Receita afirma que não cobrará imposto por Pix

A Receita Federal esclareceu que o reforço na fiscalização de transferências via Pix e cartão de crédito não envolve a criação de novos impostos, desmentindo rumores nas redes sociais. A partir de 1º de janeiro, novas regras para monitoramento de transações financeiras entraram em vigor, focando em transferências de pelo menos R$ 5 mil mensais para pessoas físicas e R$ 15 mil para pessoas jurídicas.

Além do Pix, esses limites se aplicam também a operadoras de cartão de crédito e instituições de pagamento, como bancos digitais. Elas deverão informar à Receita sobre transações que ultrapassem os limites estabelecidos. Bancos tradicionais e cooperativas de crédito já estavam obrigados a fazer esse tipo de notificação.

A Receita explicou que a medida visa melhorar a prestação de serviços e reduzir erros nas declarações de Imposto de Renda, com a inclusão dessas transações na declaração pré-preenchida de 2026. A fiscalização foi modernizada para incluir fintechs e carteiras virtuais.

A e-Financeira, plataforma digital que substitui a Declaração de Operações com Cartões de Crédito (Decred), agora concentra as informações das transações, sem identificar detalhes das operações ou violar sigilos bancário e fiscal. A Receita confirmou que a e-Financeira apenas contabiliza os totais movimentados em contas, sem especificar a natureza das transações.

Instituições financeiras devem enviar relatórios à Receita Federal semestralmente, com prazos até o último dia útil de agosto para o primeiro semestre e até fevereiro para o segundo. Essas informações ajudarão a incluir os dados nas declarações do Imposto de Renda, facilitando o processo para os contribuintes.

A Receita reforçou que a fiscalização tem como objetivo melhorar o gerenciamento de riscos e oferecer melhores serviços à sociedade, sempre respeitando as normas legais de sigilo bancário e fiscal.

Fonte: Agência Brasil

Cartão de crédito: 5 serviços que você pode usar de graça no aeroporto

Muitos viajantes não sabem que, além de facilitar compras do dia a dia, seu cartão de crédito pode garantir acesso a diversos serviços exclusivos nos aeroportos. Com o cartão certo, é possível transformar a espera pelo voo em uma experiência muito mais confortável e vantajosa.

Esses benefícios vão além de acúmulo de milhas, cashback e seguros de viagem. Alguns cartões oferecem vantagens como o acesso a salas VIP e outros serviços que tornam a viagem mais agradável.

Gabriel Dias, especialista em turismo e fundador do site Cartões, Milhas e Viagens, destaca que as operadoras de cartões estão constantemente inovando para oferecer novas experiências. “É como transformar uma espera cansativa em um momento de puro prazer”, diz ele.

Confira abaixo cinco serviços gratuitos que você pode acessar nos aeroportos com o seu cartão de crédito:

  1. Sala VIP
    Com o cartão certo, você pode ter acesso às salas VIP em mais de 2 mil aeroportos ao redor do mundo. Esses espaços oferecem um ambiente tranquilo, com conforto superior ao do saguão de embarque, e você ainda economiza, já que os preços no aeroporto são bem mais altos.
  2. Sala de Videogame
    Alguns aeroportos oferecem salas de videogame de última geração, onde os viajantes podem se distrair e se divertir enquanto aguardam o voo.
  3. Quarto para Descanso
    Em alguns terminais, é possível encontrar quartos preparados para descanso, ideais para quem precisa dormir durante longas conexões ou esperar por mais tempo entre os voos.
  4. Refeição Gratuita em Restaurantes
    Além da comida nas salas VIP, alguns cartões oferecem refeições gratuitas em restaurantes selecionados dentro dos aeroportos, permitindo uma experiência gastronômica ainda mais completa.
  5. Wi-Fi Gratuito e Outras Facilidades
    Alguns cartões também oferecem Wi-Fi gratuito e outros serviços adicionais, como lounges exclusivos e descontos em lojas de duty-free, garantindo uma experiência mais tranquila e vantajosa.

DICA EXTRA:
É importante lembrar que nem todos os cartões de crédito oferecem os mesmos benefícios, e as condições para acessá-los podem variar. Gabriel Dias sugere que, ao comparar diferentes opções, é possível encontrar o cartão que melhor atende às necessidades de cada viajante, transformando suas viagens em experiências ainda mais especiais.

Fonte: catracalivre

Números de inadimplência crescem em Ribeirão Preto

Um recente levantamento realizado pelo Instituto de Economia Maurílio Biagi da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (IEMB-Acirp) revelou que quase um terço da população da cidade estava inadimplente no primeiro semestre de 2024.

O estudo indicou que 29,65% dos moradores, o que corresponde a 217.051 pessoas, enfrentaram dificuldades para quitar suas dívidas. Esse número representa um aumento de 3% em comparação com o semestre anterior e um crescimento de 2,55% em relação ao primeiro semestre de 2023.

O total de devedores aumentou em 6.445 pessoas desde o segundo semestre de 2023, quando eram 210.606. O índice de inadimplência é o mais alto registrado nos últimos dois anos, conforme relatado por Lucas Ribeiro, analista do IEMB-Acirp. O levantamento considera uma população estimada de 732.044 habitantes, embora o Censo Demográfico de 2020, atualizado em 2022, indique um total de 698.642 habitantes.

O cartão de crédito continua sendo o principal responsável pelo endividamento em Ribeirão Preto. Segundo o estudo, 75% dos inadimplentes utilizam o cartão de crédito para a maior parte de suas dívidas, com 53% recorrendo ao crédito rotativo. As dívidas mais comuns incluem compras em supermercados, produtos variados, medicamentos e despesas com transporte.

O perfil dos inadimplentes é predominantemente adulto, com 46,24% sendo mulheres e 45,5% homens, enquanto 8,26% não tiveram informações de gênero divulgadas. A faixa etária mais afetada está entre 25 e 49 anos. Fatores como desemprego, queda no salário médio e inflação contribuem para o elevado nível de inadimplência na cidade, com 56% dos inadimplentes desempregados e um declínio de 10% no salário médio.

Entre janeiro e junho de 2024, o índice de inflação dos alimentos em Ribeirão Preto subiu 7,16%, exacerbando a dificuldade de pagamento. No primeiro semestre, o total de inadimplência na cidade alcançou R$ 2,09 bilhões, um aumento de 0,86% em relação a maio e de 11,15% em relação ao mesmo mês do ano passado. A dívida média por pessoa foi de R$ 7.193,70, uma alta de 11,58% em comparação com junho de 2023.

O valor médio das dívidas individuais em junho foi de R$ 1.649,46, representando um aumento de 24,17% em relação ao ano anterior. O crescimento do total de inadimplência demonstra uma tendência preocupante, com a dívida total aumentando em R$ 209,9 milhões em comparação ao ano passado.

CARTÃO DE CRÉDITO: Em julho, consumidor poderá transferir dívida do cartão para melhores condições de renegociações

A partir de hoje, 1° de julho, uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) e do Banco Central (BC), promete ajudar os consumidores endividados. A medida prevê que os donos de cartão de crédito possam transferir o saldo devedor da sua fatura para um banco que ofereça juros menores ou melhores condições de renegociação. Assim, será possível transferir o saldo devedor de uma instituição para outra, abrindo caminho para condições de pagamento mais vantajosas e adequadas à sua realidade, afirma Carol Stange, especialista em finanças pessoais.

Segundo Carola portabilidade de dívida pode ser a porta de saída para quem se encontra em situação de endividamento, mas é fundamental utilizá-la com cautela e planejamento. “A portabilidade de dívida, quando utilizada de forma estratégica, pode ser um passo importante para o ganho de autonomia na gestão das finanças. Ao ter acesso a condições de pagamento mais favoráveis, o consumidor fica livre para definir um plano de quitação que se encaixe em seu orçamento, evitando o acúmulo de novos débitos e o endividamento crônico”.

VANTAGENS DA PORTABILIDADE DA DÍVIDA DO CARTÃO DE CRÉDITO, SEGUNDO A CAROL STANGE

Redução dos Juros: A portabilidade permite que você negocie taxas de juros mais baixas, diminuindo significativamente o valor total pago ao longo do tempo. Essa economia pode ser crucial para aliviar o orçamento familiar e facilitar a quitação da dívida.

Prazos Flexíveis: É possível negociar prazos de pagamento mais extensos, ajustando as parcelas à sua capacidade de pagamento. Apesar dessa flexibilidade poder oferecer maior tranquilidade, mais juros são pagos ao final. Importante fazer essa análise antes de tomar uma decisão.

Tarifas Reduzidas ou Eliminadas: Ao comparar as propostas, você pode optar por instituições que oferecem isenção ou redução de tarifas, como tarifas de abertura de conta, seguros e outros encargos. Essa economia contribui para um saldo devedor menor.

Melhoria do Histórico de Crédito: Pagar as parcelas em dia na nova instituição pode contribuir para a recuperação do seu histórico de crédito, abrindo portas para futuras oportunidades financeiras.

Consolidação de Dívidas: A portabilidade pode ser utilizada para unificar diferentes dívidas em um único empréstimo, facilitando o gerenciamento e a organização das contas.

ATENÇÃO PARA OS SEGUINTES FATORES:

– Análise Detalhada das Propostas: Compare o CET (custo efeito total), que concentra as taxas de juros, tarifas e todos os outros custos oferecidos por diferentes instituições. Não se prenda apenas à taxa de juros mais baixa, pois outros fatores podem influenciar significativamente no valor final a ser pago.

– Consciência da Situação Financeira: Avalie se a portabilidade comprometerá o orçamento familiar. Calcule o impacto das novas prestações e verifique se a renda mensal será suficiente para arcar com os compromissos.

– Histórico de Crédito: Tenha em mente que a portabilidade pode ser influenciada pelo seu histórico de crédito. Um histórico negativo pode dificultar a obtenção de melhores condições nas propostas.

– Prazos de Pagamento: Opte por prazos que se encaixem em sua capacidade de pagamento, evitando o acúmulo de juros e multas por atraso.

– Tarifas: Compare as tarifas de abertura de conta, seguros, serviços de gestão e outros encargos. Busque instituições que ofereçam tarifas mais baixas ou isenção de alguns serviços.

– Benefícios Adicionais: Verifique se a instituição oferece benefícios adicionais, como programas de fidelidade, cashback ou descontos em serviços.

– Atendimento ao Cliente: Avalie a qualidade do atendimento ao cliente da instituição, garantindo que você terá suporte adequado em caso de dúvidas ou problemas.

Fique atento à venda casada de produtos e não permita ser obrigado a contratar servicos ou produtos como condição para portabilidade ocorrer.

De olho no cartão de crédito. Relatório do Desenrola limita juros do rotativo a 100% da dívida

O relatório da medida provisória (MP) que criou o Programa Desenrola criará um teto para os juros do rotativo do cartão de crédito. Segundo a versão preliminar do parecer do deputado Alencar Santana (PT-SP), relator do texto, o limite corresponderá a 100% do valor original da dívida, caso as instituições financeiras não apresentem uma proposta de autorregulação em 90 dias.

O parecer só será apresentado oficialmente na próxima terça-feira (29), mas o deputado liberou uma versão preliminar do relatório. Outro item que gera polêmica, um teto para os juros do parcelamento de faturas no cartão, também foi incluído no texto. Em junho, segundo os dados mais recentes do Banco Central, os juros do rotativo chegam a 437% ao ano. No caso do cartão de crédito parcelado, os juros ficaram em 196,1% ao ano.

Segundo o parecer preliminar, o limite para os juros do rotativo também valerá para as instituições financeiras que não aderirem à autorregulação. Nesse prazo de 90 dias, que serão contados a partir da publicação da lei no Diário Oficial da União, os emissores de cartões de crédito deverão submeter a autorregulação ao Banco Central e ao Conselho Monetário Nacional (CMN).

“Se as medidas iniciais não forem aprovadas no prazo de 90 dias, o substitutivo, à semelhança da experiência inglesa, prevê que o total cobrado a título de juros e encargos financeiros cobrados não poderá exceder o valor original da dívida”, escreveu o deputado em seu voto, explicando que pretende se inspirar parcialmente no modelo britânico, em que a dívida total renegociada não pode ultrapassar o dobro do valor principal: 100% da dívida original mais 100% de juros.

Tramitação

Alencar apresentará um substitutivo que fundiu três projetos de lei de medidas de facilitação do acesso ao crédito e a MP 1.176/2023, que criou o Desenrola. Editada em junho, a MP perderá a validade em outubro e não deverá ser votada pela Câmara por causa de divergências com o Senado em torno da instalação de comissões mistas.

Polêmicas

O estabelecimento desse limite para o rotativo e o crédito parcelado vem sendo discutido no grupo de trabalho formado por bancos, a indústria de cartões e o comércio. No início do mês, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, provocou polêmica ao dizer que o órgão estudava o fim do rotativo do cartão de crédito.

No mesmo dia, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) emitiu uma nota em que defendia “uma solução construtiva” que “pode incluir o fim do crédito rotativo e um redesenho das compras parceladas no cartão”. Há cerca de dez dias, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o consumidor não pode ser prejudicado pelo fim do parcelamento sem juros, que concentra cerca de 70% das compras no comércio.

A Febraban atribui ao parcelamento de compras sem juros, modalidade criada no Brasil, a distorção sobre as taxas para as demais linhas do cartão de crédito, por criar uma espécie de subsídio cruzado, em que os consumidores que pagam em dia cobrem os custos dos inadimplentes por meio de tarifas mais altas. Bancos pequenos e algumas fintechs (startups do setor financeiro) se opõem a essa visão e têm afirmado que a concentração de mercado e a falta de competidores no setor financeiro são os responsáveis pelos juros altos.

Foto Marcelo Casal/ Ag Brasil

Banco Central estuda o fim do crédito rotativo do cartão de crédito

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campo Neto, afirmou, nesta quinta-feira (10), que a autarquia estuda o fim do crédito rotativo de cartão de crédito. Essa é uma das modalidades de crédito mais caras do mercado, com juros que chegaram a 437,3% ao ano em junho. 

Campos Netos participou hoje de uma sessão plenária no Senado Federal para explicar decisões de política monetária e estabilidade financeira tomadas pelo BC no semestre anterior. 

O rotativo é aquele crédito contratado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão e dura 30 dias. Após os 30 dias, as instituições financeiras parcelam a dívida. No caso do cartão de crédito parcelado, os juros ficaram em 196,1% ao ano em junho. 

Campos Neto disse que, em até 90 dias, o BC deve apresentar uma solução para o “grande problema” que é o cartão de crédito. E a solução que está se encaminhado é o fim do rotativo, com o crédito indo direto para o parcelamento, com uma taxa ao redor de 9% ao mês.  

“Ou seja, extingue-se o rotativo, quem não paga o cartão vai direto para o parcelamento ao redor de 9%. E que a gente crie algum tipo de tarifa para desincentivar esse parcelamento sem juros tão longos. Não é proibir o parcelamento sem juros, é simplesmente tentar fazer com que eles fiquem um pouco mais disciplinados, numa forma bem faseada, para não afetar o consumo”. Campos Neto ressalta que cartão de crédito hoje representa 40% do consumo no Brasil. 

Uma das situações que faz os juros do cartão serem tão altos, segundo o presidente do BC, é a grande utilização do parcelamento de compras por prazos mais longos. Isso aumenta o risco do crédito para as instituições financeiras e, consequentemente, os juros. 

“A gente tem um parcelado sem juros, que ajuda muito o comércio, que ajuda muito a atividade, mas que tem aumentado muito o número de parcelas, de três para cinco, para sete, para nove, para onze. Hoje, o prazo médio são 13 parcelas. Então, é como se fizessem um financiamento de longo prazo sem juros. A pessoa que toma a decisão de dar os juros não é a mesma que paga pelo risco, isso gera uma assimetria”, explicou Campos Neto. 

Facilidades

Além disso, o Brasil teve um grande aumento no número de cartões nos últimos anos e facilidades de crédito, o que fez crescer a inadimplência na modalidade. “Os bancos, novos entrantes e varejistas acabaram usando o cartão de crédito como um instrumento de fidelizar o cliente. Então, nós saímos de cento e poucos milhões de cartões de crédito para 215 milhões de cartões de crédito num período de dois anos e meio, isso é uma alta bastante grande”, disse. “O resultante disso foi uma inadimplência no rotativo de 52%. Não tem nenhuma inadimplência, nem parecida, em nenhum outro lugar do mundo, que eu tenha olhado, no cartão de crédito”, acrescentou. 

Outra solução seria simplesmente limitar os juros de cartão, mas segundo o presidente do BC, isso acarretaria na retirada dos cartões de circulação. “Para as pessoas que têm mais risco os bancos não ofereceriam aquele cartão, devido a uma relação de risco e retorno ineficiente. O problema de cortar o número de cartões é que se sabe como começa, mas não se sabe como termina. Então, isso pode gerar um efeito muito grande na parte de consumo, na parte de varejo”, disse. 

Política monetária 

Campos Neto afirmou aos senadores que sua mensagem principal é que, na condução da política monetária, o BC “fez um bom trabalho em termos de pouso suave”, de “trazer a inflação para baixo com o mínimo de custo possível”. Ele destacou que as previsões para o crescimento da economia subiram e que o desemprego vem recuando. 

“O que é o pouso suave? É a gente ter conseguido trazer a inflação muito alta para um nível muito mais baixo, com quase nenhum custo ou muito pouco custo, tanto de crescimento, quanto de emprego, quanto de contração de crédito. Quando a gente faz uma comparação relativa, o Brasil atingiu ou está atingindo um pouso suave. É importante mencionar que a gente ainda tem uma luta com a inflação pela frente, mas a gente está atingindo um pouso suave de forma bastante eficiente”, disse. 

Diante da forte queda na inflação, na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reduziu a Selic, a taxa básica de juros, de 13,75% ao ano para 13,25% ao ano. Foi o primeiro corte de juros em três anos. A taxa Selic é o principal instrumento do BC para alcançar a meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). 

A última vez em que o BC tinha reduzido a Selic foi em agosto de 2020, quando a taxa caiu de 2,25% para 2% ao ano, em meio à contração econômica gerada pela pandemia de covid-19. Depois disso, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo que começou em março de 2021, em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis, e, a partir de agosto do ano passado, manteve a taxa em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas. 

A decisão da manutenção da Selic nesse patamar, por esse prazo, vinha sendo motivo de críticas do governo federal e de alguns setores produtivos. Isso porque o aumento da Selic causa reflexos nos preços, encarecem o crédito e estimulam a poupança, o que também pode dificultar a expansão da economia. 

Como em outras apresentações, Campo Neto destacou que as decisões do BC sobre a Selic são técnicas e consideraram a expectativa de inflação (12 a 18 meses a frente), o hiato de produto (capacidade de crescer sem gerar inflação) e a inflação corrente. Ele ainda defendeu a autonomia do Banco Central e apresentou dados apontando a uma relação entre o grau de autonomia dessas instituições pelo mundo e a inflação.  

“Ela [a autonomia] garante um ganho institucional, ele separa o ciclo político do ciclo econômico, ele facilita a obtenção de inflação baixa e menores juros estruturais na economia e alinha o Brasil às melhores práticas internacionais”, disse. 

O presidente do Banco Central afirmou ainda que as atuais boas avaliações e previsões para a economia brasileira também são mérito da atuação do BC. Ele citou a elevação das notas de crédito do Brasil por agências de classificação de risco internacionais e avaliações de outras instituições reconhecidas e até da imprensa especializada.  

“Quando a gente olha todos esses índices de termômetro, todos eles, 100% deles, mencionam a autonomia do Banco Central e mencionam a política de juros do Banco Central como um fator decisivo”, disse. “Isso foi atingido aqui, com a ajuda do Congresso, em termos de colocar a autonomia do Banco Central e essa capacidade do Banco Central de gerir a crise de forma autônoma e técnica, tem mostrado grandes e grandes frutos. Então acho que, por trás de cada comemoração que a gente tem feito recentemente no Brasil, tem também um pedaço que foi a atuação do Banco Central. Eu gostaria que isso não fosse esquecido”, acrescentou. 

Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil – Brasília