Data marca o fim do “super feriado” e relembra o legado de um dos nomes mais emblemáticos da história do Brasil
Nesta segunda-feira, 21 de abril, encerra-se o chamado “super feriado” de 2025, que uniu a Semana Santa e o Dia de Tiradentes. A data, além de representar um merecido descanso para muitos brasileiros, tem um significado histórico profundo: homenageia Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes, símbolo da luta pela liberdade e patrono cívico da nação.
Tiradentes foi executado em 1792, acusado de liderar a Inconfidência Mineira, movimento que sonhava com a independência do Brasil do domínio português. Enforcado e esquartejado pelo regime da época, ele foi tratado como traidor. No entanto, sua figura ganhou nova interpretação ao longo dos anos, sendo oficialmente reconhecido como herói nacional com a criação do feriado em 1965, durante o governo militar de Castello Branco.
Longe de ser uma figura idealizada, Tiradentes era um homem multifacetado: dentista, minerador, comerciante e militar. Apaixonado por livros e movido por forte senso de justiça, sua participação no movimento começou por motivos pessoais, mas evoluiu para um compromisso político com ideais republicanos. Ainda assim, estudiosos lembram que ele e seus companheiros pouco se importavam com questões como a escravidão, revelando os limites e contradições do grupo.
A personalidade de Tiradentes também era marcada por impulsividade, coragem e grande desejo de ascensão social. Tinha uma filha com uma amante mais jovem e, segundo biógrafos, viveu uma vida intensa e repleta de ambiguidades. Sua execução brutal teve como objetivo intimidar possíveis rebeldes, mas, com o tempo, sua imagem se transformou em um poderoso símbolo de resistência.
Como forma de preservar essa memória, o governo de Minas Gerais realiza anualmente a entrega da Medalha da Inconfidência, maior honraria do estado, em cerimônia realizada em Ouro Preto. Em 2025, 171 pessoas de diferentes áreas da sociedade serão homenageadas, mantendo viva a chama de um passado que, mesmo distante, continua a ecoar no presente.