HMPV: saiba tudo sobre o novo vírus detectado na China

O metapneumovírus humano (HMPV) é um vírus respiratório que tem chamado atenção devido ao aumento de casos na China, especialmente entre crianças e adolescentes. Apesar disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça que o HMPV não é uma nova ameaça.

De acordo com o infectologista pediátrico Victor Horácio de Souza Costa Júnior, do Hospital Pequeno Príncipe, a infecção por HMPV tende a ser mais grave em crianças, principalmente pela imunidade mais baixa.

“Além disso, há o impacto das comorbidades que podem estar presentes. Por exemplo, crianças em tratamento quimioterápico, que utilizam imunossupressores, ou pacientes obesos, hipertensos ou diabéticos são os grupos de maior risco”, afirma o especialista.

O QUE É O METAPNEUMOVÍRUS HUMANO?

O HMPV é um vírus respiratório que costuma manifestar-se em períodos de clima mais frio, quando infecções respiratórias são mais frequentes. Ele afeta as vias respiratórias superiores, incluindo nariz, garganta e pulmões. A transmissão ocorre principalmente por: gotículas respiratórias e contato próximo com pessoas infectadas e superfícies contaminadas. Por isso, locais fechados ou com aglomerações aumentam significativamente o risco de contaminação.

Embora o alto número de casos na China esteja associado à grande densidade populacional, é fundamental monitorar a situação do vírus em outros países, incluindo o Brasil, bem como novas cepas e variantes.

SINAIS E SINTOMAS

  • tosse;
  • febre;
  • coriza;
  • rouquidão;
  • congestão nasal;
  • dificuldade respiratória.

Em casos graves, a infecção pode evoluir para pneumonia, especialmente em crianças, idosos e pessoas com comorbidades, como diabetes, obesidade e hipertensão.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

O diagnóstico do metapneumovírus é realizado por meio de testes laboratoriais que analisam secreção respiratória e identificam o vírus em um painel viral. Atualmente, não existe uma vacina ou terapia antiviral específica para o HMPV. Assim, o tratamento é sintomático e depende da avaliação médica.

COMO PREVENIR?

Medidas simples podem reduzir o risco de contaminação pelo HMPV:

  • Higienizar as mãos regularmente com água e sabão ou álcool em gel.
  • Evitar tocar olhos, nariz e boca com as mãos sujas.
  • Manter o calendário vacinal atualizado, com destaque para vacinas contra pneumonia, meningite, COVID-19 e influenza.
  • Adotar hábitos saudáveis, como uma alimentação equilibrada e hidratação adequada.
  • Cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar, utilizando lenço descartável ou cotovelo dobrado.
  • Permanecer em casa ao apresentar sintomas e usar máscaras em locais lotados ou mal ventilados.

Brasil monitora surto de vírus respiratório na China

O Ministério da Saúde do Brasil está acompanhando de perto o surto de metapneumovírus humano (HMPV) que tem afetado a China nas últimas semanas, especialmente entre crianças. Embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda não tenha emitido um alerta internacional, as autoridades brasileiras mantêm comunicação constante com os órgãos sanitários globais e os da China para monitorar a situação.

De acordo com o ministério, as últimas atualizações da vigilância epidemiológica chinesa indicam que a intensidade e a magnitude das infecções respiratórias foram menores em comparação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, houve um aumento significativo nas infecções por diversos vírus respiratórios, incluindo o HMPV, rinovírus, vírus sincicial respiratório (VSR) e gripe sazonal, principalmente no norte da China.

Apesar de os especialistas considerarem baixo o risco de uma pandemia, o Ministério da Saúde ressaltou a importância de manter as medidas de prevenção e controle das infecções respiratórias. Entre as recomendações está a vacinação, especialmente para grupos prioritários como idosos, gestantes, crianças e pessoas com comorbidades.

As vacinas contra a covid-19 e a gripe continuam eficazes em prevenir formas graves dessas doenças, reduzindo o número de hospitalizações e mortes, de acordo com o ministério. Além disso, o uso de máscaras faciais para pessoas com sintomas gripais é incentivado, pois ajuda a reduzir a transmissão de vírus respiratórios, incluindo o HMPV.

METAPNEUMOVÍRUS HUMANO

O HMPV é um vírus respiratório conhecido que pode causar infecções nas vias respiratórias superiores e inferiores. No Brasil, foi identificado pela primeira vez em 2004 e desde então tem sido monitorado pelo Ministério da Saúde. Embora seja geralmente responsável por casos leves de síndrome gripal, em algumas situações pode evoluir para síndrome respiratória aguda grave, exigindo internação.

A vigilância do HMPV no Brasil é realizada por meio do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica (Sivep), que coleta e analisa dados sobre doenças respiratórias para monitorar a circulação de diversos patógenos.

Casos de mpox no Brasil este ano já superam o total de 2023

De janeiro a agosto, o Brasil registrou 945 casos confirmados ou prováveis de mpox. O número supera o total de casos notificados ao longo de todo o ano passado, quando foram contabilizados 853 casos. Há ainda 264 casos suspeitos da doença. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde por meio de informe semanal.

De acordo com o boletim, o Sudeste concentra a maior parte dos casos de mpox no país, 80,7% ou 763 do total. Os estados com maiores quantitativos de casos são São Paulo (487 ou 51,5%), Rio de Janeiro (216 ou 22,9%), Minas Gerais (52 ou 5,5%) e Bahia (39 ou 4,1%). Não houve registro de casos confirmados ou prováveis no Amapá, em Tocantins e no Piauí.

Dos municípios com maior número de casos confirmados e prováveis da doença estão São Paulo (343 ou 36,3%), Rio de Janeiro (160 ou 16,9%), Belo Horizonte (43 ou 4,6%), Salvador (28 ou 3%) e Brasília (20 ou 2,1%). Dentre os atuais 264 casos suspeitos de mpox no Brasil, o estado de São Paulo responde por 40,5%, com 107 casos.

O perfil de casos confirmados e prováveis no Brasil, segundo o informe, continua sendo majoritariamente composto por pessoas do sexo masculino (897 ou 94,9%) na faixa etária de 18 a 39 anos (679 ou 75,7%). Apenas um caso foi registrado na faixa etária até 4 anos. Até o momento, não foram registrados casos confirmados e prováveis em gestantes.

O ministério contabiliza ainda 69 hospitalizações por mpox (7,3% do total de casos), sendo 37 (3,9%) para manejo clínico e oito (0,8%) para isolamento, enquanto em 24 casos (2,5%) não foi descrito o motivo para a hospitalização. Além disso, cinco casos (0,5%) precisaram de internação em unidade de terapia intensiva (UTI).

De acordo com a pasta, não foram registrados óbitos por mpox no Brasil ao longo deste ano. Também não foram notificados no país casos da nova variante 1b. A cepa foi identificada pela primeira vez em setembro do ano passado na República Democrática do Congo, que enfrenta surtos da doença desde 2022.

Fonte: Agência Brasil