Um protesto contra o técnico Rogério Ceni e os jogadores do Bahia foi registrado na manhã desta terça-feira (05) antes do confronto contra o São Paulo, na Arena Fonte Nova. No viaduto próximo ao estádio, os manifestantes penduraram uma faixa com a frase “Ceni Burro e time covarde”, além de amarrar um boneco com o rosto do treinador, em uma clara demonstração de insatisfação.
O time do Bahia não vence há três jogos no Campeonato Brasileiro e vê sua distância para o G-6 (zona de classificação para a Libertadores) aumentar. O Tricolor baiano está agora a cinco pontos do São Paulo, adversário desta noite, que atualmente ocupa a última posição que garante vaga na competição continental.
Em resposta ao protesto, o Bahia divulgou uma nota oficial repudiando o ato. O clube afirmou respeitar o direito de manifestação, mas condenou qualquer atitude agressiva ou que coloque em risco a integridade física de seus representantes, incluindo dirigentes, comissão técnica e jogadores.
Vale lembrar que esse não é o primeiro protesto direcionado a Rogério Ceni. Durante a eliminação do Bahia para o Flamengo nas quartas de final da Copa do Brasil, o técnico também foi alvo de hostilidades, com xingamentos e críticas durante o jogo na Arena Fonte Nova.
Rogério Ceni chegou ao Bahia em setembro de 2023 e teve um papel crucial na recuperação da equipe, ajudando o time a escapar do rebaixamento no Campeonato Brasileiro daquele ano. Em 2024, o clube foi vice-campeão estadual, caiu nas semifinais da Copa do Nordeste e nas quartas de final da Copa do Brasil. No Campeonato Brasileiro, o foco é buscar uma vaga na Libertadores, algo que não ocorre para o Bahia desde 1989.
CONFIRA NOTA DIVULGADA PELO BAHIA:
O Bahia vem a público manifestar seu repúdio aos inaceitáveis atos de ameaças sofridos por seus funcionários através das redes sociais nas últimas horas. A atitude não representa nossa história, nossa essência e principalmente nossa torcida.
Respeitamos o direito de protestar, mas condenamos todas as manifestações com teor agressivo e que coloquem em risco a vida de seus representantes, sejam eles dirigentes, membros da comissão técnica ou jogadores.
Aqueles que forem identificados como responsáveis por atos de violência ou ameaça serão submetidos às medidas judiciais e policiais cabíveis e às autoridades competentes. Inclusive, o Bahia já está em contato com a Secretaria de Segurança Pública.
Coincidentemente, na partida desta noite, Bahia, São Paulo e Ministério do Esporte realizam a campanha chamada de “Cadeiras Vazias”, que visa alertar sobre as várias formas de violência que afastam o público do futebol, desde agressões letais até outros atos graves, como racismo, homofobia, xenofobia, violência contra a mulher e intolerância religiosa.