Inverno inicia nesta semana; Confira como fica interior de SP

O inverno de 2024 terá início na próxima quinta-feira (20), às 17h51 (horário de Brasília), com o solstício de inverno. A Climatempo destaca que a influência crescente do fenômeno La Niña, caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais no centro e leste do Oceano Pacífico Equatorial, moldará o clima da estação. Diferentemente do inverno de 2023, que foi dominado pelo El Niño e o aquecimento do Pacífico, La Niña trará um padrão distinto de temperaturas e precipitações para este ano.

Apesar da presença de La Niña, a expectativa para o Sudeste, especialmente o interior de São Paulo, é de um inverno predominantemente seco. De acordo com a Climatempo, muitas regiões, particularmente no norte do estado, podem passar os meses de julho e agosto sem chuvas significativas, e setembro também deverá registrar volumes abaixo da média. Com a atuação persistente de bloqueios atmosféricos, que limitam a chegada de frentes frias, as temperaturas tendem a ficar acima da média. Embora o ar frio polar possa atingir o sul e leste de São Paulo em julho, a interiorização será menos frequente. Contudo, as poucas incursões de ar frio podem provocar quedas acentuadas de temperatura e aumentar o risco de geadas em comparação a 2023, enquanto setembro poderá registrar ondas de calor.

Brasil registra ano mais quente da história em 2023

O ano de 2023 foi marcado como o mais quente da história do planeta, refletindo diretamente na série histórica de temperaturas do Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A média anual das temperaturas no país atingiu 24,92 graus Celsius (ºC), um aumento significativo de 0,69 °C em relação à média histórica de 1991/2020. O levantamento destaca que nove dos 12 meses do ano apresentaram médias mensais acima do padrão histórico, sendo setembro o destaque com um desvio de 1,6 ºC, a maior diferença desde 1961.

A ocorrência de nove episódios de onda de calor ao longo do ano foi atribuída aos impactos do fenômeno El Niño, que contribui para o aumento da temperatura em várias regiões do mundo. O Inmet ressaltou que fatores como o aquecimento global e mudanças ambientais locais têm intensificado eventos climáticos extremos. A análise de desvios de temperaturas desde 1961 revela uma tendência estatisticamente significativa de aumento, associada às mudanças climáticas globais e locais. As regiões mais afetadas foram o sul do Pará, Mato Grosso, sul de Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Pernambuco e Ceará.

A nível global, 2023 já é considerado o ano mais quente em 174 anos de registros meteorológicos, de acordo com a versão provisória do Estado Global do Clima 2023 publicada pela Organização Meteorológica Mundial (OMM). A temperatura média da superfície global superou os anos anteriores recordistas, 2016 e 2020, evidenciando os impactos do aquecimento global. O Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, da União Europeia, também confirmou que 2023 foi o ano mais quente do planeta e possivelmente o mais quente dos últimos 100 mil anos.

*Com informações da Agência Brasil

2023 pode ser o mais quente dos últimos 125 mil anos

Recentemente, cientistas do observatório europeu Copernicus divulgaram informações preocupantes: 2023 está a caminho de se tornar o ano mais quente dos últimos 125 mil anos. O último mês de outubro, em particular, foi catalogado como o mais quente já registrado em escala global, atingindo um pico de temperatura que superou os anteriores.

As análises apontam que o mês atingiu uma temperatura média do ar à superfície de 15,30°C, superando as médias anteriores em 0,85°C (comparadas ao período de 1991 a 2020) e em 0,40°C em relação ao outubro mais quente até então, que foi em 2019. Esse aquecimento significativo é resultado das contínuas emissões de gases com efeito de estufa, combinadas com o fenômeno El Niño, que esquenta as águas superficiais no leste do Oceano Pacífico.

Cientistas e especialistas, como Luciana Gatti do Inpe e Giovani Dolif do Cemaden, alertam para o perigo crescente das emissões de gases de efeito estufa. Gatti enfatiza a necessidade urgente de controlar essas emissões, apontando que o aumento delas ocorre anualmente. Dolif destaca a importância de reduzir essas emissões para conter a crescente temperatura na Terra. Esta sequência de recordes e a tendência contínua ao calor extremo prevista para os próximos meses reforçam as preocupações sobre a mudança climática global.