Sinais de diabetes na boca: como identificar e tratar

A saúde bucal pode fornecer importantes indícios sobre o controle do diabetes, uma condição crônica comum que afeta a capacidade do corpo de produzir ou utilizar insulina adequadamente, resultando em níveis elevados de glicose no sangue. O descontrole do diabetes pode ter impactos significativos na saúde bucal, e reconhecer esses sinais pode ajudar no diagnóstico e tratamento da doença.

Entre os sinais bucais mais frequentes associados ao diabetes, destaca-se a boca seca, ou xerostomia, que ocorre devido à diminuição da produção de saliva provocada pelos altos níveis de açúcar no sangue. Outra manifestação importante é a gengiva vermelha e sensível, resultado da proliferação de bactérias facilitada pela hiperglicemia.

Outros sintomas bucais relacionados ao diabetes incluem a perda de dentes, causada pela maior susceptibilidade a doenças periodontais e cáries, além do aumento do açúcar na saliva que favorece o desenvolvimento de infecções. A demora na cicatrização de feridas, especialmente após procedimentos dentários, também é um sinal preocupante. Aftas frequentes, sensação de boca amarga e mau hálito são outros indicadores importantes, particularmente em casos de diabetes mal controlado.

Para evitar problemas mais graves, é crucial que pessoas com diabetes mantenham uma rotina rigorosa de higiene bucal, controle glicêmico e realizem consultas regulares ao dentista. Identificar e tratar esses sinais precocemente pode ser fundamental para manter a saúde geral e bucal em boas condições.

Informações: catracalivre

Controle o diabetes com chás: conheça os benefícios e as recomendações

A adição de chás medicinais à dieta pode oferecer benefícios notáveis para a saúde, particularmente no gerenciamento dos níveis de açúcar no sangue. Com uma parcela significativa da população brasileira lidando com o diabetes, a inclusão de chás como parte da abordagem terapêutica ganha importância. A doença é caracterizada pela dificuldade do corpo em absorver a glicose adequadamente.

Recentes estudos indicam que certos chás não só ajudam a controlar a glicemia, mas também podem reduzir o estresse oxidativo e a inflamação, além de melhorar a resistência à insulina. É crucial, no entanto, usar esses chás como um complemento ao tratamento médico convencional, e não como substitutos.

Dentre os chás recomendados para ajudar a controlar o diabetes estão o chá preto, o chá de camomila e o chá de canela. Cada um possui propriedades específicas que podem beneficiar o controle da glicemia.

O chá preto, por exemplo, tem sido associado a um menor risco de desenvolvimento de diabetes e suas complicações. De acordo com uma pesquisa publicada na revista Antioxidants em 2019, os compostos presentes no chá preto podem melhorar a resistência à insulina e reduzir o estresse oxidativo e a inflamação. Variedades como o chá preto, oolong e verde são recomendadas para obter melhores resultados.

O chá de camomila também demonstrou potencial no controle dos níveis de açúcar no sangue. Um estudo divulgado na Complementary Therapies Medicine revelou que consumir três xícaras diárias de chá de camomila pode reduzir os níveis de glicemia em até 60%. A pesquisa mostrou melhorias significativas em marcadores metabólicos relacionados ao diabetes em comparação com um grupo controle.

O chá de canela, por sua vez, tem sido identificado como um aliado no controle do diabetes tipo 2. Estudos conduzidos pela Universidade Federal do Ceará e outras instituições, divulgados no Journal of the American College of Nutrition, mostraram que a ingestão diária de 3 gramas de canela em pó por três meses resultou em redução dos níveis de hemoglobina glicada e glicemia em jejum. O chá de canela pode, portanto, auxiliar na regulação da insulina no organismo.

Antes de adicionar esses chás à dieta, é recomendado consultar um médico para evitar possíveis efeitos adversos e assegurar que eles complementem adequadamente o tratamento médico.

Informações: catracalivre

Dia Nacional do Diabetes: saiba como identificar a doença que atinge cerca de 20 milhões de brasileiros

O dia 26 de junho é reservado para conscientizar a população sobre o diabetes, uma doença comum que atinge cerca de 20 milhões de brasileiros de todas as idades.

Karine Risério Schvinger, endocrinologista pediátrica e gerente-médica do Glic/Afya, o primeiro aplicativo voltado para o tratamento do diabetes no Brasil, explica que o diabetes tipo 1 é uma condição autoimune em que a produção de insulina, realizada no pâncreas, é atacada e destruída pelo próprio sistema imunológico dos pacientes. “Nestes casos, há uma deficiência total deste hormônio no corpo, fundamental por ser o responsável por controlar o nível de glicose no sangue”, indica a médica.

“Já o diabetes tipo 2 está mais associado a questões como sobrepeso, obesidade e sedentarismo, mesmo que também possua ligação com antecedentes familiares de diabetes”. Ainda segundo Schvinger, diferentemente do DM1, mais presente em crianças e adolescentes, o DM2 é mais comum entre adultos e idosos.

PRINCIPAIS SINTOMAS

Seja qual for o tipo do diabetes, há sintomas gerais que devem ligar o sinal de alerta do paciente. “Os sintomas mais comuns do diabetes são a perda de peso não explicada por dieta ou mudança no estilo de vida, assim como o aumento da sede e da vontade de fazer xixi, a fome excessiva, sensação de fraqueza e visão turva“, indica Karine.

No caso do DM2, existe ainda um sinal característico chamado acantose nigricans, que indica uma resistência à ação da insulina no corpo. Caracterizado pela presença de manchas escurecidas, espessas e de textura aveludada em regiões do pescoço, axilas, virilhas e outras articulações e dobras de pele.

A médica salienta, no entanto, que tão importantes quanto os sintomas “visíveis” do diabetes, há também sintomas silenciosos que devem ser monitorados. Schvinger afirma que o início do diabetes tipo 1 geralmente se manifesta com muitos dos sintomas já elencados, mas na maioria dos casos de diabetes tipo 2 os sinais podem passar despercebidos.

“É recomendado que toda pessoa que apresenta histórico de DM2 na família, além de outros fatores como obesidade ou sobrepeso, realize avaliações laboratoriais rotineiras da glicemia de jejum e da hemoglobina glicada (HbA1c)”, comenta.

COMO SE CUIDAR

Diante destes riscos, Karine Schvinger destaca um conjunto de medidas simples para reduzir as chances da doença se desenvolver até seus estágios mais críticos.

“A alimentação deve ser saudável e equilibrada, rica em fibras, evitando o excesso de alimentos ultraprocessados e adoçados, dando preferência a carnes magras e gorduras saudáveis. Somado a isso, a prática regular de atividade física auxilia na perda de peso, melhora a sensibilidade à insulina e auxilia na manutenção de glicemias dentro da faixa de normalidade, devendo ser sempre incentivada. Recomenda-se ainda evitar o tabagismo e o consumo de álcool, gerenciando o estresse com uma rede de apoio de cuidado mais leve e eficaz”, diz.

Por fim, Schvinger aponta que o automonitoramento da glicose no sangue auxilia na tomada de decisões sobre a alimentação, a prática de atividade física e o uso de medicações para manter a glicemia dentro do alvo.

“O rastreio ativo de complicações faz parte desse cuidado, com a realização regular de exames e avaliação multidisciplinar com equipe de saúde. O uso correto das medicações, sejam os antidiabéticos orais ou injetáveis, também é vital para garantir o melhor controle da doença”, conclui.

Entidades alertam sobre risco de falta de insulinas humanas

A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) recebem com preocupação o comunicado do laboratório Novo Nordisk informando que, a partir do mês de julho, haverá indisponibilidade no fornecimento, via farmácia popular e redes de farmácias, dos medicamentos Novolin® R (insulina regular) e Novolin® N (insulina NPH, de ação prolongada), ambos com apresentação em frasco de 10ml, com previsão de perdurar pelo segundo semestre de 2024.

A SBD e a SBEM vêm participando de reuniões com os órgãos e entidades envolvidos neste processo, pois a insulina é um medicamento vital, que necessita ser administrado diariamente por milhares de pessoas, para manter a vida e a saúde.

Mesmo com o incremento da produção destas insulinas, o laboratório Novo Nordisk informa que não será possível manter a disponibilidade habitual, devido ao aumento na demanda e à redução de outros fornecedores no mercado mundial.

Segundo o laboratório, o fornecimento de canetas de insulina NPH e Regular distribuídas pelas unidades do Sistema Único de Saúde não será afetado. Os pacientes que fazem uso destas medicações devem ser orientados a buscar as farmácias do SUS para a retirada das insulinas. Caso seja necessária a substituição das insulinas humanas por análogos de insulina, será indispensável a orientação médica para o ajuste das doses, do horário e da frequência da administração.

É fundamental que toda a classe médica, profissionais de saúde envolvidos no cuidado de pessoas que vivem com diabetes e a população estejam informados, para que os pacientes possam se planejar e recebam as orientações necessárias para a manutenção do seu tratamento e cuidado com a saúde.

A SBD e a SBEM continuarão acompanhando de perto esta situação e em contato constante com as autoridades competentes para manter todos informados sobre quaisquer mudanças deste cenário. As entidades se colocam à disposição para quaisquer esclarecimentos eventualmente necessários.

 Dia Mundial do Diabetes: Diagnóstico precoce e acesso a tratamentos podem devolver 33 anos de vida saudável para as pessoas com diabetes

O Dia Mundial do Diabetes (14) marca o mês de novembro com a campanha de conscientização e prevenção do diabetes, doença crônica que atinge mais de 16 milhões de brasileiros. Um estudo recente divulgado pelo T1D Index aponta que com diagnóstico precoce e melhorias no tratamento é possível aumentar a expectativa de vida e devolver 33 anos saudáveis para as pessoas portadoras da doença.


O estudo também aponta que, no Brasil, cerca de 242 mil pessoas deveriam estar vivas em 2023 se não tivessem morrido por complicações do diabetes tipo 1, sendo 17 mil apenas entre crianças e adolescentes (0 a 19 anos). A maior prevalência está entre a faixa etária de 20 e 59 anos, com mais de 136 mil pessoas afetadas.


“As pessoas com diabetes podem apresentar diversas complicações se a doença não for bem controlada ou diagnosticada precocemente, podendo afetar a visão, rins, cicatrização da pele, coração, entre outros órgãos. Essas complicações tiram tempo e qualidade de vida das pessoas com diabetes. Quanto antes o tratamento for iniciado com um bom controle da glicemia, mais anos de vida saudável as pessoas terão”, explica o endocrinologista André Vianna, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes no Paraná.


O maior desafio no tratamento do diabetes atualmente é a falta de diagnóstico. Por ser uma doença silenciosa, estima-se que 50% das pessoas que têm diabetes tipo 2 não sabem que são portadoras da doença, e só recebem o diagnóstico em um estágio avançado de complicações. Para contornar essa situação, o médico endocrinologista reforça a importância do teste de glicemia anual para as pessoas acima de 40 anos e o mapeamento do risco de diabetes.


“Existem alguns fatores que podemos avaliar o risco da pessoa ter diabetes tipo 2 nos próximos 10 anos, como excesso de peso e obesidade, idade, doenças associadas, estilo de vida e casos de diabetes na família. O recomendado é que todas as pessoas saibam seus riscos de desenvolver a doença e ajam o quanto antes na prevenção com o acompanhamento de um endocrinologista”, afirma.


Diabetes tipo 1 não tem prevenção. Confira os sinais

Existe uma diferença entre os principais tipos de diabetes. No diabetes tipo 1, muito comum entre as crianças e adolescentes, há uma condição autoimune em que o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina. Nesse caso, não é possível prevenir a doença, e por isso as pessoas devem estar atentas aos sinais.


“Os sintomas do diabetes podem ser facilmente confundidos com outras doenças, o que pode atrapalhar o diagnóstico. Os principais sinais são fome e sede em excesso, muitas idas ao banheiro para urinar, cansaço frequente e perda de peso abrupta”, explica Vianna.


Diabetes tipo 2 tem relação direta com a obesidade

O excesso de peso e acúmulo de gordura abdominal é a principal causa do diabetes tipo 2, o qual pode ser evitado com o mapeamento de risco, mudanças no estilo de vida e controle do peso corporal. O endocrinologista explica que o corpo entende que o acúmulo de gordura trata-se de uma inflamação crônica ou mesmo um excesso de energia corporal armazenada.


“Esse cenário faz com que as células criem uma resistência à insulina, estimulando o pâncreas a produzir cada vez mais este hormônio, a fim de compensar essa situação. Com o tempo, as células não conseguem acompanhar o ritmo e começam a falhar, resultando no aumento da glicose no sangue e no surgimento do diabetes tipo 2”, diz.
Os testes de glicemia podem ajudar no diagnóstico do diabetes. Se a pessoa apresenta sintomas ou tem casos de diabetes na família, o recomendado é procurar uma farmácia ou unidade básica de saúde UBS para realizar o exame de glicemia e receber as orientações necessárias.

Diabetes e Vacinação: Cuidados essenciais para pacientes

O Brasil enfrenta um crescente desafio relacionado ao diabetes, com mais de 16 milhões de pessoas vivendo com a doença atualmente, e as projeções apontam para um aumento desse número, podendo chegar a 21 milhões até 2030, de acordo com o Ministério da Saúde. O que muitas vezes não fica claro é que o diabetes pode tornar os pacientes mais vulneráveis a infecções e agravar quadros de saúde, o que torna a vacinação uma parte crucial do cuidado com essa condição.

Ana Paula Burian, coordenadora dos Centros de Referência em Imunobiológicos Especiais (CRIEs) de Vitória desde 2004 e diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), destaca que o diabetes é uma das situações que proporcionam aos pacientes das redes pública e privada o acesso à imunização especial.

O alto teor de açúcar no sangue, comum em pessoas com diabetes, pode comprometer os mecanismos do sistema imunológico, aumentando o risco de infecções e agravando quadros de saúde. Um dos principais riscos é a hepatite B.

“A alta concentração de açúcar no sangue facilita a proliferação de bactérias, vírus e outros micro-organismos”, explica Ana Paula Burian. “No caso da hepatite B, o diabetes representa um risco duplo. Se uma pessoa com diabetes contrai hepatite B, a evolução para câncer de fígado e cirrose hepática é mais rápida, e o diabetes se descontrola mais facilmente, levando a complicações como amputações, disfunção renal e cegueira. A combinação de hepatite B e diabetes é prejudicial para ambos.”

A SBIm também enfatiza que pessoas com diabetes têm um risco 50% maior de desenvolver pneumonia pneumocócica e até 4,5 vezes maior de contrair doenças pneumocócicas graves, como meningite e infecções generalizadas.

O diabetes também pode agravar a gripe, colocando as pessoas com essa condição em maior risco de desenvolver formas graves da doença, necessitar de hospitalização e até morrer. Entre as vítimas da gripe no Brasil, sete em cada dez tinham alguma comorbidade, e entre essas, 20% a 30% eram portadoras de diabetes mellitus.

Nos CRIEs, os pacientes com diabetes têm o direito de receber a vacina contra a gripe todos os anos e também são imunizados com a vacina pneumocócica 23-valente, disponível no Programa Nacional de Imunizações (PNI) apenas para situações de risco específicas. Além disso, a situação vacinal para hepatite B é revisada e atualizada, se necessário. A imunização contra esse vírus já faz parte do calendário vacinal.