Presidente brasileiro reafirma laços estratégicos e econômicos durante visita oficial a Pequim
Relações bilaterais em alta
Durante encontro com o presidente chinês Xi Jinping em Pequim nesta terça-feira (13), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o momento atual marca uma das fases mais relevantes da relação entre Brasil e China. Segundo Lula, a parceria entre os dois países “nunca foi tão necessária”, especialmente diante do cenário internacional instável. A afirmação ocorre na esteira do anúncio de aproximadamente R$ 27 bilhões em novos investimentos chineses no Brasil, voltados a áreas como energia limpa, veículos elétricos e infraestrutura.
Críticas ao protecionismo e apoio ao livre comércio
Em seu discurso, Lula condenou o unilateralismo nas relações comerciais e alertou para os efeitos negativos de guerras tarifárias. Ele e Xi Jinping defenderam a preservação de um comércio global justo, dentro das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). Lula também destacou que disputas comerciais elevam preços e afetam desproporcionalmente os mais pobres. As falas ocorrem após o anúncio de uma trégua de 90 dias na guerra comercial entre China e Estados Unidos.
Investimentos chineses no Brasil
A visita rendeu a assinatura de 20 acordos e protocolos entre os dois países, abrangendo agricultura, tecnologia, aeroespacial, energia e outros setores. Entre os destaques dos investimentos estão R$ 6 bilhões da montadora GAC para expandir sua operação no Brasil e R$ 5 bilhões da plataforma Meituan para atuar no mercado de delivery. Outras empresas chinesas, como a CGN, Envision e Mixue, também anunciaram projetos com potencial de gerar milhares de empregos e promover inovação em áreas sustentáveis.
Posição conjunta sobre conflitos globais
Tanto Lula quanto Xi Jinping usaram os discursos para defender resoluções pacíficas para os conflitos internacionais. Lula condenou a guerra na Ucrânia e os ataques em Gaza, reforçando que o fim das hostilidades é essencial para o desenvolvimento global. O presidente brasileiro voltou a apoiar a criação de um Estado palestino e defendeu a necessidade de reforma da ONU para que a entidade possa cumprir seu papel na promoção da paz.
Alinhamento diplomático e territorial
Na nota conjunta divulgada após a reunião, Brasil e China reiteraram pontos centrais da parceria. O Brasil reafirmou seu apoio ao princípio de “Uma Só China”, reconhecendo Taiwan como parte do território chinês. Além disso, os dois países reforçaram a oposição a guerras comerciais, a defesa do multilateralismo e o compromisso com a reforma de instituições globais como a ONU e a OMC.
Missão oficial e expansão comercial
A visita de Lula à China incluiu uma comitiva robusta, com 11 ministros, parlamentares e cerca de 200 empresários. A agenda foi fortemente voltada à ampliação do comércio bilateral, com destaque para o agronegócio. A ApexBrasil mapeou cerca de 400 oportunidades de negócios com os chineses, e empresários brasileiros inauguraram um novo escritório em Pequim para facilitar exportações. Antes da passagem por Pequim, Lula esteve na Rússia, onde reforçou seu apelo por um cessar-fogo imediato na Ucrânia.