Dilma Rousseff é reeleita presidente do Banco do Brics

Ex-presidente do Brasil continuará por mais 5 anos à frente da instituição que financia projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países do Brics

Dilma Rousseff, ex-presidente do Brasil, foi reeleita para o cargo de presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), também conhecido como Banco do Brics. A confirmação da reeleição foi feita pela própria Dilma durante um evento do banco, realizado no último fim de semana. Ela ocupa o cargo desde 2023, após ter sido indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O Banco do Brics, com sede em Shangai, na China, foi fundado em 2014 por países membros do bloco Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). A principal missão da instituição é financiar projetos de infraestrutura e promover o desenvolvimento sustentável nos países em desenvolvimento. Cada membro do Brics tem o direito de indicar um presidente para o banco, com mandatos de cinco anos.

Dilma assumiu a presidência do NDB no meio do mandato, após a escolha de Lula para substituírem o economista Marcos Troyjo, que havia sido indicado pelo governo de Jair Bolsonaro. De acordo com as regras de rotatividade do cargo, o Brasil ocupa a presidência do banco até o final deste ano, quando, então, será a vez da Rússia indicar um novo nome para o cargo.

Contudo, a reeleição de Dilma foi possível graças a um acordo com a Rússia. O presidente Vladimir Putin, devido à situação da guerra na Ucrânia, concordou em apoiar sua recondução à presidência, considerando que a presença de um russo à frente do banco poderia prejudicar a condução das atividades do NDB, especialmente dado o posicionamento dos países do Brics contrários ao conflito.

Neste ano, o Brasil também lidera o bloco Brics, com a cúpula de chefes de Estado marcada para julho, no Rio de Janeiro. O evento será uma oportunidade para consolidar a atuação do Brasil dentro da organização, além de reafirmar o papel do NDB no financiamento de projetos importantes para os países em desenvolvimento.

A ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, parabenizou Dilma pela reeleição em suas redes sociais. Ela destacou a importância do trabalho realizado pelo Banco do Brics sob a liderança de Dilma, ressaltando o impacto positivo no desenvolvimento das nações que fazem parte do bloco. Dilma Rousseff, que foi a primeira mulher a presidir o Brasil, comandou o país de 2011 até 2016, quando foi afastada do cargo após um processo de impeachment.

Brasil anuncia inclusão da Indonésia como membro pleno do Brics

O Brasil anunciou, nesta segunda-feira (06), que a Indonésia se torna um novo membro pleno do Brics, bloco que o Brasil preside em 2025. A adesão do país asiático ocorre em um momento em que o Brics está intensificando seus esforços para ampliar sua influência e expandir o número de seus integrantes.

Originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia e China, o grupo passou a contar com a África do Sul a partir de 2010, após ser convidada a ingressar. A inclusão da Indonésia se dá no contexto de uma série de tentativas de ampliação do bloco.

Em 2023, o Brics aprovou a entrada de seis novos países, entre eles Irã, Egito e Etiópia. A Argentina, que estava na lista, desistiu de aderir após a posse de Javier Milei na presidência da Argentina, substituindo Alberto Fernández.

Além disso, no ano passado, o Brics iniciou discussões sobre a criação de uma categoria de “países parceiros”, com status inferior ao dos membros plenos, mas permitindo a participação em cúpulas e reuniões. Países como Cuba, Turquia, Tailândia, Nigéria e Argélia foram incluídos nessa categoria.

Seis novos países integrarão o Brics a partir de janeiro de 2024

O grupo Brics, que inclui Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul, decidiu aumentar seus membros. Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã foram convidados para se juntarem ao grupo. A notícia veio do presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, durante uma entrevista coletiva.

“Optamos por convidar Argentina, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos para se tornarem membros permanentes do Brics. A nova formação começará em 1º de janeiro de 2024”, disse Ramaphosa. “Nós apreciamos o interesse de outros países em se associar ao Brics”, acrescentou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também comentou sobre a expansão nas redes sociais. Ele ressaltou a importância do interesse de outros países em se juntar ao Brics e como a diversidade fortalece o grupo.

Os países atuais do Brics anunciaram critérios para futuras nações que desejem se unir, enfatizando que o grupo permanecerá aberto a novos membros.

Além disso, os bancos centrais e ministros das Finanças de cada país vão explorar a possibilidade de uma moeda comum para o bloco, a fim de aumentar as opções de pagamento e reduzir vulnerabilidades.

O Brics também continuará buscando reformas globais, especialmente em relação ao Conselho de Segurança da ONU, enquanto se compromete a combater a fome, a pobreza e a promover o desenvolvimento sustentável.

A Cúpula de chefes de Estado do Brics termina hoje, 24, após discussões que incluíram outras nações convidadas. O presidente Lula viajará para Angola e São Tomé e Príncipe após a conferência.

Edição: Denise Griesinger / Agência Brasil

Lula chega à África do Sul para 15ª Cúpula do Brics

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou, no início da manhã desta segunda feira (21) em Joanesburgo, África do Sul, onde participará, entre os dias 22 e 24, da 15ª Cúpula do Brics – bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, está prevista a participação de 40 chefes de Estado ou de Governo dos continentes africanos e asiático, além de América Latina e Oriente Médio. Todos com presença já confirmada para esta que será a primeira reunião presencial pós pandemia.

Dos países do bloco, estarão presentes os presidentes Lula (Brasil), Cyril Ramaphosa (África do Sul) e Xi Jinping (China), e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, participará de forma remota.

De acordo com o Itamaraty, 22 países já manifestaram formalmente interesse em integrar o Brics. A definição de critérios e princípios para a entrada de novos integrantes no bloco será um dos assuntos a serem debatidos durante a reunião de cúpula.

Outra questão a ser discutida pelo grupo será sobre os planos para o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) – o Banco do Brics – relativo ao uso de moedas locais ou de uma eventual unidade de referência do Brics para transações comerciais.

“É provável que haja algum resultado nessa área”, disse o secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty, Eduardo Paes Saboia, semana passada durante briefing (documento que servirá como um guia para a execução de um projeto) do Itamaraty sobre a viagem. Segundo ele, este é um ativo muito importante do bloco.

Saboia disse que a guerra entre Rússia e Ucrânia também deverá ser discutida, mas apenas internamente durante o chamado “retiro”, quando os chefes de Estado e de governo do Brics se encontrarão de forma fechada. “Certamente o tema será discutido de forma mais aprofundada do que [deverá constar] na declaração [ao fim do evento]”.

Nos dias 25 e 26, Lula irá para a capital de Angola, Luanda, onde será recebido pelo presidente João Lourenço, com quem terá uma reunião privada e outra ampliada no primeiro dia da visita. A cooperação bilateral e o reforço das ligações históricas serão os principais temas da visita de Lula a Angola.

Lula também irá à Assembleia Nacional de Angola para participar de um seminário, onde falará sobre projeto no Vale do Cunene, e de um evento empresarial que deverá ter a presença de cerca de 60 empresários brasileiros. Além disso, estão previstas as assinaturas de atos e memorandos nas áreas de agricultura, processamento de dados, saúde e educação.

No domingo (27), o presidente Lula irá a São Tomé, capital de São Tomé e Príncipe, para participar da 14ª Conferência de Chefes de Estado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), entidade que tem como membros Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Edição: Valéria Aguiar / Agência Brasil