Agrishow: turismo deve movimentar R$ 621 milhões e atrair 200 mil pessoas. Gastronomia, bares e vida noturna são atrações

Maior feira agrícola do Brasil, a Agrishow deverá movimentar R$ 621 milhões em atividades ligadas ao turismo entre o final de abril e o início de maio na região de Ribeirão Preto. A estimativa é do Centro de Inteligência da Economia do Turismo (CIET), ligado à Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo. A 29ª edição do evento deverá atrair 200 mil visitantes, 50 mil a mais que no ano passado. 

O faturamento deverá ser registrado por atividades comerciais e serviços ligados ao turismo, como meios de hospedagem, restaurantes e bares. Os estabelecimentos de Ribeirão Preto estenderam horários de atendimento e já trabalham com reservas para o período da Agrishow. Segundo a prefeitura, a rede hoteleira está praticamente lotada. 

A maioria dos visitantes da feira não mora em Ribeirão Preto (88,75%), de acordo com pesquisa realizada pelo CIET em 2023. Uma parcela considerável do público aproveita atrações como gastronomia (45,34%), bares e vida noturna (18,63%), visita a Agrishow durante dois dias e também se hospeda em cidades próximas, movimentando a economia de toda a região. 

Com grande apelo rural, cultural e gastronômico, Ribeirão Preto é a maior cidade da região turística Raízes do Campo e fica próxima de municípios muito visitados, como Brodowsky, berço do pintor modernista Portinari; Mococa, que preserva a arquitetura do ciclo do café; e Guariba, famosa pela tradição caipira das cavalgadas.  

Os destinos rurais estão entre os mais procurados pelos viajantes no Brasil, com crescimento de cerca de 30% ao ano no país, segundo o Sebrae. O segmento caminha lado a lado com a gastronomia, que hoje projeta São Paulo como um dos principais destinos turísticos do mundo – há mais de 1,2 mil propriedades rurais cadastradas para visitação e 10 rotas gastronômicas consolidadas no território paulista.

Ribeirão Preto Restaurant Week oferece experiência gastronômica

A 13ª edição da Ribeirão Preto Restaurant Week traz não apenas menus exclusivos preparados pelos melhores chefs locais, mas também opções para garantir a diversão das crianças durante o festival gastronômico. Quatro restaurantes – Arpoador Gastronomia, San Sebah, Sumaré 26 e Sunflower by Wellendorf – oferecem espaços especialmente pensados para as crianças se divertirem enquanto os adultos desfrutam das delícias do evento.

Até 26 de novembro, os participantes têm a oportunidade de explorar menus fixos que incluem entrada, prato principal e sobremesa. Dois tipos de menu estão disponíveis: o tradicional, com preços de R$ 49,90 no almoço e R$ 64,90 no jantar, e o menu plus, com receitas mais elaboradas pelos chefs, por R$ 59,90 no almoço e R$ 74,90 no jantar. Todos os menus celebram a diversidade dos biomas brasileiros, tema central desta edição, inspirando os chefs a explorar a biodiversidade do Brasil em cada receita.

Os restaurantes participantes e seus menus detalhados, horários de funcionamento e opções de reserva podem ser encontrados no site restaurantweek.com.br.

Restaurantes Week com Espaço Kids:

  • Arpoador Gastronomia (Praça Rotary Club, 105 – City Ribeirão): Oferece pratos como Steak Tartar, Ceviche misto de salmão e tilápia, Filé mignon ao molho pesto, entre outros.
  • San Sebah (Av. Norma Valério Corrêa, 205 – Jardim Botânico): Opções incluem Caesar salad, Ragu de costela, Linguini ao molho branco com mini botões de lula e camarão rosa, Bolo de coco gelado com sorvete, entre outros.
  • Sumaré 26 (Av. Sumaré, 26 – Jardim Sumaré): Com um menu que destaca pratos como Arroz com camarão molho vermelho, Bobo de camarão rosa, Cheesecake de frutas vermelhas.
  • Sunflower by Wellendorf (R. Atibaia, 38 – Jardim Paulista): Opções incluem Crostini à moda, Caprese, Crispy Rib, Sun Churros, Dark Brulle, entre outros.

Além da experiência gastronômica, a Ribeirão Preto Restaurant Week também contribui para a responsabilidade social, destinando doações voluntárias dos clientes à Associação Anjos da Rua. As doações, a partir de R$ 2,00 incluídos nas contas dos menus, serão integralmente repassadas à entidade que semanalmente distribui marmitas a moradores de rua e cestas básicas a famílias necessitadas. O festival ocorre em mais de 20 localidades brasileiras, promovendo não apenas a culinária local, mas também o engajamento em causas sociais.

Bares e restaurantes de Ribeirão pedem indenização por conta da pandemia

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) iniciou uma Ação Civil Pública exigindo compensações do Governo de São Paulo e da Prefeitura de Ribeirão Preto, devido aos impactos do fechamento dos estabelecimentos nos períodos mais críticos da pandemia entre 2020 e 2021. O caso, agora em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF), inicialmente foi rejeitado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

Vinicius Iozzi, diretor executivo da Abrasel Alta Mogiana, abrangendo Ribeirão Preto e outras localidades, esclareceu que o objetivo não é contestar as medidas sanitárias, mas apontar a ausência de apoio para os estabelecimentos afetados pelos fechamentos. Segundo ele, o setor não recebeu os incentivos concedidos a outras indústrias, resultando em demissões e sem alívio fiscal.

Apesar da diminuição da alíquota do ICMS para bares e restaurantes de 3,69% para 3,2% em 2022 pelo Governo de São Paulo, a ação não estipula um valor para a indenização, deixando os empresários responsáveis por calcular os prejuízos ao longo da pandemia. Vinicius alerta para a dificuldade do processo, considerando a persistência dos impactos e prevê um período de até cinco anos para a total recuperação do setor.

Fiscalização de barulho em bares e restaurantes de Ribeirão Preto

A Câmara de Vereadores de Ribeirão Preto realizou na última segunda-feira (23) uma audiência pública para debater o aumento da fiscalização de ruído, com foco especial na música ao vivo, em bares e restaurantes da cidade. A reunião contou com a presença de proprietários de estabelecimentos, músicos, representantes da Polícia Militar e do Departamento de Fiscalização Geral da Prefeitura.

O destaque da audiência foi o coronel Antônio Calor Muniz, chefe da Fiscalização Geral da Prefeitura. Segundo Muniz, a cidade recebe em média 150 denúncias de perturbação do sossego público a cada final de semana. O Ministério Público tem pressionado a Prefeitura a intensificar a fiscalização em conformidade com a legislação que aborda o tema do barulho e perturbação do sossego.

Músicos relataram que muitos contratos foram cancelados após o fechamento de bares na zona sul de Ribeirão Preto devido a questões de ruído. Em contrapartida, proprietários de bares reclamaram da queda no movimento de seus estabelecimentos sem a opção de música ao vivo. A Prefeitura já iniciou o processo de aquisição de três decibelímetros, dispositivos usados para medir o nível de som, a fim de intensificar a fiscalização de festas, bares e restaurantes na cidade. Apesar das preocupações com a perturbação de sossego, o setor de bares e restaurantes, juntamente com músicos locais, argumentam que as regras rígidas estão afetando negativamente seus negócios, resultando em perda de receita.

93% dos empresários do setor de bares e restaurantes empregam pessoas sem experiência

A falta de experiência costuma ser um grande desafio para quem deseja entrar no mercado de trabalho, uma vez que a preferência de considerável parte dos gestores é por profissionais que já tenham alguma habilidade prévia.

Porém, o setor de bares e restaurantes não surge apenas como porta de entrada para o primeiro emprego, como também oferece oportunidade de crescimento dentro do negócio. Uma pesquisa realizada pela Abrasel com 2.615 empresários, indicou que 93% contrata pessoas sem experiência e 74% das empresas têm políticas de ascensão profissional.


“O que temos observado aqui na empresa, é que tem se desenhado um cenário diferente de mão de obra. Profissionais que trabalharam por anos na área de bares e restaurantes, com a chegada da pandemia, ou voltaram para suas cidades de origem ou escolheram seguir outras carreiras. Então está entrando no mercado uma geração muito mais jovem, com uma mentalidade diferente”, afirma Lídia Sousa, gerente de recursos humanos do restaurante Tata Sushi.

A pesquisa da Abrasel ainda retrata o cenário de contratações para o segundo semestre de 2023: 38% dos empresários pretendem reforçar a mão de obra até dezembro.

Os números evidenciam a tendência de aumento no número de vagas ocupadas no setor de alimentação fora do lar, da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios): o setor registrou um aumento de 1,2% no número de empregos em um período de 12 meses, enquanto o crescimento geral foi de 0,9% para outros setores.

No entanto, quando comparado ao trimestre anterior (que compreende os meses de dezembro a fevereiro), o setor de alimentação e hospedagem (do qual bares e restaurantes representam mais de 90% do volume de empregos) obteve um desempenho ainda melhor, com um crescimento de 1,4%, em contraste com o modesto aumento de 0,2% registrado nos demais setores. Só entre janeiro e maio deste ano, foram criadas 124 mil novas vagas de emprego.

No âmbito do Novo CAGED, que mede somente os empregos formais, o aumento foi de 0,36% no número de empregos criados em maio, em consonância com o aumento geral. Em abril, foram criados cerca de 5.600 empregos com carteira assinada no setor.

“Esses resultados demonstram a resiliência e a capacidade do setor não só de se adaptar e criar oportunidades de emprego mesmo em um cenário econômico desafiador, mas de capacitar uma nova geração que vê no setor de bares e restaurantes a chance de entrar no mercado de trabalho”, diz Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.

“Enquanto muitos setores tiveram encolhimento ou andaram de lado, continuamos crescendo. No entanto, esse crescimento pode ser ainda maior, se resolvermos alguns nós que hoje travam o crescimento, como as dívidas acumuladas, que fazem com que 21% tenham trabalhado no prejuízo em maio”, continua.

“Além disso, precisamos que o Senado tenha clareza da essencialidade do setor na reforma tributária, como foi reconhecido na Câmara, mantendo os bares e restaurantes no regime especial, conforme o texto já aprovado”, completa Solmucci.

Média salarial do setor

Quanto à remuneração dos trabalhadores do setor, a pesquisa da Abrasel mostra que 44% dos empresários fizeram reajuste acima da convenção coletiva, e dentre os motivos mais citados estão atrair mão de obra, reter funcionários, premiar desempenho e ajustar-se ao mercado.

Os dados reforçam a informação da PNAD Contínua mais recente, que destacou o maior aumento no salário médio em comparação a todos os setores, com um crescimento de 10,7% em relação ao mesmo trimestre de 2022. A média geral de aumento salarial foi de 6,6%.

Entre dezembro de 2022 e fevereiro deste ano, enquanto a maioria dos setores apresentou uma deflação nos salários, o setor de Alimentação Fora do Lar se destacou com um aumento positivo de 1,9%, ficando atrás apenas do setor da construção, que registrou um aumento de 2,3%. Hoje o salário médio no setor chega a R$ 1.971,00.

Foto Abrasel