Agendamento para mamografia no site da Prefeitura termina nesta quinta-feira (31)

Continua disponível até dia 31 de outubro, no site da Prefeitura (clique aqui), o agendamento para mamografia para mulheres 50 a 69 anos, última mamografia maior ou igual a 2 anos e que não apresentem queixa mamaria e sejam residentes do município.

Promovido pela secretaria Municipal da Saúde, por meio da Coordenadoria de Assistência Integral à Saúde da Mulher (CAISM), após o agendamento a Unidade de Saúde informará a mulher sobre data, hora e local do exame.

Haverá também, em todas as unidades de saúde, ações de orientações sobre a importância da detecção precoce do câncer de mama em salas de espera, busca ativa das mulheres que estão com os exames em atraso, visando a intensificação da oferta de mamografia durante todo o ano e durante o mês de outubro intensificamos estas ações.

A coordenadoria ressalta que, embora o público alvo para detecção precoce do câncer de mama seja a faixa etária de 50 a 69 anos, o município de Ribeirão Preto oferece o exame de mamografia para as mulheres de 40 a 74 anos e para aquelas que apresentem queixa mamaria, independente da idade.

“Nesses casos, a paciente deverá procurar a Unidade de Saúde para avaliação e conduta”, explica a médica Janaina Boldrini França, coordenadora do Caism.

A neoplasia de mama é o segundo tipo de câncer mais comum e uma das principais causas de óbito em mulheres no Brasil, sendo a maior incidência na faixa etária acima de 50 anos. A detecção precoce da neoplasia e o tratamento oportuno são importantes ações para um bom prognóstico e uma maior chance de cura, para isso utiliza-se a mamografia.

O rastreamento é preconizado pelo Ministério da Saúde em mulheres na faixa etária entre 50 a 69 anos de idade, realização da mamografia a cada 2 anos e mulheres assintomáticas (sem fatores de risco genético e hereditários).

Estádio Santa Cruz recebe unidade móvel para mamografias gratuitas

Em parceria com a FPF (Federação Paulista de Futebol) e o grupo Meninas de Peito, o Botafogo participa da campanha “Marque Esse Gol”, que oferece mamografias gratuitas para mulheres com 40 anos ou mais que não tenham realizado o exame nos últimos 12 meses.

No dia 10 de outubro (quinta-feira), o Estádio Santa Cruz/Arena Nicnet receberá uma unidade móvel que vai realizar os exames. Para participar, as interessadas devem se inscrever previamente no site da campanha (clique aqui).

Além do Botafogo, diversos clubes paulistas, como Santos, Portuguesa, Palmeiras, São Paulo e Corinthians, também estão envolvidos na iniciativa. Desde 2016, mais de 12 mil mamografias gratuitas foram realizadas e 58 mulheres foram encaminhadas para tratamento médico após os diagnósticos.

A campanha visa aumentar a conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, proporcionando acesso a exames essenciais para a saúde das mulheres.

Outubro Rosa; Prevenção e diagnóstico do câncer de mama

O câncer de mama é uma preocupação global, representando cerca de 24,5% de todos os diagnósticos de câncer em mulheres em 2020, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). No Brasil, em 2023, foram estimados mais de 76 mil novos casos. Além disso, o câncer de mama lidera as estatísticas de mortalidade por câncer em mulheres, com 18.139 óbitos apenas em 2021, principalmente nas regiões Sul e Sudeste do país.

Para conscientizar e ajudar na prevenção desse tipo de câncer, foi instituído o Outubro Rosa, uma campanha de conscientização que tem como objetivo principal alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama.

O Dr. Andrei Gustavo Reginatto, Ginecologista e Mastologista membro da Doctoralia, maior plataforma de saúde do mundo, compartilha quatro dicas importantes:

1. Autoexame das mamas: Embora seja útil para conhecer o próprio corpo, o autoexame não substitui o exame clínico realizado por um profissional de saúde. Se notar alguma alteração, procure um mastologista imediatamente.

2. Rastreamento: A partir dos 40 anos, é fundamental que todas as mulheres busquem avaliação médica anual e realizem mamografias de rotina, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, onde a incidência é mais alta.

3. Mamografia: Esse exame radiológico é crucial para o diagnóstico precoce do câncer de mama. A recomendação é iniciar a partir dos 40 anos, em conjunto com consultas anuais.

4. Fatores de risco: Alguns fatores, como idade, histórico familiar, obesidade e estilo de vida, aumentam o risco de desenvolver a doença. Mulheres com histórico genético também devem estar atentas, pois mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 podem aumentar o risco de câncer de mama e ovário.

Manter exames atualizados e consultar regularmente um médico são práticas essenciais para a prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. Em caso de qualquer anormalidade, não hesite em procurar um profissional de saúde.

Mulheres idosas têm menos acesso ao diagnóstico de câncer de mama

Estudo inédito, realizado pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) em conjunto com a Universidade Federal de Goiás (UFG), revela que a redução do rastreamento para câncer de mama no Sistema Único de Saúde (SUS) entre mulheres com 70 anos de idade ou mais vem contribuindo para elevar o número de casos graves da doença no País. De acordo com o mastologista Ruffo Freitas-Junior, assessor especial da SBM, a situação torna-se ainda mais preocupante, diante da perspectiva de envelhecimento da população. Entre 2010 e 2020, o grupo de brasileiras com 70 anos ou mais aumentou 44%. Para as próximas duas décadas, o IBGE projeta crescimento de 113% neste segmento da população. “É um panorama que, sem dúvida, merece discussões e revisões das políticas públicas que vigoram no Brasil”, afirma o especialista.

O artigo “Rastreamento e diagnóstico do câncer de mama em mulheres idosas no Brasil: por que é hora de reconsiderar as recomendações”, publicado no dia 2 de agosto, na revista Frontiers, aborda um tema controverso e de pouca visibilidade. O estudo, que abrange todas as regiões do País, foi realizado entre 2013 e 2019 e contrapõe brasileiras com 70 anos ou mais e mulheres entre 50 e 69 anos. No levantamento, foram consideradas informações do SUS e uma base secundária de dados obtidos no DataSUS, no Painel Brasil de Oncologia, na Agência Nacional de Saúde Suplementar, no Atlas On-line de Mortalidade e no IBGE.

Autor do estudo, juntamente com Aline Ferreira Bandeira Melo Rocha, Leonardo Ribeiro Soares e Glaber Luiz Rocha Ferreira, Ruffo Freitas-Junior destaca no período avaliado pela pesquisa uma diminuição na cobertura estimada de rastreamento de câncer de mama para mulheres com 70 anos ou mais. “A queda foi de 13,3% para 10,8%”, indica. O especialista ressalta que os anos 2020 e 2021, os mais críticos da pandemia de Covid-19, foram excluídos da pesquisa por representarem estatísticas específicas.

“Com menor rastreamento, constatamos que os casos de câncer de mama nos estágios III e IV, os mais graves da doença, aumentaram 44,3% no grupo com 70 anos ou mais em relação às mulheres entre 50 e 69 anos (40,8%)”, pontua o mastologista.

De acordo com o IBGE, em 2013, a população do Brasil com 70 anos ou mais era formada por 5.978.034 mulheres e aumentou para 7.515.477 em 2019. O número de mamografias aprovadas para pagamento em 2013 e 2019 foi de 296.116 e 274.957, respectivamente, com custo anual total de R$ 12.452.213,50 e R$ 11.390.947,23. “Isso representa uma redução de 7,14% nos exames custeados pelo SUS”, afirma Freitas-Junior.

Os reflexos da diminuição de investimentos são perceptíveis. No período analisado pelo estudo, houve 35.099 mortes por câncer de mama na faixa etária acima de 70 anos. Desse total, 4.179 ocorreram em 2013 e 5.857, em 2019, um aumento de 40,15%. Na faixa de 50 a 69 anos, foram 51.654 óbitos, com 6.565 mortes em 2013 e 8.291, em 2019, crescimento de 26,29%. Proporcionalmente, destaca o especialista da SBM, o número de mortes para o grupo acima de 70 anos foi maior em relação às mulheres entre 50 e 69 anos.

A maioria dos programas de rastreamento em todo o mundo oferece exames de mamografia para mulheres de 40 a 50 anos até 69-74 anos de idade, independentemente do estado físico das pacientes. “No Canadá, na Alemanha e Noruega, os estágios I e II são mais comuns que os estágios avançados III e IV observados no Brasil.” Clinicamente, mulheres mais velhas tendem a apresentar tumores maiores e envolvimento de linfonodos, “provavelmente pelo diagnóstico tardio”, pontua Freitas-Junior.

As diretrizes do Ministério da Saúde para a detecção precoce do câncer de mama no Brasil desencorajam a mamografia de rotina para mulheres com 70 anos ou mais. “Por outro lado, a SBM, o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia recomendam a mamografia anual para mulheres de 40 a 74 anos”, ressalta. O rastreamento, completa o especialista, também é indicado para pacientes com 75 anos ou mais com expectativa de vida de pelo menos 7 anos restantes.

Embora o estudo tenha sido realizado no contexto de uma faixa etária, Freitas-Junior avalia que a idade por si só não deve nortear o diagnóstico e o tratamento de mulheres idosas com câncer de mama. “Todas as decisões devem levar em consideração a idade fisiológica, a expectativa de vida estimada, os riscos e benefícios e a tolerância ao tratamento”, pontua.

No âmbito das políticas públicas, segundo o especialista, é fundamental buscar a equidade entre as diferentes regiões do País para que todas as mulheres idosas tenham a oportunidade de realizar o rastreamento e o tratamento para o câncer de mama. “Basear a decisão de interromper o rastreamento da doença pela idade cronológica é insuficiente para lidar com a multimensionalidade do envelhecimento em um país tão plural quanto o Brasil”, finaliza Ruffo Freitas-Junior.

Cânceres de mama, colo do útero e cólon e reto devem acometer mais de 110 mil mulheres em 2023

Além de celebrar as diversas conquistas da população feminina ao longo dos últimos séculos, o Dia Internacional da Mulher, comemorado anualmente em 08 de março, traz um alerta importante para os cuidados com a saúde, em especial para a prevenção dos tipos de câncer com maior incidência entre o sexo feminino.

De acordo com os dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), juntos, os cânceres de mama, colo do útero e cólon e reto devem acometer mais de 110 mil mulheres em 2023. Ainda segundo a Instituição, exceto os cânceres de pele não melanoma, a neoplasia de mama segue sendo a primeira entre os tumores mais frequentes na população feminina, com estimativa de cerca de 74 mil casos por ano, 30% do índice total de câncer entre as brasileiras. 

Segundo o Dr. Diocésio Andrade, oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto, são diversos os fatores que colaboram para o surgimento do câncer de mama. “Entre as principais causas estão a obesidade, o sedentarismo, o alto consumo de bebida alcoólica, ter histórico familiar da doença e também a idade, já que após os 50 anos, as chances de desenvolver esse tipo de câncer aumentam”, explica.

Em Ribeirão Preto, de acordo com os dados do Sistema Único de Saúde (SUS), foram registrados 316 casos da neoplasia na cidade em 2022, sendo 21% a mais em relação ao ano anterior. 

“Nossa cidade faz parte de uma das regiões com maior incidência da doença e por isso, os cuidados devem ser redobrados. É importante que as mulheres façam o acompanhamento periódico com um especialista e a realização da mamografia, que é recomendada anualmente, a partir dos 40 anos. Manter uma alimentação balanceada e praticar exercícios físicos regularmente também são fatores essenciais para reduzir as chances de incidência da doença”, diz o oncologista. 

O médico ressalta ainda a importância da mulher estar atenta às alterações causadas pela neoplasia. “É fundamental ficar em alerta aos sinais do corpo como o surgimento de nódulos na região das mamas ou axilas, a mudança expressiva entre o tamanho dos seios, alterações nos mamilos – como saída de secreção, descamação e coceira -, e ainda a mudança de cor da pele da mama”, conclui Diocésio.  

Câncer de cólon e reto 

Seguido do câncer de mama, dados do INCA indicam que, em 2023, o tumor na região colorretal deve atingir cerca de 24 mil brasileiras, ocupando o segundo lugar entre os tipos de câncer que mais acometem a população feminina no país.

“Esta é uma neoplasia que pode ser silenciosa e não causar sintomas imediatos. Entretanto, quando presentes, podem incluir: distensão abdominal, dor em cólica, alteração na frequência das evacuações, alteração na forma das fezes, dificuldade para defecar e até mesmo surgimento de sangue durante a evacuação”, explica o médico. 

De acordo com as orientações do Ministério da Saúde, o rastreio do câncer de cólon e reto – através do exame de colonoscopia – deve começar aos 50 anos (a Sociedade Americana de Oncologia – ASCO recomenda este rastreio a partir dos 45 anos).

Colo do útero

Em terceiro lugar entre as neoplasias que mais acometem as mulheres, está o câncer de colo de útero, que é considerado um dos mais preveníveis, tendo sua principal causa a infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV). De acordo com estimativa do INCA, o Brasil deve registrar 17 mil novos casos da doença em 2023, um aumento de 6% em relação ao ano anterior. 

“Usar preservativos durante as relações sexuais e manter em dia o exame de Papanicolau é fundamental. Entretanto, a vacinação é a proteção mais eficaz contra a infecção do HPV e está disponível no sistema público de saúde para meninas e meninos, com idade entre 9 e 14 anos”, finaliza Diocésio.

Este tipo de câncer pode não apresentar sintomas em suas fases iniciais, porém, ao evoluir, podem ocorrer quadros de sangramento vaginal intermitente (que vai e volta) ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias. 

Foto –  Divulgação/Dr. Diocésio Andrade, oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto