Bolsa Família 2025: pagamentos de junho têm início nesta segunda-feira; confira o calendário

Beneficiários recebem conforme final do NIS ao longo dos últimos dias úteis de junho

A Caixa Econômica Federal inicia nesta segunda-feira (16) os pagamentos do Bolsa Família referentes ao mês de junho de 2025. A liberação do benefício segue um calendário escalonado conforme o final do Número de Identificação Social (NIS), com os primeiros depósitos destinados aos beneficiários cujo NIS termina em 1. Os pagamentos ocorrem durante os últimos 10 dias úteis do mês, exceto em dezembro, quando são antecipados.

Confira as datas de pagamento para junho de 2025:

  • NIS final 1: 16/06
  • NIS final 2: 17/06
  • NIS final 3: 18/06
  • NIS final 4: 20/06
  • NIS final 5: 23/06
  • NIS final 6: 24/06
  • NIS final 7: 25/06
  • NIS final 8: 26/06
  • NIS final 9: 27/06
  • NIS final 0: 30/06

Durante o ano, os depósitos são feitos conforme o seguinte cronograma:

  • Julho: 18 a 31
  • Agosto: 18 a 29
  • Setembro: 17 a 30
  • Outubro: 20 a 31
  • Novembro: 14 a 28
  • Dezembro: 10 a 23 (pagamento antecipado)

Para receber o benefício, a família deve ter renda mensal per pessoa de até R$ 218 e cumprir contrapartidas como manter crianças na escola, acompanhar pré-natal e manter vacinas atualizadas. O cadastro é feito no Cadastro Único (CadÚnico), que é requisito para avaliação e inclusão no programa.

Os beneficiários podem acessar os recursos pelo aplicativo Caixa TEM, internet banking, ou utilizar o cartão Bolsa Família para compras e saques em terminais, lotéricas, correspondentes Caixa Aqui e agências da Caixa Econômica.

Restituição do IR 2025: pagamento do 1º lote começa hoje com R$ 11 bilhões; veja o cronograma

Pagamento contempla mais de 6,2 milhões de contribuintes; valor é o maior já depositado em um único lote de IRPF

A Receita Federal iniciou nesta sexta-feira (30) o pagamento do 1º lote de restituições do Imposto de Renda 2025, data que também marca o fim do prazo para envio das declarações. Segundo o órgão, o valor total liberado ultrapassa R$ 11 bilhões, o maior já registrado em um único lote. O pagamento abrange também restituições residuais de anos anteriores.

Ao todo, mais de 6,2 milhões de contribuintes estão sendo beneficiados nesta etapa. Cerca de R$ 7,8 bilhões vão para pessoas com prioridade legal, incluindo idosos, pessoas com deficiência, professores e aqueles que optaram pela declaração pré-preenchida com recebimento via Pix.

📅 Calendário de restituições do IR 2025:

  • 1º lote: 30 de maio
  • 2º lote: 30 de junho
  • 3º lote: 31 de julho
  • 4º lote: 29 de agosto
  • 5º lote: 30 de setembro

Para saber se foi contemplado, o contribuinte deve acessar o site da Receita Federal e clicar na aba “Meu Imposto de Renda” > “Consultar Restituição”. A consulta também está disponível por meio do aplicativo da Receita, para tablets e celulares.

Caso o crédito não seja efetuado por erro nos dados bancários ou problemas na conta, o valor poderá ser reagendado pelo site do Banco do Brasil ou pelos telefones:
📞 4004-0001 (capitais)
📞 0800-729-0001 (outras localidades)
📞 0800-729-0088 (deficientes auditivos)

Ao consultar a restituição, o contribuinte também pode verificar se caiu na malha fina. Caso haja pendências, é necessário corrigir a declaração para que o valor seja liberado.

Tempo de mandato aumentado e fim da reeleição, entenda a proposta aceita pelo senado;

Nova proposta altera estrutura política e unifica eleições a partir de 2034

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado deu aval, nesta quarta-feira (21), a uma proposta que modifica profundamente o sistema político-eleitoral brasileiro. Trata-se de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que extingue a possibilidade de reeleição para os cargos de prefeito, governador e presidente da República. A iniciativa também aumenta o tempo de mandato para todos os cargos eletivos, fixando-o em cinco anos, com aplicação plena a partir de 2034.

Entre as alterações mais relevantes está a fusão das eleições municipais e gerais em uma única data. A partir de 2034, eleitores irão às urnas para escolher, de uma só vez, todos os representantes políticos — desde vereadores até o presidente da República. De acordo com o relator da proposta, senador Marcelo Castro (MDB-PI), essa mudança visa cortar gastos com o processo eleitoral e reduzir o desgaste político causado por eleições frequentes.

O texto também define prazos de transição. Prefeitos eleitos em 2024 ainda poderão concorrer a mais um mandato em 2028. Governadores e o presidente eleitos em 2026 terão o mesmo direito em 2030. Após essas datas, o direito à reeleição para o Executivo será eliminado. No caso dos cargos legislativos — vereadores, deputados e senadores — o direito à recondução permanece sem alterações.

Em relação ao Senado, a proposta original sugeria mandatos de dez anos, mas após negociações, foi decidido que os senadores também terão mandatos de cinco anos, começando em 2034. Para garantir uma transição suave, os eleitos em 2026 permanecerão por oito anos; os de 2030, por nove. Somente a partir de 2034 todos os mandatos senatoriais passarão a durar cinco anos, e toda a Casa será renovada a cada ciclo eleitoral.

Agora, a matéria segue para apreciação no plenário do Senado, onde precisará ser aprovada em dois turnos por, no mínimo, 49 senadores. Depois, será encaminhada à Câmara dos Deputados, onde também exigirá apoio de pelo menos 308 parlamentares. Segundo Marcelo Castro, a proposta busca frear o uso excessivo da máquina pública para fins eleitorais e abrir espaço para a renovação de lideranças e ideias políticas no país.

Governo proíbe venda de duas marcas de azeite, confira quais;

Marcas foram alvo de denúncias e apresentaram origem desconhecida, rotulagem inadequada e risco à saúde

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu oficialmente, nesta terça-feira (20), a fabricação, comercialização, distribuição, propaganda e uso dos azeites das marcas Alonso e Quintas D’Oliveira. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União após denúncias do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apontarem sérias irregularidades. A medida foi tomada após apreensões que indicaram origem desconhecida dos produtos, além de diversas infrações legais.

Entre os principais problemas encontrados, os produtos não seguiam os padrões obrigatórios de rotulagem, não cumpriam exigências sanitárias nas instalações de produção e sequer possuíam licenciamento junto à autoridade sanitária ou registro no Ministério da Saúde. As primeiras apreensões ocorreram em outubro de 2024, quando o Mapa já havia alertado para o risco à saúde dos consumidores, devido à incerteza sobre a composição dos azeites.

A Anvisa ressaltou que as irregularidades comprometem a segurança alimentar e expõem a população a riscos sanitários. O caso ainda gerou confusão entre consumidores, já que existem duas marcas chamadas Alonso. O ministério esclareceu que a marca de origem chilena, exportada pela Agrícola Pobena S.A., continua regularizada. Já a marca suspensa é representada pela empresa brasileira Comércio de Gêneros Alimentícios Cotinga Ltda., cuja origem do azeite é desconhecida.

INSS passará a exigir biometria para liberar novos empréstimos consignados a partir do dia 23

Medida busca reforçar a segurança dos beneficiários e combater fraudes em empréstimos feitos sem autorização

A partir desta sexta-feira, 23 de maio, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) exigirá a autenticação por biometria para desbloqueio de novos empréstimos consignados. A nova regra foi publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (19) e amplia o uso da tecnologia para todos os beneficiários, independentemente da data em que passaram a receber aposentadoria ou pensão. Antes, a biometria era exigida apenas para quem teve o benefício concedido a partir de abril de 2019.

De acordo com o presidente do INSS, Gilberto Waller Junior, a decisão tem como objetivo “identificar vulnerabilidades operacionais” e implementar melhorias nos processos, aumentando a segurança e a conformidade. Os desbloqueios deverão ser feitos exclusivamente pelo aplicativo Meu INSS, com validação biométrica cruzada em bases do governo federal. A exigência é um desdobramento de outra decisão tomada no início do mês, que suspendeu temporariamente novos descontos até que o beneficiário autorizasse expressamente a operação.

A medida ocorre em meio a um cenário de denúncias e investigações envolvendo fraudes em empréstimos consignados. Em 2023, o Tribunal de Contas da União (TCU) identificou 35 mil reclamações de empréstimos liberados sem solicitação dos beneficiários. Além disso, a Polícia Federal já deflagrou operações para desmantelar esquemas fraudulentos operados por associações que realizavam descontos indevidos em pensões e aposentadorias.

Em resposta à gravidade das fraudes, o TCU determinou a suspensão dos descontos de associações nos benefícios e negou recursos apresentados pelo INSS e pelas entidades envolvidas. O presidente do instituto afirmou que os valores descontados indevidamente serão devolvidos diretamente na conta dos segurados que forem reconhecidos como vítimas desses golpes.

Com a exigência da biometria, o INSS pretende tornar mais seguro o processo de contratação de empréstimos consignados, protegendo principalmente os aposentados e pensionistas — grupo mais vulnerável às fraudes. A expectativa é de que a medida iniba práticas irregulares e traga mais transparência às operações financeiras envolvendo os benefícios previdenciários.

INSS cria sistema para que aposentados possam contestar descontos indevidos em benefícios

Nova medida busca proteger aposentados e pensionistas de cobranças não autorizadas por entidades associativas

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) anunciou nesta terça-feira (13) uma nova normativa que institui um mecanismo para que aposentados e pensionistas possam verificar e contestar descontos de mensalidades associativas feitas sem autorização em seus benefícios. A principal novidade é a funcionalidade “Consultar desconto de entidades associativas”, que será disponibilizada no aplicativo “Meu INSS”. Também será possível utilizar a central telefônica 135 para esse tipo de consulta e contestação.

Apenas o titular do benefício ou um representante legal poderá acessar o sistema. Além disso, foi criado o Portal de Desconto de Mensalidades Associativas (PDMA), voltado para as entidades e sindicatos que realizaram descontos nos benefícios. Todas as instituições que mantiveram acordos com o INSS e efetuaram cobranças entre março de 2020 e março de 2025 precisarão se cadastrar na nova plataforma para receber e responder notificações de contestação.

Quando um beneficiário indicar que não autorizou determinado desconto, a entidade responsável será automaticamente notificada e terá um prazo de até 15 dias úteis para apresentar documentos que justifiquem a cobrança. Entre os documentos exigidos estão a identidade do associado, o termo de filiação e uma autorização específica para o desconto em folha. Caso não haja resposta dentro do prazo, a entidade será obrigada a restituir os valores por meio de uma Guia de Recolhimento da União (GRU) gerada pelo INSS.

Após o envio da documentação pela entidade, o INSS informará o beneficiário, que poderá decidir entre aceitar a justificativa ou manter a contestação, apresentando novas evidências. Se a instituição não cumprir os prazos ou se recusar a prestar esclarecimentos, o desconto será considerado irregular, e a Procuradoria-Geral Federal poderá ser acionada para tomar providências legais contra a entidade ou seus dirigentes.

Essa medida foi tomada em meio à repercussão da Operação Sem Desconto, deflagrada no fim de abril pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União. A investigação revelou um esquema que teria desviado aproximadamente R$ 6 bilhões de aposentadorias e pensões entre 2019 e 2024, por meio de descontos não autorizados. Como consequência da operação, cinco servidores do INSS e um policial federal foram afastados, e tanto o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, quanto o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, deixaram seus cargos.

INSS vai devolver R$ 293 milhões a aposentados após descontos indevidos

Notificações serão enviadas pelo app “Meu INSS” a partir de 13 de maio; devoluções começam no fim do mês

Devolução de valores começa em maio
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) anunciou nesta sexta-feira (9) que devolverá R$ 292,6 milhões a aposentados e pensionistas entre os dias 26 de maio e 6 de junho. Esse valor se refere a mensalidades de abril cobradas indevidamente por sindicatos e associações, mesmo após os bloqueios solicitados, já que a folha do mês já havia sido processada.

Quem será notificado e como
O INSS iniciará a notificação de 9 milhões de beneficiários na próxima terça-feira (13). As comunicações serão feitas exclusivamente pelo aplicativo “Meu INSS”não haverá ligações, mensagens de texto (SMS) ou contato por redes sociais. A partir do dia seguinte à notificação, será possível consultar qual entidade realizou o desconto e o valor cobrado, pelo próprio aplicativo ou pela central telefônica 135.

Como será feita a devolução dos valores descontados
A devolução dos valores referentes ao mês de abril será realizada diretamente na folha de pagamento de maio. Já os demais descontos, realizados nos últimos cinco anos (a partir de março de 2020), serão avaliados individualmente. O segurado poderá registrar a reclamação sem a necessidade de enviar documentos, informando apenas a entidade e o valor. O INSS, então, notificará a associação responsável, que terá 15 dias úteis para comprovar o vínculo com o beneficiário. Caso não comprove, deverá reembolsar o valor via folha suplementar.

Medidas em caso de não pagamento
Se a associação não realizar o pagamento ou não apresentar a documentação exigida (comprovação de vínculo, autorização de desconto e identidade do segurado), o INSS encaminhará o caso à Advocacia-Geral da União (AGU) para ações legais. Todos os beneficiários que registrarem a reclamação e não tiverem vínculo comprovado pela entidade receberão o ressarcimento.

INSS bloqueia novos descontos de empréstimos consignados para aposentados e pensionistas

Medida atende determinação do TCU e tenta conter fraudes em benefícios previdenciários

O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, determinou nesta quinta-feira (8) o bloqueio de novos descontos de empréstimos consignados em todos os benefícios pagos a aposentados e pensionistas. A decisão vale para todos os segurados, independentemente de quando o benefício foi concedido, e só poderá ser revertida mediante solicitação expressa do próprio beneficiário.

Segundo Waller, a medida busca proteger os segurados diante de indícios de irregularidades envolvendo descontos não autorizados. O despacho afirma que os bloqueios podem ser desfeitos a critério do aposentado ou pensionista, utilizando os canais oficiais do INSS. A decisão ocorre após ações conjuntas da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Federal (PF) revelarem um esquema bilionário de fraudes envolvendo associações e sindicatos.

A medida também responde a uma deliberação recente do Tribunal de Contas da União (TCU), que manteve a proibição de novos descontos ligados a entidades associativas nos benefícios previdenciários. A Corte rejeitou recursos do INSS e de associações envolvidas, consolidando a decisão tomada em junho de 2024. O relator do caso, ministro Aroldo Cedraz, foi criticado por colegas por adiar diversas vezes o julgamento dos recursos — foram seis retiradas de pauta ao longo de um ano.

A pressão aumentou após a deflagração da Operação Sem Desconto, no fim de abril, que expôs um esquema que pode ter desviado até R$ 6,3 bilhões dos cofres públicos entre 2019 e 2024. Segundo a investigação, milhares de aposentados tiveram valores descontados de suas aposentadorias sem autorização, em favor de sindicatos e associações. Como resultado da operação, cinco servidores do INSS e um agente da Polícia Federal foram afastados por decisão judicial.

Com a nova orientação do INSS, qualquer novo desconto relacionado a empréstimos só poderá ser autorizado diretamente pelo beneficiário, por meio das plataformas oficiais do órgão. A medida é considerada uma tentativa de frear o avanço de fraudes e garantir maior controle sobre os recursos dos aposentados, que vêm sendo alvo recorrente de golpes e abusos institucionais.

Márcia Lopes assume Ministério das Mulheres no lugar de Cida Gonçalves

Troca já era esperada e mantém o comando da pasta com uma integrante histórica do PT

O governo federal confirmou nesta segunda-feira (5) a substituição no comando do Ministério das Mulheres. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva exonerou Cida Gonçalves, que ocupava o cargo desde o início da atual gestão, e nomeou a assistente social Márcia Lopes como nova ministra. A nomeação e posse ocorreram na manhã de hoje, com a publicação oficial prevista para edição extra do Diário Oficial da União.

Márcia Lopes, que já havia adiantado à imprensa que tomaria posse ainda nesta segunda, participou do encontro no Palácio do Planalto ao lado do presidente Lula, da ex-ministra Cida Gonçalves e da presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Em rede social, Lula destacou o histórico de Márcia no partido e sua experiência como ex-ministra do Desenvolvimento Social, cargo que ocupou em 2010, no segundo mandato do petista.

A mudança no Ministério das Mulheres já era aguardada nos bastidores e preserva a pasta sob o comando do Partido dos Trabalhadores. Cida Gonçalves, apesar de ter contado com apoio e presença frequente da primeira-dama Janja Lula da Silva em sua gestão, vinha enfrentando críticas internas. A recriação do ministério foi uma das promessas de campanha de Lula, após a área ter sido fundida com outras pastas durante o governo de Jair Bolsonaro.

Márcia Lopes, natural do Paraná, é formada em Serviço Social pela Universidade Estadual de Londrina, tem mestrado pela PUC-SP e uma trajetória consolidada dentro do PT. Além de já ter sido ministra, foi também secretária de Assistência Social em Londrina, vereadora na cidade e ocupou cargos importantes no MDS entre 2004 e 2008. Sua chegada representa um reforço político e técnico à equipe de governo.

Com essa nomeação, já são 12 mudanças ministeriais desde o início do atual mandato de Lula. Na última sexta-feira (2), o Ministério da Previdência Social também teve troca de comando, com a saída de Carlos Lupi e a chegada de Wolney Queiroz. A tendência é que o presidente continue promovendo ajustes em sua equipe para reforçar a articulação política e dar mais visibilidade a áreas estratégicas do governo.

Ainda em 2024 CGU havia alertado INSS sobre fraude e falha em empréstimos

Auditoria revelou falhas graves no controle de contratos e envolvimento de altos servidores em esquema bilionário

A Controladoria-Geral da União (CGU) emitiu um alerta ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) recomendando mudanças urgentes nas regras e no monitoramento dos empréstimos consignados destinados a aposentados e pensionistas. Segundo relatório obtido pela GloboNews, um em cada quatro contratos analisados apresentava problemas — muitos deles relacionados a fraudes, como averbações sem autorização dos beneficiários. A CGU também criticou a qualidade das informações registradas no sistema, apontando que as falhas comprometem a fiscalização das operações.

Os auditores destacaram que 26,8% das reclamações finalizadas envolviam justamente empréstimos que os beneficiários alegam nunca ter solicitado. Além disso, inconsistências nos dados — como valores incorretos e juros fora dos limites legais — dificultam o controle do INSS sobre os contratos. “Conclui-se que os controles implementados não são suficientes para assegurar a qualidade das informações sobre as contratações de empréstimo pessoal consignado”, aponta o relatório. A CGU e a Polícia Federal também investigam o papel da Dataprev, empresa que administra os sistemas e é remunerada por essas concessões.

Um dos personagens centrais da investigação é Virgílio Ribeiro de Oliveira Filho, ex-procurador do INSS, que segundo a Polícia Federal, enriqueceu quase R$ 18 milhões com o esquema. Ele chegou a recorrer ao Tribunal de Contas da União (TCU) para tentar evitar o bloqueio dos consignados, alegando que a suspensão do sistema online obrigaria “idosos e pessoas de baixa instrução” a buscar atendimento presencial, sobrecarregando as agências. Mas foi justamente esse sistema digital o mais criticado pela CGU, por não garantir segurança contra fraudes.

Os golpes não se limitaram aos empréstimos. Beneficiários também descobriram descontos indevidos em suas folhas de pagamento vinculados a sindicatos e entidades aos quais jamais se filiaram. Um aposentado chegou a vencer uma ação judicial contra um empréstimo fraudulento, apenas para perceber que era vítima de uma segunda fraude — a associação involuntária a uma entidade sindical, com novos descontos mensais. Casos como esse motivaram operações conjuntas da CGU e da Polícia Federal que levaram à queda da cúpula do INSS.

Segundo a PF, o esquema de fraudes se estende desde 2019, passando pelo governo de Jair Bolsonaro e se aprofundando na atual gestão de Carlos Lupi, no Ministério da Previdência. Investigadores apontam que uma medida provisória editada na gestão anterior facilitou a permanência de aposentados em entidades fraudulentas ao ampliar de um para três anos o prazo de revalidação da filiação. A mudança foi decisiva para o avanço dos golpes, que movimentaram milhões de reais à custa de beneficiários vulneráveis.