Horário de verão tem apoio de 54,9% da população, diz estudo

Levantamento feito pelo portal Reclame Aqui e pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) mostra que o horário de verão é bem-visto pela maioria das pessoas. De acordo com a pesquisa, feita com três mil pessoas, 54,9% dos entrevistados são favoráveis à mudança nos relógios ainda este ano.

Deste total, 41,8% dizem ser totalmente favoráveis ao retorno do horário de verão, e 13,1% se revelam parcialmente favoráveis. Ainda segundo o estudo, 25,8% se mostraram totalmente contrários à implementação; 17% veem com indiferença a mudança; e 2,2% são parcialmente contrários.

Os maiores índices de apoio foram observados nas regiões onde o horário era adotado: Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No Sudeste, 56,1% são a favor da mudança, sendo 43,1% favoráveis e 13% parcialmente favoráveis.

No Sul, 60,6% são favoráveis, 52,3% totalmente favoráveis e 8,3% parcialmente favoráveis; e, no Centro-Oeste, 40,9% aprovariam a mudança – com 29,1% se dizendo totalmente favoráveis e 11,8% parcialmente a favor. Nas três regiões somadas, 55,74% são favoráveis ao adiantamento dos relógios em uma hora.

Para 43,6% dos entrevistados, a mudança no horário ajuda a economizar energia elétrica e outros recursos. Para 39,9%, a medida não traz economia e 16,4% disseram que não sabem ou não têm certeza.

POR REGIÕES

Segundo a pesquisa da Abrasel, a Região Sul é a que apresenta maior parcela da população (47,7%) que acredita que o adiantamento do relógio resulta em economia de recursos. Para 51,8%, a mudança do horário é benéfica para o comércio e serviços, como lojas, bares e restaurantes. Já 32,7% dizem não ver vantagem; e 15,5% afirmam não ter opinião formada.

A pesquisa revela, ainda, que, para 41,7%, a cidade onde moram fica mais atrativa para o turismo quando o horário de verão está vigorando. “Apenas 9,4% disseram que fica [a cidade] menos atrativa, enquanto 43,6% não sentem diferença”, diz o levantamento.

O estudo mostra também que as pessoas se sentem mais seguras durante os períodos em que o horário de verão é adotado, em especial com relação ao horário de saída para o trabalho. Segundo a pesquisa, 35,2% se sentem mais seguros com a mudança, enquanto 19,5% se dizem menos seguros. Para 41,9% a mudança não traz influência.

A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou menos, considerando um nível de confiança de 95%.

GOVERNO

Na última semana, o ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, afirmou que a volta do horário brasileiro de verão é uma possibilidade real para melhor aproveitamento da luz natural em relação à artificial e a consequente redução de consumo de energia elétrica no país.

“O horário de verão é uma possibilidade real, mas não é um fato porque tem implicações, não só energética, tem implicações econômicas. É importante para diminuir o despacho de térmicas nos horários de ponta, mas é uma das medidas, porque ela impacta muito a vida das pessoas”, reconheceu o ministro.

Fonte: Agência Brasil

93% dos empresários do setor de bares e restaurantes empregam pessoas sem experiência

A falta de experiência costuma ser um grande desafio para quem deseja entrar no mercado de trabalho, uma vez que a preferência de considerável parte dos gestores é por profissionais que já tenham alguma habilidade prévia.

Porém, o setor de bares e restaurantes não surge apenas como porta de entrada para o primeiro emprego, como também oferece oportunidade de crescimento dentro do negócio. Uma pesquisa realizada pela Abrasel com 2.615 empresários, indicou que 93% contrata pessoas sem experiência e 74% das empresas têm políticas de ascensão profissional.


“O que temos observado aqui na empresa, é que tem se desenhado um cenário diferente de mão de obra. Profissionais que trabalharam por anos na área de bares e restaurantes, com a chegada da pandemia, ou voltaram para suas cidades de origem ou escolheram seguir outras carreiras. Então está entrando no mercado uma geração muito mais jovem, com uma mentalidade diferente”, afirma Lídia Sousa, gerente de recursos humanos do restaurante Tata Sushi.

A pesquisa da Abrasel ainda retrata o cenário de contratações para o segundo semestre de 2023: 38% dos empresários pretendem reforçar a mão de obra até dezembro.

Os números evidenciam a tendência de aumento no número de vagas ocupadas no setor de alimentação fora do lar, da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios): o setor registrou um aumento de 1,2% no número de empregos em um período de 12 meses, enquanto o crescimento geral foi de 0,9% para outros setores.

No entanto, quando comparado ao trimestre anterior (que compreende os meses de dezembro a fevereiro), o setor de alimentação e hospedagem (do qual bares e restaurantes representam mais de 90% do volume de empregos) obteve um desempenho ainda melhor, com um crescimento de 1,4%, em contraste com o modesto aumento de 0,2% registrado nos demais setores. Só entre janeiro e maio deste ano, foram criadas 124 mil novas vagas de emprego.

No âmbito do Novo CAGED, que mede somente os empregos formais, o aumento foi de 0,36% no número de empregos criados em maio, em consonância com o aumento geral. Em abril, foram criados cerca de 5.600 empregos com carteira assinada no setor.

“Esses resultados demonstram a resiliência e a capacidade do setor não só de se adaptar e criar oportunidades de emprego mesmo em um cenário econômico desafiador, mas de capacitar uma nova geração que vê no setor de bares e restaurantes a chance de entrar no mercado de trabalho”, diz Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.

“Enquanto muitos setores tiveram encolhimento ou andaram de lado, continuamos crescendo. No entanto, esse crescimento pode ser ainda maior, se resolvermos alguns nós que hoje travam o crescimento, como as dívidas acumuladas, que fazem com que 21% tenham trabalhado no prejuízo em maio”, continua.

“Além disso, precisamos que o Senado tenha clareza da essencialidade do setor na reforma tributária, como foi reconhecido na Câmara, mantendo os bares e restaurantes no regime especial, conforme o texto já aprovado”, completa Solmucci.

Média salarial do setor

Quanto à remuneração dos trabalhadores do setor, a pesquisa da Abrasel mostra que 44% dos empresários fizeram reajuste acima da convenção coletiva, e dentre os motivos mais citados estão atrair mão de obra, reter funcionários, premiar desempenho e ajustar-se ao mercado.

Os dados reforçam a informação da PNAD Contínua mais recente, que destacou o maior aumento no salário médio em comparação a todos os setores, com um crescimento de 10,7% em relação ao mesmo trimestre de 2022. A média geral de aumento salarial foi de 6,6%.

Entre dezembro de 2022 e fevereiro deste ano, enquanto a maioria dos setores apresentou uma deflação nos salários, o setor de Alimentação Fora do Lar se destacou com um aumento positivo de 1,9%, ficando atrás apenas do setor da construção, que registrou um aumento de 2,3%. Hoje o salário médio no setor chega a R$ 1.971,00.

Foto Abrasel