Correios desistem de greve na véspera da Black Friday

Em uma reviravolta de última hora, os sindicatos dos Correios das cidades de Bauru, interior de São Paulo, e dos estados do Rio de Janeiro e Maranhão, representados pela Findect, aprovaram nesta quarta-feira (22/11) a proposta apresentada pela empresa, evitando assim a greve que estava programada para coincidir com a aguardada Black Friday.

A paralisação, que teria seu início nesta quinta-feira (23/11), foi cancelada após a federação acusar a direção dos Correios de negligenciar as demandas dos trabalhadores. Entre as reivindicações, destacavam-se a incorporação de R$ 250 ao salário-base e a não tributação de uma bonificação concedida em janeiro. A federação afirmou que a greve não visava apenas corrigir inconsistências no acordo coletivo, mas também buscava garantir direitos e dignidade para os trabalhadores.

De acordo com a Findect, a empresa apresentou uma proposta que atendeu a 12 das 26 demandas dos sindicalistas, sendo esta aprovada em assembleia. A federação, que representa os trabalhadores dos Correios da cidade de São Paulo, está programada para realizar uma assembleia sobre o mesmo tema nesta quinta-feira (23), e a expectativa é de que a proposta da empresa também seja aceita. A decisão final representa um alívio tanto para os trabalhadores quanto para os consumidores que aguardam ansiosamente pela Black Friday.

Greve nos correios às vésperas da Black Friday

A Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect) anunciou hoje (22) uma greve que impactará serviços postais em várias regiões do Brasil, incluindo São Paulo, Bauru (SP), Rio de Janeiro, Tocantins e Maranhão, justamente às vésperas da Black Friday.

A decisão de paralisar as atividades, divulgada no site oficial da Findect, está relacionada a inconsistências em um acordo assinado com os Correios. A principal questão apontada é a não incorporação de R$ 250 ao salário base da categoria, o que a Findect considera como “um golpe financeiro direto contra os trabalhadores”.

A entidade revela que nos últimos 50 dias buscou incansavelmente o diálogo com a direção da empresa para corrigir 26 inconsistências identificadas antes da assinatura do acordo coletivo. A resposta da direção, presidida por Fabiano Silva, foi, segundo a Findect, inerte e alinhada a uma política prejudicial à categoria.

Além da questão salarial, a greve reivindica a retirada da incidência de impostos de uma bonificação de R$ 1,5 mil a ser paga em janeiro, a realização de concurso público, melhorias nos planos de saúde e nas condições de trabalho. A Findect classifica a mobilização como “urgente”, escolhendo o período da Black Friday, crucial para o varejo mundial, como estratégico para chamar a atenção da sociedade.

A paralisação, segundo a Findect, impactará cerca de 40% dos trabalhadores dos Correios em todo o país, afetando aproximadamente 60% do fluxo postal. O comunicado da federação conclama sindicatos e trabalhadores a aprovarem a greve em assembleias por tempo indeterminado em defesa dos direitos e da dignidade da categoria.

Greve na USP; Alunos aderem à greve em busca da contratação de professores

Alunos de diversos cursos do campus da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto decidiram aderir a uma greve em busca da contratação de professores, destacando a importância de reforçar o corpo docente. Nesta quinta-feira (28), estudantes do curso de Fonoaudiologia protagonizaram uma ocupação do prédio da Faculdade de Medicina em um ato de protesto por suas reivindicações.

A mobilização afeta vários cursos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, incluindo Pedagogia, Psicologia e Biologia, que já aderiram oficialmente ao movimento. Além desses, alunos de cursos como Terapia Ocupacional, Fisioterapia, Informática Biomédica e Fonoaudiologia também se uniram à greve, com uma assembleia programada para a tarde de hoje para decidir sobre a continuidade da ocupação.

Outros cursos e faculdades têm assembleias previstas para os próximos dias, com o objetivo de determinar sua participação ou não no movimento. Por sua vez, os professores estão programando uma assembleia da Associação dos Docentes da USP (Adusp) para as 17h, no anfiteatro da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto.

A greve ganhou força após a assembleia da Adusp, que deliberou pelo apoio ao movimento dos estudantes. A associação destaca a falta de financiamento adequado e de contratações de servidores nas universidades nos últimos anos. Os manifestantes reivindicam a realização de concursos públicos e estudos para identificar as necessidades de cada unidade, entre outras demandas.

Em resposta, a reitoria da USP comunicou que a contratação de novos docentes é uma prioridade e que tem realizado concursos públicos para a contratação de servidores técnicos administrativos, buscando atender às necessidades da instituição.

A greve dos estudantes também afetou o campus de São Paulo, e a mobilização dos docentes refletem a urgente necessidade de melhorar as condições de ensino e pesquisa nas universidades públicas brasileiras, visando proporcionar uma educação de qualidade para todos os alunos. A situação continua a ser monitorada de perto pela comunidade acadêmica e pelas autoridades da USP.

O Brasil que ninguém fala. Trabalhadores realizaram 558 greves na primeira metade do ano

No primeiro semestre deste ano, trabalhadores e trabalhadoras realizaram 558 greves, cruzando os braços por cerca de 20 mil horas, como estratégia de pleitear direitos. Em relatório, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) menciona que 108 das 166 mobilizações (65,1%) que acompanhou até o desfecho resultaram em vitória para a classe trabalhadora.

Em 78 greves (47%), ou seja, a maioria, os empregadores atenderam parcialmente as reivindicações feitas e em 30 delas (18,1%) o retorno foi integral. O Dieese registra, ainda, que 27 greves (16,3%) chegaram ao fim com o sentimento de frustração para os trabalhadores, já que os patrões resolveram rejeitar as propostas que apresentaram. Além disso, houve 51 casos (30,7%) em que as articulações coletivas tiveram continuidade em mesas de negociação.

De acordo com o relatório da entidade, 449 das greves (79,9%) foram organizadas como forma de se defender condições de trabalho, saúde e segurança e marcar posição contra o descumprimento de direitos estabelecidos em acordo coletivo, convenção coletiva ou legislação.

As principais reivindicações foram relacionadas a salário, como reajuste (41,6%) e pagamento do piso (32,8%). Mais de um quinto das greves (21,5%) teve como contexto demandas por melhora nas condições de trabalho e exatamente um quinto (20%) correspondeu à de regularização de salários que estavam em atraso (20,1%). No total, 102 greves (18,3%) foram motivadas por reivindicações em torno do auxílio-alimentação e 89 (15,9%) tiveram como pano de fundo insatisfação quanto a planos de cargos e salários.

Ao todo, contabilizaram-se 276 greves de advertência (49,5%), chamadas de paralisações, e 273 (48,9%) por tempo indeterminado. Não há detalhes sobre nove greves, em relação a esse critério de classificação.

Outro aspecto referente à natureza das greves, que consta do documento do Dieese, é o protagonismo de servidores públicos, que responderam por 58% do total e 65% das horas paradas. Os profissionais de redes estiveram por trás de quase três quartos das mobilizações.

Edição: Valéria Aguiar

Foto José Cruz/Ag Brasil