Números de inadimplência crescem em Ribeirão Preto

Um recente levantamento realizado pelo Instituto de Economia Maurílio Biagi da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (IEMB-Acirp) revelou que quase um terço da população da cidade estava inadimplente no primeiro semestre de 2024.

O estudo indicou que 29,65% dos moradores, o que corresponde a 217.051 pessoas, enfrentaram dificuldades para quitar suas dívidas. Esse número representa um aumento de 3% em comparação com o semestre anterior e um crescimento de 2,55% em relação ao primeiro semestre de 2023.

O total de devedores aumentou em 6.445 pessoas desde o segundo semestre de 2023, quando eram 210.606. O índice de inadimplência é o mais alto registrado nos últimos dois anos, conforme relatado por Lucas Ribeiro, analista do IEMB-Acirp. O levantamento considera uma população estimada de 732.044 habitantes, embora o Censo Demográfico de 2020, atualizado em 2022, indique um total de 698.642 habitantes.

O cartão de crédito continua sendo o principal responsável pelo endividamento em Ribeirão Preto. Segundo o estudo, 75% dos inadimplentes utilizam o cartão de crédito para a maior parte de suas dívidas, com 53% recorrendo ao crédito rotativo. As dívidas mais comuns incluem compras em supermercados, produtos variados, medicamentos e despesas com transporte.

O perfil dos inadimplentes é predominantemente adulto, com 46,24% sendo mulheres e 45,5% homens, enquanto 8,26% não tiveram informações de gênero divulgadas. A faixa etária mais afetada está entre 25 e 49 anos. Fatores como desemprego, queda no salário médio e inflação contribuem para o elevado nível de inadimplência na cidade, com 56% dos inadimplentes desempregados e um declínio de 10% no salário médio.

Entre janeiro e junho de 2024, o índice de inflação dos alimentos em Ribeirão Preto subiu 7,16%, exacerbando a dificuldade de pagamento. No primeiro semestre, o total de inadimplência na cidade alcançou R$ 2,09 bilhões, um aumento de 0,86% em relação a maio e de 11,15% em relação ao mesmo mês do ano passado. A dívida média por pessoa foi de R$ 7.193,70, uma alta de 11,58% em comparação com junho de 2023.

O valor médio das dívidas individuais em junho foi de R$ 1.649,46, representando um aumento de 24,17% em relação ao ano anterior. O crescimento do total de inadimplência demonstra uma tendência preocupante, com a dívida total aumentando em R$ 209,9 milhões em comparação ao ano passado.

Precisa renegociar dívidas? Feirão online da Serasa começa nesta segunda-feira, 30

Inicia nesta segunda-feira, 30, o Feirão Serasa Limpa Nome online, estendendo-se até 30 de novembro, oferecendo descontos que podem chegar a 99% em mais de 500 empresas de diferentes segmentos, incluindo bancos, financeiras, comércio varejista e operadoras de telefonia. O parcelamento das dívidas pode ser feito em até 72 vezes, trazendo uma oportunidade significativa para os inadimplentes.

Em Ribeirão Preto, os números da Serasa apontam mais de 296 mil inadimplentes, enquanto no Estado de São Paulo, quase 17 milhões de pessoas enfrentaram dificuldades para quitar seus débitos no último mês. Além das empresas participantes do Feirão, o Desenrola Brasil se junta à plataforma da Serasa, oferecendo descontos similares para as dívidas do programa do governo.

Os consumidores podem aproveitar as ofertas do Feirão Serasa Limpa Nome pelo site da empresa ou através do aplicativo disponível para download na App Store e Google Play. O pagamento é flexível, podendo ser efetuado via boleto ou Pix, caso a opção esteja disponível.

Inadimplência cai pela primeira vez em 2023, aponta Serasa

No mês de junho, o número de pessoas inadimplentes no Brasil teve a primeira queda em 2023, aponta o Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas da Serasa. Foram registrados 71,45 milhões de negativados, uma redução de 450 mil pessoas em relação ao mês anterior. Esse volume representa uma queda de 0,63%.

A última vez que o indicador havia registrado decréscimo foi em dezembro de 2022. Na comparação com junho do ano passado, quando os inadimplentes somavam 66,82 milhões, houve alta. O número de negativados representa 43,78% da população adulta do Brasil.

A faixa etária que mais tem pessoas com nome restrito é a de idade entre 41 e 60 anos, que representa 34,8% dos negativados. Em seguida, está a faixa de 26 a 40 anos, que corresponde a 34,7% do total de inadimplentes. A faixa etária acima de 60 anos representa 18,1%.

Também houve queda no volume total de dívidas, passando de 264,5 milhões, em maio, para 262,8 milhões, em junho, uma redução de 0,62%. O valor total das dívidas, por outro lado, teve alta de 0,15%, chegando a 346,3 bilhões. O valor médio das dívidas por pessoa ficou em R$ 4.846,15, acréscimo de 0,78%.

Por unidade federativa, o Rio de Janeiro é a que apresenta o maior percentual de inadimplentes (52,8%). Na sequência aparecem Amapá (52,72%), Amazonas (52,20%), Distrito Federal (52,05%) e Mato Grosso (50,33%). O estado com menos pessoas nessa condição é o Piauí (36,18%).

Desenrola Brasil

De acordo com o Serasa, a primeira semana do Programa Desenrola Brasil, do governo federal, teve impacto nas negociações de dívidas. Quase 900 mil dívidas foram negociadas somente pelos canais da Serasa até essa sexta-feira (21) e a procura foi 80% maior do que a média de acordos habituais da plataforma.

A Serasa é parceira de bancos integrantes do programa. Esses números retratam todos os acordos realizados na plataforma Serasa Limpa Nome, o que não apenas as dívidas do âmbito do Programa Desenrola Brasil.

A Faixa 2 do programa abrange a população com renda de dois salários mínimos – R$ 2.640 até R$ 20 mil por mês. As dívidas podem ser quitadas nos canais indicados pelos agentes financeiros e poderão ser parceladas, em, no mínimo, 12 prestações. Também é necessário ter sido incluído no cadastro de inadimplentes até 31 de dezembro de 2022.

Nesta fase,  também serão retirados do cadastro de devedores os nomes de quem tem dívidas até R$ 100. Segundo o Ministério da Fazenda, com essa medida, cerca de 1,5 milhão de pessoas deixarão de ter restrições e voltarão a poder ter acesso ao crédito.

Edição: Juliana Andrade

Foto Marcelo Casal Jr -EBC