Explosão no consumo de tadalafila gera alerta entre especialistas, veja sobre;

Medicamento para disfunção erétil é usado indiscriminadamente, principalmente por homens sem diagnóstico

O consumo da tadalafila, medicamento indicado para tratar disfunção erétil, disparou no Brasil, chegando a 64 milhões de unidades vendidas só em 2024 — um recorde histórico. A popularização do remédio, especialmente entre homens jovens e sem qualquer diagnóstico, acendeu um sinal de alerta entre médicos, que destacam os riscos do uso sem acompanhamento profissional.

De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), Dr. Luiz Otávio Torres, o maior perigo está no desenvolvimento de uma dependência psicológica. Segundo ele, muitos usuários passam a acreditar que só conseguem manter uma vida sexual satisfatória se fizerem uso constante do medicamento, mesmo sem apresentar disfunção erétil.

Apesar de não causar dependência química, o especialista explica que o uso indiscriminado do medicamento cria um ciclo mental prejudicial. “O homem toma, funciona, e ele passa a acreditar que, sem aquilo, não consegue mais. Isso gera uma dependência emocional e, consequentemente, aumento nas vendas”, detalha Torres. No Brasil, diferente de países como os Estados Unidos e nações da Europa, a venda é liberada sem necessidade de receita médica.

O acesso fácil ao remédio contribui diretamente para o crescimento expressivo no consumo nos últimos anos, muitas vezes por pessoas que não precisam. Além dos riscos psicológicos, o uso sem indicação médica pode provocar efeitos colaterais como dores de cabeça, congestão nasal, rubor, dores musculares e até queda brusca de pressão, especialmente quando combinado com medicamentos para problemas cardíacos, como os nitratos.

A tadalafila é indicada para três situações específicas: disfunção erétil, sintomas urinários causados pelo aumento benigno da próstata e hipertensão pulmonar — este último sob acompanhamento de um pneumologista. Fora dessas situações, o uso não é recomendado. “Não existe motivo para prescrever a quem tem ereção absolutamente normal. Isso não se faz”, reforça o urologista.

Para quem já faz uso do remédio sem orientação, o médico orienta interromper imediatamente, sem necessidade de redução gradual. No entanto, alerta que o impacto psicológico pode gerar dificuldades na vida sexual após a suspensão. Ele recomenda que, antes de buscar soluções rápidas, homens procurem urologistas, endocrinologistas ou nutricionistas, conforme seus objetivos. “Saúde não se brinca. Medicamento é para quem realmente precisa”, finaliza.

SUS amplia tratamento de Alzheimer e passa a oferecer donepezila para casos graves

Nova medida do Ministério da Saúde deve beneficiar cerca de 10 mil pacientes já no primeiro ano de implementação

O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta-feira (15) a ampliação do tratamento para pacientes com Doença de Alzheimer atendidos pelo SUS. A medida, publicada na portaria SECTICS/MS nº 20/2025, autoriza o uso da donepezila também para pessoas em estágio grave da doença. Até então, o medicamento, que ajuda a preservar funções cognitivas e retardar a progressão do quadro, era oferecido apenas para os casos leves e moderados.

Com a nova diretriz, a donepezila poderá ser utilizada isoladamente ou em combinação com a memantina, que já está disponível no SUS para pacientes com Alzheimer grave. Em 2023, mais de 58 mil pessoas fizeram uso da donepezila combinada com outras medicações. A expectativa é que cerca de 10 mil novos pacientes sejam contemplados com a ampliação do protocolo ainda no primeiro ano.

A decisão, segundo o Ministério da Saúde, é resultado da atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da doença. O órgão reconheceu a necessidade de fortalecer a linha de cuidado contínuo e ampliar o acesso a tratamentos baseados em evidências científicas, especialmente diante do envelhecimento da população brasileira.

A Doença de Alzheimer é uma condição progressiva e sem cura, que compromete memória, comportamento e independência dos pacientes. O uso contínuo de medicamentos como a donepezila tem se mostrado eficaz na redução de sintomas como apatia, confusão mental e agitação. Estudos apresentados à Conitec também indicam que o tratamento pode retardar a necessidade de internações em instituições especializadas.

Além da donepezila, o SUS oferece outros medicamentos conforme a gravidade do quadro, como memantina, rivastigmina e galantamina. O atendimento aos pacientes com Alzheimer é feito por equipes multiprofissionais nas Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Neurocirurgia e Centros de Referência em Neurologia. O Programa Melhor em Casa também permite que pacientes recebam cuidado no próprio domicílio. Só no primeiro trimestre de 2025, o SUS realizou mais de 7 milhões de atendimentos ambulatoriais relacionados ao Alzheimer em todo o país.

Anvisa autoriza venda de medicamentos prescritos por enfermeiros

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anunciou que enfermeiros podem prescrever medicamentos que podem ser adquiridos em farmácias e drogarias privadas. Essa prática, que já foi permitida desde dezembro de 2022, foi reiterada em um ofício publicado no dia 20 de outubro. A medida ainda não é amplamente reconhecida no setor de medicamentos.

Historicamente, a Lei nº 7.498 de 1986 permite que enfermeiros prescrevam medicamentos em programas de saúde pública. Esses incluem antimicrobianos, como a amoxicilina, que combatem infecções. Contudo, as receitas dos enfermeiros não eram aceitas em farmácias devido à necessidade de registro no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), que apenas aceitava prescrições de médicos, veterinários e dentistas.

Com a desativação temporária do SNGPC em dezembro de 2022, as farmácias começaram a aceitar as receitas de enfermeiros. A conselheira do Conselho Federal de Enfermagem, Ana Paula, destacou que os enfermeiros estão autorizados a prescrever medicamentos de saúde pública, incluindo antibióticos para infecções sexualmente transmissíveis.

Apesar dessa mudança, muitos usuários ainda enfrentam dificuldades, pois algumas farmácias continuam a recusar as receitas de enfermeiros. A presidente do Conselho Federal de Enfermagem atribui isso a uma “cultura equivocada”, pois não há impedimentos legais para a aceitação dessas receitas.

O Conselho Regional de Farmácia do Ceará (CRF-CE) informou que, após a interrupção do SNGPC, as farmácias começaram a registrar receitas de maneiras alternativas, utilizando livros físicos e eletrônicos. Arlandia Nobre, presidente do CRF-CE, ressaltou que, quando o sistema for reativado, as farmácias não poderão mais liberar medicamentos prescritos por enfermeiros, a menos que o sistema seja adaptado.

Natana Pacheco, do Conselho Regional de Enfermagem do Ceará, enfatizou a importância de reconhecer a validade das prescrições de enfermeiros, o que pode aumentar o acesso à saúde e destacar a autonomia desses profissionais. Em Fortaleza, profissionais de enfermagem têm autorização para prescrever medicamentos em áreas específicas da saúde básica, conforme estabelecido por portaria local.

Fonte: www.opovo.com.br

Agro assina contrato que viabiliza plantas medicinais no sistema de saúde

O Governo de São Paulo e a União firmaram um acordo que viabiliza a produção de plantas medicinais e aromáticas e de fitoterápicos no sistema de saúde. Com isso, o Estado vai fortalecer a produção da agricultura familiar. A assinatura do acordo também foi marcada pela aquisição de alimentos da agricultura familiar pelo Hospital São Paulo, da Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp).

Conforme a assinatura do contrato, a expectativa é abrir caminho para a aquisição de plantas medicinais e aromáticas e de extratos vegetais da agricultura familiar no Sistema Único de Saúde (SUS) de São Paulo. Esses medicamentos já têm eficácia comprovada e viabilizam uma cadeia produtiva apoiada na agricultura familiar de base agroecológica.

A pesquisadora Sandra Maria Pereira, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, a Apta, dá mais detalhes sobre a parceria. O acordo foi firmado entre a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar:

“Estamos trabalhando em conjunto para desenvolver toda essa cadeia e para ter mais saúde com o segmento das plantas medicinais e dos fitoterápicos, que também fazem parte das práticas integrativas e complementares na Atenção Básica de Saúde. Esperamos viabilizar a entrega de plantas e extratos.”

O contrato assinado dá respaldo para mais pesquisas sobre políticas públicas com plantas medicinais em São Paulo. A vigência do acordo é de quatro anos. O Brasil já conta com a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos baseado, por exemplo, na ampliação das opções terapêuticas e melhoria da atenção à saúde aos usuários do SUS.

“Para São Paulo é muito relevante esse relacionamento, pois o projeto de pesquisa já tem um alcance em âmbito federal, favorecendo o futuro acesso aos medicamentos fitoterápicos no SUS, sempre visando a melhoria da qualidade de vida da população”, destaca Daniel Gomes, diretor geral da Apta Regional.

Saiba como descartar remédios de forma correta

A maneira como descartamos medicamentos está em foco. Remédios vencidos ou sobras de tratamento não podem ser descartados de qualquer jeito, pois isso traz problemas para o meio ambiente. Giovani Santos de Oliveira, um estudante da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da Universidade de São Paulo (USP), nos diz que é importante fazer isso direito.

“Jogar remédios fora de qualquer jeito causa muitos problemas”, diz o estudante. Oliveira nos conta que quando jogamos medicamentos no lixo ou no vaso sanitário, as substâncias dos remédios podem entrar na terra e chegar na água que bebemos, poluindo as fontes de água e prejudicando tanto as pessoas quanto os animais aquáticos.

Além disso, essas substâncias químicas podem fazer as bactérias ficarem resistentes aos antibióticos, o que torna os tratamentos médicos menos eficazes e aumenta o risco de infecções difíceis de tratar.

Uma maneira segura de descartar remédios é usar os lugares especiais para isso. Oliveira diz: “As farmácias e drogarias agora são obrigadas por uma lei de 2020 a ter um local para as pessoas deixarem os medicamentos vencidos ou não usados. E as Unidades Básicas de Saúde também aceitam esses medicamentos”.

Então, é importante que todos nós façamos nossa parte para cuidar do meio ambiente e da nossa saúde. Não jogue medicamentos no lixo comum ou no vaso sanitário. Se você não sabe onde descartar, pergunte ao seu farmacêutico.