AME Ribeirão Preto inicia primeiros atendimentos

O Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Ribeirão Preto, localizado na Vila Virginia e construído com recursos da Prefeitura, começou a operar nesta segunda-feira, 27 de novembro. Inicialmente, os serviços estão disponíveis nas especialidades de cardiologia e dermatologia, com previsão para ampliação das atividades.

A partir de terça-feira, 28 de novembro, o AME incluirá atendimentos em urologia, seguido por otorrinolaringologia e oftalmologia a partir do dia 4 de dezembro. O administrador dos AMEs, Gilmar Medeiros, destacou que a realização de cirurgias terá início no início de 2024, com a progressiva expansão dos atendimentos ao longo de 18 meses, abrangendo as 26 especialidades previstas.

O prefeito Duarte Nogueira anunciou que o governador do Estado, Tarcísio de Freitas, realizará a inauguração oficial do AME, enquanto o hospital já está em pleno funcionamento. O prédio, que custou R$ 45.312.605,61 e foi entregue em outubro de 2023 ao Governo do Estado, conta com gestão pela Organização Social (OSS) – Fundação Santa Casa de Misericórdia de Franca.

Infraestrutura e Especialidades do AME Ribeirão Preto

O AME Ribeirão Preto, erguido em um terreno de mais de 17 mil metros quadrados, oferece uma estrutura ampliada para atender as necessidades da região. Com mais de 7,9 mil metros quadrados de área construída, o prédio dispõe de instalações hospitalares de alta qualidade e equipamentos médicos de última geração.

A capacidade de atendimento inclui mais de sete mil consultas médicas e não médicas por mês, cerca de 89 mil por ano, além de aproximadamente 37 mil procedimentos diagnósticos mensais e 6,8 mil cirurgias anuais em nove especialidades. O AME conta com quatro centros cirúrgicos, 22 salas para exames, 22 salas de apoio, um amplo centro administrativo, e estrutura para abrigar diversas especialidades médicas e não médicas.

As especialidades médicas oferecidas incluem cardiologia, dermatologia, urologia, otorrinolaringologia, oftalmologia, e diversas outras. O AME também contempla áreas não médicas, como enfermagem, odontologia, serviço social, psicologia, nutrição, fonoaudiologia, fisioterapia e terapia ocupacional.

O incrível desafio de tratar 500 mil corações por ano

“A característica maior do hospital é a humanização. Não basta querer fazer pesquisa, ensino, se não tiver humanismo.” Assim, o diretor do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (IDPC), o médico Fausto Feres, define o trabalho do hospital que há 69 anos atua com o diagnóstico e tratamento das doenças cardiovasculares através do Sistema Único de Saúde (SUS). O instituto é uma das entidades associadas à USP que podem colaborar no ensino, na pesquisa e na extensão de serviços à comunidade prestados pela Universidade.

O IDPC é um dos 300 centros especializados de alta complexidade cardiovascular no Brasil. Ele é uma unidade hospitalar da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo e está instalado na capital paulista. Todos os dias, cerca de duas mil pessoas passam pelo Dante Pazzanese em busca de tratamento ou para descobrir se têm alguma cardiopatia.

O atendimento vai desde o pronto-socorro de portas abertas até a realização de transplantes de coração. Somente no ano passado, foram mais de R$ 326 milhões para manter a infraestrutura, os insumos e medicamentos, e os mais de 600 mil consultas e exames realizados no ano.

Um dos destaques do hospital são os procedimentos para implantar marcapassos e desfibriladores (CDI). Os dispositivos ajudam a monitorar e controlar o coração de pacientes que sofrem com arritmias ou insuficiência cardíaca graves.

“Nós somos o serviço que mais implanta marca-passo hoje no País, provavelmente no mundo é difícil achar um serviço com os nossos números. No ano passado, foram 866 implantes de marca-passo e desfibriladores”, enumera o diretor do Dante Pazzanese.

Para conciliar a alta demanda de atendimentos na rede pública, um orçamento restrito e implementar uma cultura de humanização, o instituto aposta na gestão eficiente de recursos baseados no ESG, sigla em inglês que corresponde a práticas sustentáveis nas áreas ambientais, sociais e de governança.

São ações, por exemplo, como o uso racional de água, energia e gestão de resíduos, atividades para o bem-estar dos mais de 2,6 mil funcionários e garantir a humanização do atendimento, com ênfase em resolver o problema do paciente o mais rápido possível, com cordialidade e pontualidade.

A realização dessas ações só é possível com o trabalho da Fundação Adib Jatene (FAJ). A fundação não tem fins lucrativos e foi criada em 1984 para apoiar e ajudar na organização, administração e finanças do IDPC.

“A fundação garante a autonomia de gestão suficiente para não haver quebra de continuidade nas ações assistenciais, de pesquisa e de ensino para a população do Estado de São Paulo e do País que dependem do SUS”, diz Fausto Feres.

Fausto Feres, diretor do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens