Jair Bolsonaro completa 100 dias em prisão domiciliar e permanece sob expectativa de manutenção do regime

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou nesta terça-feira a 100 dias de prisão domiciliar, regime imposto após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), constatar o descumprimento de medidas cautelares no âmbito do inquérito que apura a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) contra o sistema de Justiça.

Durante esse período, Bolsonaro permanece recolhido em sua residência em Brasília e está submetido a inúmeras restrições: uso de tornozeleira eletrônica, proibição de sair de casa sem autorização, suspensão de acesso a redes sociais — mesmo por meio de terceiros — e vedação de contato com embaixadores, autoridades estrangeiras ou investigados. Seu pedido de revogação das medidas cautelares foi negado por Moraes.

Segundo aliados, a expectativa é de que o ex-presidente continue em prisão domiciliar, embora não se descarte a possibilidade de migração para regime fechado, caso novos descumprimentos sejam verificados. O fato de completar esse marco de 100 dias traz à tona debates sobre o caráter cautelar ou efetivo do regime, além das consequências políticas e jurídicas para sua carreira e para o cenário eleitoral.

Sob pena de prisão preventiva, qualquer novo episódio de descumprimento das cautelares pode levar Bolsonaro ao regime fechado imediatamente. A defesa, por sua vez, sustenta que não havia risco concreto de fuga ou de obstrução da Justiça que justificasse o recolhimento domiciliar prolongado.

Ao longo desse período, o ex-mandatário teve saídas pontuais autorizadas apenas para tratamento médico e permaneceu sem contato direto com redes sociais e imprensa, o que limita sua presença pública e impacto político no momento.