Decisão de Trump eleva imposto de 25% para 50% e acende alerta na indústria nacional
O governo dos Estados Unidos colocou em vigor, nesta quarta-feira (4), o aumento das tarifas sobre importações de aço, alumínio e seus derivados. A partir de agora, os tributos que eram de 25% passam a ser de 50%, conforme decreto assinado pelo presidente Donald Trump. A medida, segundo a Casa Branca, visa proteger a indústria local e reforçar a segurança nacional. O Reino Unido foi o único parceiro comercial isento desse aumento, após fechar um acordo bilateral.
A decisão confirma o anúncio feito por Trump na última sexta-feira (30), quando, por meio das redes sociais, afirmou que o objetivo é “fortalecer ainda mais a indústria siderúrgica americana”. Na publicação, o presidente americano celebrou: “É mais uma vitória para nossos trabalhadores do aço e do alumínio. Estamos tornando a América grande de novo”, escreveu. Essa elevação nas tarifas faz parte de uma estratégia para pressionar negociações com países que foram alvo do chamado “tarifaço”.
Impactos no Brasil
O Brasil, que ocupa a segunda posição no ranking de maiores exportadores de aço para os EUA, é diretamente afetado pela medida. Em 2024, foram enviadas 4,1 milhões de toneladas de aço brasileiro ao mercado norte-americano. Com a tarifa dobrada, analistas alertam para a queda nas exportações e o risco de excesso de oferta no mercado interno, o que pode derrubar os preços e gerar dificuldades para a indústria nacional. Segundo especialistas, empresas com maior dependência das vendas externas, como ArcelorMittal e Ternium, devem ser as mais prejudicadas, enquanto aquelas com foco no mercado interno podem sofrer pressão sobre margens e competitividade.
As consequências não param nas exportações. O setor produtivo teme que, com menos demanda externa, indústrias brasileiras precisem reduzir sua produção, o que pode afetar empregos nas siderúrgicas e em cadeias associadas, como transporte, mineração e logística. Especialistas também apontam que redirecionar a produção para outros mercados não será simples, dada a concorrência acirrada, especialmente com a China.
A elevação das tarifas é mais um capítulo da política protecionista que marca o governo de Donald Trump. Desde seu retorno à presidência, o republicano tem adotado uma série de medidas semelhantes, sempre com o discurso de fortalecer a indústria americana e reduzir a dependência de insumos estrangeiros. Apesar da pressão de setores econômicos de vários países, o governo norte-americano segue utilizando tarifas como instrumento de negociação comercial e fortalecimento do mercado interno.