em um indivíduo adulto de 70kg. Manter a saúde cardíaca é fundamental para garantir o bem-estar ao longo dos anos.

A Dra. Vanessa oferece dicas valiosas para promover a longevidade do coração. Os principais fatores prejudiciais incluem tabagismo, sedentarismo, obesidade, dieta rica em gorduras saturadas, sódio e açúcar, especialmente em pessoas com histórico familiar de doenças como diabetes, hipertensão e obesidade, além do estresse não gerenciado e doenças não tratadas, como a hipertensão e o diabetes.

Exercícios

No que diz respeito aos exercícios físicos, a recomendação é praticar pelo menos 150 minutos por semana de atividade aeróbica, como caminhada, dança, natação, ciclismo ou esteira, combinados com exercícios de resistência muscular, como pilates ou musculação. É importante destacar que, para aqueles com condições médicas crônicas ou sintomas de mal-estar, é crucial consultar um médico antes de iniciar qualquer atividade física.

Dieta

Uma dieta saudável também desempenha um papel fundamental na saúde do coração. Alimentos como vegetais de folhas verdes escuras, frutas frescas, peixes ricos em ômega-3 e sementes são recomendados. O azeite extravirgem de baixa acidez é uma opção saudável para temperar saladas, mas evitar fritar com ele é essencial.

Além disso, o controle do estresse e a busca por qualidade de vida, sono adequado e momentos de lazer são essenciais para um coração mais saudável. Lembrar-se de que o estresse pode afetar a saúde cardíaca ressalta a importância de equilibrar o bem-estar físico e mental.

Faustão passa por exames de rotina no Hospital Albert Einstein

O renomado apresentador de televisão, Faustão, foi internado no Hospital Israelita Albert Einstein na última segunda-feira (18) para a realização de exames de rotina após seu recente transplante cardíaco. De acordo com o boletim médico divulgado nessa quarta-feira (20), esses exames são parte do protocolo padrão para avaliar o funcionamento do coração e detectar possíveis sinais de rejeição.

No final de agosto, Faustão passou por um delicado procedimento de transplante de coração e, em 10 de setembro, recebeu alta hospitalar. Em um emocionante vídeo de agradecimento, o apresentador expressou sua gratidão pelas mensagens de apoio e solidariedade que recebeu durante sua jornada de saúde, além de fazer um comovente agradecimento à família do doador. Atualmente, Faustão está em fase de recuperação e planeja três meses de fisioterapia para sua completa reabilitação.

Este acompanhamento médico minucioso faz parte do processo de garantir que Faustão continue a progredir em sua recuperação pós-transplante.

Faustão aparece bem em vídeo após transplante de coração

O apresentador Fausto Silva, conhecido como Faustão, fez sua primeira declaração nas redes sociais nesta quinta-feira, 31, após passar por um transplante de coração. Ele afirmou: “Não sinto nada, nenhuma dor. Estou completamente recuperado.”

Faustão agradeceu as mensagens de carinho e desejos de melhora, relatando sua “recuperação fantástica”. Surpreendentemente, ele já está caminhando, apenas três dias após a cirurgia.

Em um relato emocionado, Faustão expressou sua gratidão à família do doador do órgão, um homem chamado Fábio, de 35 anos, descrito como atleta, surfista e jogador de futebol.

“Agradeço ao José, que teve uma grandiosidade incrível e generosidade absurda e proporcionou que eu continuasse vivo. Eternamente grato ao José Pereira da Silva. Um homem simples. Eu fico emocionado, porque ele deixou que eu vivesse de novo”, disse o apresentador.

Faustão expressou seu desejo de honrar a memória do filho do doador e incentivou a conscientização sobre a doação de órgãos no Brasil: “Agora é motivar todo mundo a fazer do país o primeiro doador de órgãos do mundo. Temos que conscientizar, não tem que ser obrigatório.”

Faustão, de 73 anos, recebeu o transplante de coração no domingo, 27, vindo de Santos, no litoral paulista, por helicóptero.

De acordo com a Secretaria de Saúde de São Paulo, após a disponibilidade do órgão, doze pacientes foram selecionados com base nos critérios de transplante, sendo que quatro tinham prioridade. Faustão estava na segunda posição e recebeu o órgão após o paciente que estava em primeiro lugar recusá-lo.

A esposa de Faustão, Luciana Cardoso, compartilhou uma carta de agradecimento após a cirurgia bem-sucedida, destacando a generosidade da família do doador que permitiu não apenas a recuperação de Faustão, mas também de outros receptores de órgãos.

A fila de transplantes no Brasil segue critérios como estado de saúde, compatibilidade sanguínea e gravidade, com monitoramento para evitar duplicações de inscrições e garantir respeito às normas legais.

Transplantes de coração no Brasil: espera pode levar menos de um mês

Após a notícia da insuficiência cardíaca de Fausto Silva e seu subsequente transplante cardíaco, o sistema brasileiro de transplantes de órgãos tem sido alvo de especulações e boatos falsos. Considerado o maior sistema público de transplantes no mundo, ele tem eficiência e rapidez como pilares, de acordo com o Ministério da Saúde.

Especialistas destacam que a eficiência e rapidez são vitais para salvar vidas. O Ministério afirma que um em cada quatro transplantes cardíacos ocorre em menos de 30 dias. Em 2023, foram realizados 262 transplantes de coração, 72 deles em menos de um mês. Mais da metade dos pacientes recebeu o novo órgão em até 90 dias. A Coordenadora do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), Daniela Salomão, ressalta que o tempo é imprevisível.

A fila única para transplantes de coração no Brasil tem atualmente 379 pessoas. As listas são gerenciadas pelas Centrais Estaduais de Transplantes e os órgãos não utilizados no estado de origem são direcionados à Central Nacional de Transplantes, que busca um receptor na lista única.

A lista segue critérios de ordem de chegada e, em seguida, critérios técnicos como tipo sanguíneo, compatibilidade genética e estado de saúde. A equipe médica pode recusar um órgão se o estado de saúde do primeiro da fila não for adequado.

No Brasil, foram realizados 262 transplantes de coração até agosto de 2023, 20% a mais que no mesmo período do ano anterior. O tempo de espera varia:

  • Menos de 30 dias: 72 pessoas (27,5%)
  • De 30 a 90 dias: 65 pessoas (24,8%)
  • De 3 a 6 meses: 39 pessoas (14,8%)
  • De 6 meses a 1 ano: 48 pessoas (18,3%)
  • Mais de 1 ano: 38 pessoas (14,5%)

O Sistema Nacional de Transplantes realiza uma variedade de transplantes de órgãos e tecidos, incluindo rins, coração, pulmão, fígado, intestino, córneas, ossos e outros. Órgãos como rins podem ser doados em vida, enquanto outros ocorrem após morte encefálica confirmada.

Para doações de rins, compatibilidade sanguínea e outros testes são realizados. Em 2022, mais de 4.500 transplantes renais foram feitos no Brasil, mas a fila ainda tem cerca de 30.000 pacientes. A médica Rubia Boaretto, especialista em transplantes renais, incentiva a doação como um meio crucial para agilizar o sistema.

Fonte: Brasil 61

Doação de órgãos: incentivo e conscientização da família são fundamentais para salvar vidas

No mês que vem, inicia-se o Setembro Verde, período de conscientização e incentivo à doação de órgãos. A campanha tem como objetivo enfatizar a importância da doação, considerando que um único doador pode salvar a vida de várias pessoas — já que é possível doar mais de um órgão e diferentes tecidos. 

Apesar da importância da ação, as filas de espera para receber um órgão ainda são longas no País e a taxa de recusa das famílias segue elevada — cerca de 44%. Débora Terrabuio, médica hepatologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC/FMUSP), explica que o mês representa um período de conscientização, mas que a campanha é permanente. 

No Brasil, mais 380 pessoas aguardam transplante de coração, entre eles, o apresentador Fausto Silva, que está internado no hospital Albert Einsten em São Paulo com insuficiência cardíaca. Faustão está na UTI já em procedimento de diálise e necessitando de um transplante.

Jornal Usp

O incrível desafio de tratar 500 mil corações por ano

“A característica maior do hospital é a humanização. Não basta querer fazer pesquisa, ensino, se não tiver humanismo.” Assim, o diretor do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (IDPC), o médico Fausto Feres, define o trabalho do hospital que há 69 anos atua com o diagnóstico e tratamento das doenças cardiovasculares através do Sistema Único de Saúde (SUS). O instituto é uma das entidades associadas à USP que podem colaborar no ensino, na pesquisa e na extensão de serviços à comunidade prestados pela Universidade.

O IDPC é um dos 300 centros especializados de alta complexidade cardiovascular no Brasil. Ele é uma unidade hospitalar da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo e está instalado na capital paulista. Todos os dias, cerca de duas mil pessoas passam pelo Dante Pazzanese em busca de tratamento ou para descobrir se têm alguma cardiopatia.

O atendimento vai desde o pronto-socorro de portas abertas até a realização de transplantes de coração. Somente no ano passado, foram mais de R$ 326 milhões para manter a infraestrutura, os insumos e medicamentos, e os mais de 600 mil consultas e exames realizados no ano.

Um dos destaques do hospital são os procedimentos para implantar marcapassos e desfibriladores (CDI). Os dispositivos ajudam a monitorar e controlar o coração de pacientes que sofrem com arritmias ou insuficiência cardíaca graves.

“Nós somos o serviço que mais implanta marca-passo hoje no País, provavelmente no mundo é difícil achar um serviço com os nossos números. No ano passado, foram 866 implantes de marca-passo e desfibriladores”, enumera o diretor do Dante Pazzanese.

Para conciliar a alta demanda de atendimentos na rede pública, um orçamento restrito e implementar uma cultura de humanização, o instituto aposta na gestão eficiente de recursos baseados no ESG, sigla em inglês que corresponde a práticas sustentáveis nas áreas ambientais, sociais e de governança.

São ações, por exemplo, como o uso racional de água, energia e gestão de resíduos, atividades para o bem-estar dos mais de 2,6 mil funcionários e garantir a humanização do atendimento, com ênfase em resolver o problema do paciente o mais rápido possível, com cordialidade e pontualidade.

A realização dessas ações só é possível com o trabalho da Fundação Adib Jatene (FAJ). A fundação não tem fins lucrativos e foi criada em 1984 para apoiar e ajudar na organização, administração e finanças do IDPC.

“A fundação garante a autonomia de gestão suficiente para não haver quebra de continuidade nas ações assistenciais, de pesquisa e de ensino para a população do Estado de São Paulo e do País que dependem do SUS”, diz Fausto Feres.

Fausto Feres, diretor do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens