Café e banana lideram alta dos alimentos em Ribeirão Preto

O custo da cesta básica em Ribeirão Preto chegou a R$ 739,25 em dezembro, registrando alta de 2,03% em relação ao mês anterior e acumulando inflação de 15,3% no ano, segundo o Instituto de Economia Maurílio Biagi (IEMB), da Acirp. Foi o maior valor registrado em 2024.

Entre os itens que mais subiram estão o café em pó, com alta de 20,33%, influenciada pelo clima e pelo aumento das exportações, e a banana nanica, que encareceu 13,41% devido à sazonalidade e à entressafra. Já o açúcar cristal apresentou elevação de 5,92%.

Em contrapartida, a batata inglesa (-12,97%) e o arroz branco tipo 1 (-4,47%) tiveram redução, impulsionada pela maior oferta.

Para quem recebe o salário mínimo líquido de R$ 1.305,82, a cesta básica comprometeu 56,61% da renda mensal em dezembro, exigindo 124,55 horas de trabalho, cerca de duas horas e meia a mais que em novembro.

O levantamento também apontou variações regionais. A zona Sul registrou o maior custo, de R$ 798,90, enquanto a zona Norte apresentou o menor, R$ 683,80, devido a diferenças nos preços do café, arroz e batata.

A pesquisa, realizada em 15 estabelecimentos no dia 20 de dezembro, avalia 13 itens definidos pelo Decreto Federal nº 399/1938, que estabelece necessidades nutricionais mínimas para um adulto.

Ceia de Natal tem aumento de quase 10%

A ceia de Natal dos brasileiros ficará, em média, 9,54% mais cara em 2024, de acordo com um levantamento da FecomercioSP, baseado no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE. O aumento é superior à inflação geral do país, que foi de 4,87% nos últimos 12 meses. Os itens que mais contribuíram para essa alta são batata, azeite, arroz e alho.

A batata-inglesa lidera o aumento de preços, com um salto de 30,82% em relação ao ano passado, seguida pelo azeite de oliva, com alta de 28,58%. Outros itens com grandes aumentos foram o leite (21,78%), o arroz (19,58%) e o alho (19,48%). Esses produtos são essenciais para a composição da ceia de Natal e foram impactados por fatores como variações climáticas e custos de produção.

Para amenizar o impacto no bolso, a FecomercioSP sugere que os consumidores aproveitem promoções em supermercados, especialmente durante os dias de descontos. Também é recomendado buscar ofertas em aplicativos de compras, principalmente para itens não perecíveis, o que pode trazer economia no valor e no deslocamento até os estabelecimentos.

Outra alternativa para economizar é pagar as compras via Pix, uma forma que ainda permite negociar descontos com os comerciantes. A pesquisa também destaca que, embora a maioria dos preços tenha subido, alguns itens tiveram redução, como a cenoura (-26,08%), o tomate (-25,15%) e a cebola (-6,66%), oferecendo uma oportunidade para os consumidores ajustarem suas compras.

Apesar de não incluir itens como tender e peru no levantamento, a FecomercioSP observa que, de maneira geral, os preços das carnes aumentaram 11,44%, o que também impacta o custo total da ceia. Por outro lado, os pescados tiveram um aumento bem mais modesto de 1,32%.

A recomendação final da federação é antecipar as compras, especialmente dos itens não perecíveis, já que, conforme as festas se aproximam, a procura aumenta e os preços tendem a subir ainda mais. Quem comprar com antecedência poderá encontrar melhores preços e evitar a escassez de produtos nas gôndolas.

Alimentos ficam mais caros, mas energia alivia inflação

Embora os preços dos alimentos tenham subido novamente, a redução nas tarifas de energia elétrica ajudou a aliviar a inflação para as famílias de baixa renda em novembro, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que divulgou os dados nesta segunda-feira (16). Por outro lado, o aumento no custo das passagens aéreas pressionou a inflação para as famílias de renda mais alta.

O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda revelou que a inflação para as famílias de renda muito baixa desacelerou, passando de um aumento de 0,75% em outubro para 0,26% em novembro. Já para as famílias com maior poder aquisitivo, a inflação acelerou, com um aumento de 0,27% em outubro para 0,64% no mês seguinte.

“No caso das famílias de renda muito baixa, mesmo diante de uma alta mais forte dos alimentos no domicílio, a taxa de inflação recuou de 0,75%, em outubro, para 0,26%, em novembro, refletindo, sobretudo, a queda das tarifas de energia elétrica”, destacou o Ipea.

Para as famílias de renda mais alta, a inflação de novembro foi impulsionada principalmente pelos transportes, com o reajuste de 22,7% nas passagens aéreas, conforme explicou Maria Andreia Parente Lameiras, técnica do Ipea.

O indicador do Ipea divide as variações de preços medida pelo IPCA em seis faixas de renda, que vão desde uma renda familiar de até R$ 2.105,99 mensais (faixa de renda muito baixa) até acima de R$ 21.059,92 mensais (faixa de renda alta). No acumulado de 12 meses, a inflação foi de 5,05% para as famílias de renda muito baixa e de 4,50% para as de renda mais alta.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado pelo Ipea para calcular a inflação por faixa de renda, desacelerou de 0,56% em outubro para 0,39% em novembro, com a taxa acumulada de 12 meses ficando em 4,87% em novembro.

Cesta básica em Ribeirão Preto dispara no mês de setembro

O preço da cesta básica em Ribeirão Preto registrou uma alta de 8,06% em setembro, segundo dados do Instituto de Economia Maurílio Biagi (IEMB), ligado à Acirp. O valor passou de R$ 622,47 em agosto para R$ 672,65, um aumento de R$ 50,18. Essa alta ocorre após quedas consecutivas nos meses anteriores: 0,55% em junho, 7,17% em julho e 1,8% em agosto.

Comparando com setembro de 2022, o custo da cesta básica teve um aumento de 13,95%, acumulando uma inflação de 5% no ano. Segundo a Acirp, a estiagem prolongada e as queimadas na região são as principais causas desse aumento, impactando diretamente a produção de alimentos e elevando os preços.

Entre os produtos que mais influenciaram a alta estão a alcatra, que subiu 12,12% devido ao aumento no custo de alimentação do gado, e o café, com alta de 19,64%, afetado pela seca que prejudicou a produção do grão.

O estudo também revelou que os preços variam significativamente entre diferentes regiões de Ribeirão Preto, chegando a uma diferença de até R$ 70,30 nos mesmos itens essenciais. A variação entre a cesta mais barata e a mais cara é de 10,88%.

A carne continua sendo o item que mais pesa no orçamento das famílias, representando 37,71% do valor total da cesta. O aumento no preço de frutas e legumes também foi significativo, subindo de 26,98% para 27,38% no mês.

Com a alta da cesta básica, um trabalhador que recebe salário mínimo compromete 51,51% de sua renda líquida com a compra desses itens, o que representa 113 horas de trabalho dedicadas apenas à alimentação.

INFLAÇÃO DOS ALIMENTOS: saiba como preparar o bolso

A inflação de alimentos pode chegar a 7% este ano, segundo o Instituto Brasileiro de Economia da FGV. Segundo Carol Stange, especialista em finanças pessoais, esse cenário pode disparar e exige atenção do consumidor.

Para ela, a previsão é preocupante e se baseia em dois fatores principais: a crise climática que assola o Rio Grande do Sul, com inundações que prejudicaram a produção de diversos alimentos, e a chegada do fenômeno La Niña, que tende a reduzir a oferta de produtos in natura.

CONFIRA DICAS PARA PREPARAR O BOLSO CONTRA A INFLAÇÃO:

Planejar as compras: “É fundamental fazer uma lista de compras antes de ir ao supermercado e evitar as compras por impulso”, recomenda Stange. “Pesquisar preços em diferentes estabelecimentos e aproveitar promoções também pode fazer uma grande diferença no orçamento.”

Substituir produtos: “Em tempos de alta da inflação, é preciso ser flexível e buscar alternativas mais econômicas”, aconselha a especialista. “Substituir marcas por similares, optar por produtos da estação e variar o cardápio são algumas estratégias que podem ajudar a economizar.”

Aproveitar ao máximo os alimentos: “O desperdício é um grande vilão do orçamento doméstico”, alerta Stange. “Planejar as refeições, armazenar os alimentos corretamente e reaproveitar as sobras são práticas que podem reduzir o desperdício e, consequentemente, os gastos com alimentação.”

ALTERNATIVAS PARA O CONSUMIDOR:

Em um cenário de preços em alta, é importante que o consumidor busque alternativas para economizar. Stange destaca algumas opções, como:

Feiras e mercados: Nesses locais, é possível encontrar produtos frescos e de qualidade a preços mais acessíveis do que nos supermercados.

Cooperativas de consumo: As cooperativas oferecem alimentos orgânicos e agroecológicos a preços mais justos, além de promoverem o comércio local e a sustentabilidade.

Grupos de compras coletivas: Ao comprar em grupo, é possível conseguir descontos e preços mais baixos.

Carol Stange destaca que a alta da inflação dos alimentos afeta diretamente o poder de compra das famílias, especialmente aquelas de baixa renda, que destinam uma parcela maior de seus rendimentos à alimentação. Além disso, a inflação dos alimentos pode levar à substituição de produtos mais nutritivos por opções mais baratas e menos saudáveis, comprometendo a qualidade da alimentação.