Após a polêmica envolvendo o vazamento do contrato preliminar da SAF, o Comercial garantiu que as negociações seguem em andamento. Em entrevista à Jovem Pan News Ribeirão Preto 107,5 FM e à WSports, Juvêncio Vilares, ex-presidente e ex-vice-presidente do Conselho Deliberativo, explicou que apenas três pessoas tinham conhecimento do documento desde o início: ele próprio, Gustavo Guerra — atual presidente do Conselho Deliberativo — e Antônio Carlos Campanelli, presidente do clube. Segundo ele, ele e Gustavo tiveram acesso ao contrato em 1º de novembro, enquanto Campanelli assinou o documento na quarta-feira passada.
Depois da assinatura, Juvêncio enviou o contrato novamente a Gustavo, que decidiu questionar uma cláusula presente em um documento adicional. Juvêncio afirmou que esse questionamento poderia ter sido feito antes, já que Gustavo tinha conhecimento pleno do material desde o início. Ele admitiu ter ficado chateado com a situação, mas destacou que ambos já conversaram por telefone e mantêm uma relação de respeito, apesar das divergências de opinião. “Ele poderia ter me ouvido antes de tomar a decisão, mas respeito a posição dele”, afirmou. Juvêncio também completou que desconfia de quem foi o responsável pelo vazamento do contrato e documento porém não quis se comprometer a afirmar o nome da pessoa devido a não ter provas concretas.
Mesmo com o desgaste interno, Juvêncio garantiu que o processo da SAF continua firme. Ele destacou que as negociações são conduzidas pela WWSA — empresa europeia especializada em gestão de futebol — em conjunto com a RyDex Brasil, também focada no esporte. O representante oficial da WWSA no Brasil, Caio, está acompanhando todas as etapas. Segundo Juvêncio, as empresas têm experiência consolidada no modelo de clube-empresa e mantêm interesse total no projeto do Comercial.
O contrato definitivo prevê um investimento inicial de R$ 205 milhões ao longo de 10 anos, mas Juvêncio reforçou que esse valor pode aumentar, já que a proposta apresentada é apenas uma base de partida. O dirigente explicou que o projeto é renovável: ao final dos 10 anos, novas metas devem ser definidas, e qualquer uma das partes pode manifestar interesse ou não em continuar. “É uma sociedade. A SAF é uma empresa, e como qualquer negócio, pode ser renovado enquanto fizer sentido para os dois lados”, disse.
Outro ponto em discussão é a concessão do estádio ao grupo investidor por 50 anos, mas Juvêncio esclareceu que esse tema ainda não está aprovado e precisará passar pelo Conselho Deliberativo. Caso avance, a SAF assumiria a gestão de eventos, shows, arrecadações e toda a operação do estádio, garantindo segurança financeira ao projeto. Ele também revelou que a multa contratual ainda não foi definida porque o assunto não foi debatido pelas partes até o momento.
Além da saf, há uma empresa interessada em participar com previsão de um aporte imediato entre R$ 200 mil e R$ 300 mil por mês durante cerca de seis meses, destinado a estruturar o futebol e preparar o clube para a Série A4 de 2026. No campo esportivo, Juvêncio afirmou que Roberval Davino acredita que o elenco da A4 pode ser superior ao da Copa Paulista, reforçando a importância de manter o planejamento financeiro e administrativo. Por fim, ele informou que uma reunião entre Campanelli e representantes da SAF ocorre nesta quarta-feira para tratar de pontos decisivos, e tranquilizou o torcedor: “As negociações continuam e nada foi interrompido.”
Por Pedro Sampaio