Consórcio ganha leilão para construção e privatização de escolas em Ribeirão Preto; entenda

O Governo de São Paulo realizou nesta terça-feira (29) um leilão para estabelecer uma Parceria Público-Privada (PPP) visando a construção e gestão de 17 escolas no lote Oeste, abrangendo várias cidades do interior, incluindo Ribeirão Preto, Sertãozinho, Taquaritinga, Jardinópolis e Bebedouro. A quantidade exata de escolas a serem construídas em cada município não foi divulgada.

O Consórcio Novas Escolas Oeste SP foi o vencedor do leilão, que ocorreu na sede da Bolsa de Valores de São Paulo (B3). O valor oferecido foi de R$ 11.989.753,71, referente à contraprestação máxima mensal estipulada no edital, a ser paga pelo governo paulista.

“Vamos desobrigar o diretor de escola a cuidar da limpeza de calha, da infiltração, da manutenção predial. É o setor privado que vai cuidar disso, de toda a infraestrutura. Isso é moderno. Precisamos ofertar o melhor serviço para o cidadão”, disse o governador Tarcísio de Freitas

Entretanto, a gestão pedagógica das escolas continuará sob a supervisão da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo. Durante o leilão, manifestantes se opuseram à privatização da gestão.

O secretário de Educação, Renato Feder, enfatizou a necessidade de melhorias na infraestrutura e afirmou: “Encontramos problemas de infraestrutura graves nas escolas. Agora queremos ter qualidade educacional e aprendizagem, não vamos dever para escola particular. Isso tem a ver com infraestrutura. Construímos a parte pedagógica e agora temos a área privada nos ajudando na manutenção, na parte predial, na alimentação, nos laboratórios”.

GESTÃO DE ESCOLAS

No total, a PPP prevê a construção de 33 novas unidades escolares em 29 cidades do estado, oferecendo 34,8 mil vagas em tempo integral para os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Os investimentos estimados chegam a R$ 2,1 bilhões ao longo de 25 anos de concessão.

O primeiro edital abrange o lote Oeste e inclui a construção de 17 escolas, que terão 462 salas de aula e 17,1 mil vagas. As cidades contempladas neste lote são Araras, Bebedouro, Campinas, Itatiba, Jardinópolis, Lins, Marília, Olímpia, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, São José do Rio Preto, Sertãozinho e Taquaritinga.

Prepare seu bolso! Mensalidade escolar terá aumento de 9,5%

Os responsáveis por alunos nas mais de dez mil escolas e universidades particulares de São Paulo devem se preparar para um aumento de 9,5% na mensalidade escolar em 2025. Esse reajuste é o dobro da inflação oficial projetada para este ano, que é de 4,39%, de acordo com o Boletim Focus do Banco Central, que analisa a evolução do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O Boletim Focus reúne as previsões de economistas sobre indicadores econômicos. Uma pesquisa realizada pelo Grupo Rabbit, envolvendo 680 instituições particulares em todo o Brasil, revelou que as escolas estão planejando reajustes nas mensalidades entre 8% e 10% para o ano letivo de 2025.

Neste ano, as mensalidades já subiram acima da inflação, com um aumento médio de 9% registrado pelo Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieeesp). Em 2023, o IPCA fechou em 4,62%.

De acordo com o levantamento, Minas Gerais deverá ter os maiores reajustes, com uma média de 10%, seguido por São Paulo (9,5%) e Rio de Janeiro (9%). Nas demais regiões do país, espera-se um aumento médio de 9% no Centro-Oeste, Nordeste e Norte, e 8% no Sul.

O Grupo Rabbit destacou que os reajustes superiores à inflação buscam compensar perdas enfrentadas durante a pandemia, como a redução de alunos e aumento na inadimplência. Os aumentos geralmente levam em conta a inflação acumulada, os reajustes salariais dos professores e os investimentos realizados pelas escolas.

Professores protestam contra o uso de plataformas digitais em escolas de SP

Professores da rede pública estadual de São Paulo iniciaram nesta segunda-feira, 13, um movimento de protesto contra o uso de plataformas digitais nas escolas. A chamada “greve dos aplicativos”, organizada pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), tem previsão de durar até o dia 19 de maio, com o objetivo de reivindicar maior autonomia para os educadores.

Segundo a Apeoesp, o uso dessas ferramentas tecnológicas pelo governo estadual interfere na liberdade dos professores em escolher métodos de ensino adequados e ter acesso a materiais didáticos de qualidade. Além disso, a entidade denuncia a substituição dos livros físicos por conteúdo digital com erros graves de informação.

Uma medida controversa anunciada pela Secretaria Estadual de Educação foi o uso do ChatGPT, uma inteligência artificial, na criação de material didático. Essa decisão gerou críticas dos professores, que agora são responsáveis por revisar os conteúdos gerados pela IA. A Apeoesp destaca a importância de preservar a liberdade de ensino dos docentes e o direito de escolha sobre os recursos pedagógicos mais adequados para cada situação.