Exportações do agronegócio são recorde com US$ 14,4 bilhões em julho

As exportações brasileiras de produtos do agronegócio alcançaram, em julho deste ano, o valor recorde de US$ 14,43 bilhões, crescimento de 1,2% na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Segundo análise da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (SCRI/Mapa), o aumento do volume exportado foi responsável pelo incremento do desempenho da balança comercial, puxados, principalmente, pelo complexo soja, carnes de frango e suína, celulose e algodão. No geral, os preços médios de exportação dos produtos recuaram.

A participação das exportações do agronegócio no total da balança comercial de julho foi de quase 50%.

China, Argentina, Argélia e México são alguns dos países em que as exportações do agro tiveram aumento absoluto das exportações acima de US$ 100 milhões.

Soja em Grãos

O complexo soja é o principal setor exportador do agronegócio brasileiro, representando 42,2% do valor total exportado pelo Brasil em produtos do agronegócio (US$ 6,09 bilhões).

O valor embarcado de soja em grãos foi recorde para os meses de julho, com US$ 4,77 bilhões. O volume embarcado expandiu 29,2%, chegando próximo a 9,7 milhões de toneladas.

A safra brasileira de soja em grãos está estimada, de acordo com o levantamento da Conab, em 154,6 milhões de toneladas na temporada 2022/2023 e explica o expressivo valor embarcado.

Já as vendas externas de farelo de soja subiram 12,4%, suplantando a cifra de um bilhão de dólares (US$ 1,08 bilhão), valor recorde para os meses de julho. O volume embarcado também foi recorde no período, atingindo 2,2 milhões de toneladas (+12,6%).

As estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam que o Brasil deve se tornar o maior fornecedor mundial de farelo de soja em 2023, ultrapassando a Argentina.

Três mercados foram responsáveis pela aquisição de 73,4% do farelo de soja: União Europeia (US$ 458,83 milhões; +53,4%), Indonésia (US$ 178,88 milhões; +41,6%) e Tailândia (US$ 151,47 milhões; +3,6%).

Carne suína

As exportações de carnes foram de US$ 1,99 bilhão (-15,7%), com expansão de 3,8% no volume embarcado e queda de 18,8% no preço médio de exportação das carnes.

Entretanto, a carne suína foi a única com expansão de volume (+7,5%) e preço (+3,7%), com US$ 245,55 milhões em vendas externas (+11,5%). O maior importador de carne suína brasileira é a China, com participação de 37,8%. As Filipinas, com registro de ocorrência de Peste Suína Africana (PSA) nas regiões produtoras, foi o segundo maior importador de carne suína in natura, com US$ 27,02 milhões adquiridos (+39,0%). Três mercados importaram mais de US$ 15 milhões: Vietnã (US$ 16,41 milhões; +71,9%); Chile (US$ 15,66 milhões; +107,5%); e Hong Kong (US$ 15,48 milhões; +15,3%).

Carne de frango

As vendas externas de carne de frango foram de US$ 845,59 milhões (-3,1%). Houve incremento do volume exportado em 7,8%. A China é a principal importadora da carne de frango in natura brasileira, com aquisições de US$ 124,44 milhões (+16,9%).

Outros importadores foram: Emirados Árabes Unidos (US$ 98,58 milhões; +10,2%); Japão (US$ 87,83 milhões; +4,6%); Arábia Saudita (US$ 78,19 milhões; -22,9%); União Europeia (US$ 37,07 milhões; -8,8%); e Coreia do Sul (US$ 33,08 milhões; -23,1%).

Celulose

A celulose foi o principal produto exportado pelo setor, com exportações recordes de US$ 816,54 milhões para o mês (+20,2%). O volume exportado também foi recorde, com 1,79 milhão de toneladas (+6,0%). As exportações de produtos florestais foram de US$ 1,34 bilhão (-4,3%), em julho deste ano.

A China é o principal país importador de celulose brasileira, com US$ 499,91 milhões (+82,8%). Esta cifra representou 61,2% do valor total exportado pelo Brasil do produto.

Outros mercados importadores de celulose: União Europeia (US$ 98,40 milhões; -49,6% e participação de 12,1%) e Estados Unidos (US$ 88,65 milhões; +22,2% e participação de 10,9%).

Recorde no acumulado do ano (janeiro a julho)

De acordo com os analistas da SCRI, de janeiro a julho deste ano, as exportações do agronegócio alcançaram US$ 97,12 bilhões, alta de 3,9%. O crescimento nas vendas de soja em grão para o mercado chinês (+US$ 2,91 bilhões) e argentino (+US$ 1,62 bilhão) foi o que mais influenciou no resultado.

O agronegócio representou metade das exportações totais do Brasil nos sete primeiros meses do ano (50%).

Ministério da Agricultura e Pecuária

Conab: produção de grãos deve crescer 17,4% na safra 2022/2023


A estimativa para a produção de grãos na safra 2022/23 é de 320,1 milhões de toneladas. O montante, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), representa incremento de 17,4% e volume de 47,4 milhões de toneladas a mais que o total colhido no ciclo passado.

Em nota, a Conab destacou que o resultado é reflexo da combinação de ganhos de área e de produtividade das lavouras. “Enquanto a área apresenta alta de 5% em relação à safra 2021/22, chegando a 78,3 milhões de hectares, a produtividade média registra elevação de 11,8%, saindo de 3.656 quilos por hectare para 4.086”. 

Milho 

A colheita do milho segunda safra, segundo a companhia, segue avançando e ultrapassa 64,3% da área plantada. Se confirmado, o volume estimado para a segunda safra ultrapassa 100 milhões de toneladas, maior produção já registrada na série histórica.  

Para a terceira safra, embora existam registros de pontos de estiagem em Alagoas e no nordeste da Bahia, as chuvas regulares de modo geral favorecem o bom desenvolvimento das lavouras. “Com o bom desempenho, a colheita total do cereal está projetada em aproximadamente 130 milhões de toneladas, 16,8 milhões de toneladas a mais do que na temporada passada”. 

Algodão 

A Conab prevê uma produção de 7,4 milhões para o algodão em caroço, o equivalente a 3 milhões de toneladas de pluma. A colheita, iniciada em junho, fechou julho com cerca de 30%, um atraso em relação à safra anterior, quando atingia 49,3%. 

Feijão 

Já o feijão deve ter uma colheita 2,6% superior ao resultado obtido no ciclo 2021/22, estimada em 3,07 milhões de toneladas. Na terceira safra, as condições climáticas, segundo o levantamento, vêm favorecendo o desenvolvimento das lavouras, onde prevalecem os estágios de floração, enchimento de grãos e maturação. 

Soja e arroz 

Produtos da safra de verão, soja e arroz têm produção estimada em 154,6 milhões de toneladas e 10,03 milhões de toneladas, respectivamente. No caso da oleaginosa, os destaques citados pelo balanço são Mato Grosso, maior produtor do grão no país, com 45,6 milhões de toneladas, e Bahia, estado com a maior produtividade – 4.020 quilos por hectare. 

Para o arroz, mesmo com o clima mais favorável, a redução observada na produção se deve ao plantio de área 8,5% inferior. 

Trigo 

Entre os produtos de inverno, o trigo registra crescimento na área plantada de 11,2%, chegando a 3,4 milhões de hectares. Com isso, a produção está estimada em 10,4 milhões de toneladas, volume semelhante ao obtido na safra anterior. 

Por Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil – Brasília

Reunião interministerial discute estratégias para integrar ações entre agricultura e indústria

Vincular o desenvolvimento industrial com a produção agropecuária foi o tema da reunião entre representantes da Casa Civil e dos ministérios da Agricultura e Pecuária (Mapa), do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MCDIC) e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), na sede do Mapa, nesta segunda-feira (7), para discutir as estratégias do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), reestruturado recentemente.

Com foco no desenvolvimento das cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar e nutricional, a ideia do CNDI é unir esforços para que o agricultor brasileiro, independente da sua capacidade produtiva, tenha acesso a maquinário, novas tecnologias, conectividade e a sistemas de logística que permitam agregar valor a seu produto e ampliar os espaços de comercialização obtendo, com isso, mais renda.

Para a secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI) do Mapa, Renata Miranda, esse novo modelo de desenvolvimento da agricultura, que prioriza a sustentabilidade ambiental, precisa fomentar a agregação de valor aos produtos. “Faz-se necessária uma apropriação da biodiversidade brasileira para que possamos transformá-la, a partir da agroindustrialização e de recursos inovadores, em atividade rentável para o agricultor. É fundamental, quando se discute desenvolvimento territorial e de cadeias produtivas, que seja considerada a perspectiva das pessoas que estão nesses territórios, bem como suas necessidades”, completou.

Secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC, Felipe Augusto Machado destaca que a reunião teve papel relevante para acabar com a falsa dicotomia que existe entre agricultura e indústria. “Esses dois setores são bastante importantes para o desenvolvimento econômico, e é fundamental que as políticas públicas dos dois lados sejam integradas”.

Ministério da Agricultura e Pecuária

Cacau: agricultores de SP aumentam produção visando chocolate com maior valor agregado

A produção de cacau no estado de São Paulo vem passando por um processo de fortalecimento e valorização. E com o objetivo de alavancar esse cultivo, o governo paulista, por meio da Secretaria da Agricultura e Abastecimento, realizou nesta semana o Seminário Sobre a Cultura Cacaueira. 

O evento inédito é uma ação do Programa Cacau SP e fruto do trabalho conjunto da pesquisa agropecuária e da extensão rural paulistas, através da Apta Regional, do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), do Instituto Agronômico (IAC) e da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), órgãos ligados à pasta.

O diretor da Apta Regional, Daniel Gomes, afirmou que diversas regiões paulistas têm demandado o desenvolvimento da produção do cacau, o que tem feito com que a secretaria trabalhe com um olhar diferenciado sobre essa cultura. 

“Estamos levando em conta não só o histórico e o potencial da produção cacaueira, mas também a evolução de outras cadeias. O café, por exemplo, deixou de ser commodity e vem se despontando ao longo dos últimos anos por meio do fortalecimento da produção nacional de cafés especiais. E para o cacau temos o mesmo olhar”, afirmou Gomes na abertura do seminário.

O diretor ainda lembrou que a junção com outras culturas “tem sido uma importante frente de ação, como a cultura do látex no oeste paulista”.

Foram temas das palestras e debates as variedades do cacau, as tecnologias para efetividade e produtividade em cacauicultura e o pós-colheita do cacau. Também foram discutidos os sistemas Cacau Cabruca, a qualidade da amêndoa e o processamento do chocolate.

A pesquisadora da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), Neyde Alice Bello Marques, explicou que, para a verticalização do cacau, é necessário ter amêndoas de qualidade para a fabricação de chocolates diferenciados com alto teor de cacau. “O produtor de cacau precisa buscar conhecimento para produzir variedades produtivas, resistentes ou tolerantes a doenças e pragas, e com sabor e aroma efetivo”, disse. 

Ela ainda afirmou que o perfil do consumidor brasileiro está mudando, com a busca de produtos mais saudáveis e o chocolate com alto teor de cacau. “O Brasil tem a oferecer chocolates diferenciados intensos, conhecidos como ‘bean to bar’ (da amêndoa à barra), proporcionando um alimento nutritivo”, completou. Atualmente, o país é o 4º maior consumidor de chocolate no mundo.

O seminário foi realizado na última quarta-feira (26) no Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital/Apta), sob coordenação da Apta Regional e do Ital, órgãos da Secretaria, e da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio (Fundepag).

 O evento contou com a parceria da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) e a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), da Bahia, segundo maior produtor de cacau do Brasil, atrás somente do Pará, de acordo com o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2021.

Além do pesquisador Valdecir Luccas, do Centro de Tecnologia de Cereais e Chocolate (Cereal Chocotec) do Ital, fizeram apresentações e tiraram dúvidas especialistas da Bahia: Milton José da Conceição, extensionista da Ceplac, Dan Eric Lobão, pesquisador da Ceplac e professor da UESC, George Andrade Sodré, docente da UESC, e Neyde Alice Bello Marques, pesquisadora da Ceplac. Participaram da abertura do evento a diretora geral do Ital, Eloísa Garcia, e o diretor presidente da Fundepag, Alvaro Duarte

Do Portal do Governo

28 de julho: data para relembrar a importância do agricultor para a economia do Brasil

Falar dos agricultores é falar da grandeza de homens e mulheres, que todos os dias, faça sol ou chuva, estão no campo, semeando a terra para colher alimentos, contribuindo para segurança alimentar em nosso país. E comemorar o dia 28 de julho é valorizar milhões de brasileiros que trabalham no segmento, que é uma das principais bases da economia do País, gerando renda e emprego, bem como matéria-prima para agroindústrias e setores essenciais como os de energia, combustíveis, têxteis, construção, farmacêutico, cosmético e outros.

Em 1960, quando se estabeleceu o dia 28 de julho como Dia do Agricultor, o então presidente Juscelino Kubitschek considerava o trabalho do agricultor como um dos principais responsáveis pelo crescimento econômico do Brasil. Hoje, em 2023, mais do que nunca, é possível afirmar que os agricultores continuam a ser propulsores do desenvolvimento sustentável, com base no tripé econômico, social e ambiental.

No caso de São Paulo, os números confirmam: somente no primeiro semestre, o agro foi responsável por US$ 10 bilhões de superávit na balança comercial e o agro representa 38% das exportações paulistas.

Ao celebrar a data, a Secretaria de Agricultura reafirma o seu compromisso de 131 anos com os agricultores paulistas, investindo continuamente em pesquisas e extensão rural, visando o desenvolvimento sustentável, com enfoque na transformação de vida das famílias rurais.

Com este foco, o Governo de São Paulo, por meio da SAA, trabalha pela implementação do Programa Agro Paulista + Verde, que contempla os projetos governamentais, com recursos, indicadores e metas para cada área de atuação, incluindo políticas públicas compatíveis com a importância do agronegócio paulista e foco nos pequenos e médios produtores.

“O nosso objetivo é estabelecer bases sólidas para o fortalecimento dos agricultores paulistas, diante das demandas do cenário global nas quais o agro está inserido”, destaca o secretário de Agricultura e Abastecimento, Antonio Junqueira.

Do Portal do Governo

Agricultura familiar é 8ª maior produtora de alimentos do mundo

Se todos os agricultores familiares do Brasil formassem um país, seria o oitavo maior produtor de alimentos do mundo. O dado está no Anuário Estatístico da Agricultura Familiar 2023, divulgado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O documento tem o objetivo de mostrar a participação da agricultura familiar no total da produção agrícola brasileira. Os números são baseados em pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A divulgação do anuário acontece na semana em que se comemora o Dia Internacional da Agricultura Familiar, dia 25 de julho, uma data criada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO/ONU).

O anuário da Contag aponta que a agricultura familiar brasileira é a principal responsável pelo abastecimento do mercado interno, com produtos saudáveis e manejo sustentável dos recursos ambientais.

As propriedades de agricultura familiar somam 3,9 milhões no país, representando 77% de todos os estabelecimentos agrícolas. Já em área ocupada, são 23% do total, o equivalente a 80,8 milhões de hectares. Para se ter uma ideia, isso é quase toda a área do estado do Mato Grosso.

Essas propriedades são responsáveis por 23% do valor bruto da produção agropecuária do país e por 67% das ocupações no campo. São 10,1 milhões de trabalhadores na atividade. Desses, 46,6% estão no Nordeste. Em seguida aparecem o Sudeste (16,5%), Sul (16%), Norte (15,4%) e Centro-Oeste (5,5%).

Na agricultura familiar, tanto a produção de alimentos quanto a gestão da propriedade ficam, predominantemente, a cargo da família.

O presidente da Contag, Aristides Santos, defende que conhecer os números da agricultura familiar é uma forma de desenvolver a atividade. “Além de conhecer e mostrar a importância estratégica do segmento a toda sociedade, reunir esses dados em um anuário também visa contribuir com o debate sobre o papel da agricultura familiar para o desenvolvimento do país. E a busca por valorização e reconhecimentos dos sujeitos que a compõem e suas entidades representativas”, disse.

Além da produção de alimentos em si, outra contribuição das propriedades familiares é funcionar com um “motor” para a economia. De acordo com a Contag, a agricultura familiar responde por 40% da renda da população economicamente ativa de 90% dos municípios com até 20 mil habitantes, que representam 68% do total do país. Ou seja, faz o dinheiro circular nas pequenas cidades do campo, gerando um efeito multiplicador de emprego e mais renda.

Incentivo

No dia 28 de junho, o governo lançou o Plano Safra da Agricultura Familiar 2023/2024, com R$ 71,6 bilhões destinados ao crédito rural no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). O valor é 34% superior ao anunciado na safra passada e o maior da série histórica.

Por Bruno de Freitas Moura – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro

Governo faz ajustes em programas de concessão de crédito rural

O Ministério da Fazenda divulgou nesta segunda-feira (24) mudanças nas operações de crédito voltadas às atividades da agropecuária e agricultura familiar. As mudanças atingem o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e Proagro Mais.

A resolução do Conselho Monetário foi editada pelo Banco Central na última quinta-feira (20), mas foi publicada na edição do Diário Oficial da União de hoje.

Entre as mudanças divulgadas está a proibição de concessão de crédito do Pronamp para aquisição de máquinas e equipamentos que possam ser financiadas pelo Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota). Nesse caso, produtores rurais e cooperativas agrícolas com renda bruta anual de até R$ 45 milhões permanecerão financiando tratores, pulverizadores, semeadeiras, colheitadeiras e equipamentos para beneficiamento agrícola pelo programa instituído pelo Banco Central desde 2002.

Outra mudança, realizada no Manual de Crédito Rural (MCR) foi o estabelecimento de índices mínimos de nacionalização e potência máxima, nesse caso, 80 cavalos-vapor, para tratores e motocultivadores que venham a ser financiados pelo Pronaf, além da dispensa do Credenciamento de Fabricantes Informatizado (CFI) para financiamento de motores de embarcações, o que não ocorre para os demais equipamentos financiáveis.

Também atribui ao Ministério de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) os critérios para enquadramento de empreendimento no Proagro e Proagro Mais, que tenham sistema de produção de base agroecológica, ou em transição. Na regra anterior, essa atribuição era estabelecida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Esses critérios garantem aos empreendimentos que se enquadrem nesse perfil a aplicação da alíquota básica de apenas 2% na participação dos programas.

Por Fabiola Sinimbu – Repórter da Agência Brasil – Brasília

Produção de grãos chegará a 390 milhões de toneladas em 10 anos

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) prevê que a produção de grãos no Brasil chegará, nos próximos dez anos, a aproximadamente 390 milhões de toneladas, o que representa um crescimento superior a 24% – ou 75,5 milhões de toneladas. O resultado será alcançado, em especial, nas lavouras de soja, milho e algodão.

A previsão consta do estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 2022/23 a 2032/33, feito pela Secretaria de Política Agrícola da pasta, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

De acordo com o ministério, esse aumento na produção será obtido a uma taxa de crescimento de 2,4% ao ano. Em termos de área destinada a plantio de grãos, a expectativa é uma expansão dos atuais 77,5 milhões de hectares para 92,3 milhões de hectares em 2032/33”.

Investimentos em pesquisa

O cultivo da soja deverá responder por 78% da expansão da área plantada. Espera-se que, entre 2032 e 2033, sejam colhidas 186,7 milhões de toneladas da oleaginosa. O número representa aumento de 20,6%, na comparação com a produção de 2022/23.

O levantamento alerta que, apesar de as projeções do agronegócio mostrarem um “enorme potencial de crescimento” do setor, será necessário ampliar os investimentos em pesquisa.

“A adição dos 14,7 milhões de hectares à área plantada de grãos poderá vir da conversão de áreas atualmente degradadas, particularmente, oriundas de pastagens extensivas, entre outras possibilidades, que evitem afetar a cobertura vegetal do país”, informou, em nota, o ministério.

Milho e algodão

A exemplo da soja, o milho também deverá ser influenciado por seu uso crescente para a produção de biocombustíveis (biodiesel e etanol de milho). Segundo o levantamento, a produção total estimada deste grão para 2032/33 é de 160 milhões de toneladas: uma alta de 27% na comparação com a produção de 2022/23.

“As exportações e a demanda de milho para a produção de etanol serão duas importantes forças a estimular o cultivo. O milho adquire importância crescente como matéria prima e como alimento”, detalhou, em nota, o Mapa.

O estudo projeta, em dez anos, uma produção de 3,6 milhões de toneladas de algodão em pluma. Isso representará um aumento de 26,8% do produto que atualmente tem, como origem de 90% da produção nacional, Mato Grosso e Bahia.

“Espera-se que o aumento da produtividade seja impulsionado por melhoramento genético, melhores práticas agronômicas, novas tecnologias e agricultura de precisão”, informou o ministério.

Carnes

Com relação à produção de carnes (bovina, suína e frango), a expectativa é uma alta de 6,6 milhões de toneladas entre 2022/23 e 2032/33. Se confirmadas as projeções, o resultado representará aumento de 22,4% na produção, que sairá das atuais 29,6 milhões de toneladas para 36,2 milhões de toneladas.

“As carnes de frango e suínas são as que devem apresentar maiores índices de crescimento nos próximos anos: frango, 28,1% e suína, 23,2%. A produção de carne bovina deve crescer 12,4%, embora o Brasil continue liderando o mercado internacional do produto, suprindo 28,5% do consumo mundial”, detalha o Mapa tendo, por base, expectativas de “esforço de crescimento em infraestrutura” no país, além de “investimento em pesquisa e financiamento para o setor”.

Segundo pesquisa, o aumento da produção nacional de carnes deverá ser pressionada com o crescimento do mercado interno e das exportações. Cerca de 35,5% da produção de carne de frango; e 14,8% da carne suína terão, como destino, o mercado interno. “Embora o Brasil seja um grande exportador para diversos produtos, o consumo interno será relevante”, prevê o Mapa.

“O mercado interno, as exportações e os ganhos de produtividade deverão ser os principais fatores de crescimento na próxima década. Em 2032/33, perto de 33% da produção de soja deve ser destinada ao mercado doméstico, o milho, 65%, e o café quase 43% da produção deve ser consumida internamente”, acrescenta.

Por Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil – Brasília

Agro tem superávit de R$ 8 bi, aumenta exportações e puxa alta do PIB de SP em 2023

O agronegócio paulista registrou, entre janeiro e maio de 2023, superávit de US$ 8 bilhões na balança comercial, segundo dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA), órgão ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Governo de São Paulo. O resultado é 7,3% maior que o alcançado no mesmo período de 2022.

A atual gestão ainda registrou melhora em outros importantes indicadores em 2023. As exportações do agro de SP cresceram mais de 7% de janeiro a maio, se comparadas ao mesmo intervalo do ano passado. Já as importações saltaram 6,3%. Até maio, as exportações do setor corresponderam por 20% do total nacional, e as importações, 30%.

“Muito trabalho e ótimos resultados para o agronegócio paulista”, afirmou o secretário Antonio Junqueira sobre a atuação da pasta nos primeiros seis meses da atual gestão estadual.

Como consequência, o PIB do agronegócio paulista aumentou 0,9% no acumulado de janeiro a abril, contribuindo para o crescimento de 1,5% do PIB estadual, também na comparação ao mesmo período de 2022. O agro só ficou atrás dos serviços, segmento que teve crescimento de 3% no primeiro quadrimestre de 2023. Os dados são da Fundação Seade.

*Foco no pequeno e médio produtor*

No primeiro semestre, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento teve como um dos focos a implementação de políticas públicas para atender às necessidades dos pequenos e médios produtores.

“Um dos grandes desafios que tenho frente à Secretaria é implementar políticas públicas compatíveis com a importância do agronegócio paulista, mas principalmente com demandas que atendam às necessidades dos pequenos produtores”, disse o secretário.

Uma dessas medidas é o programa Rotas Rurais. Desenvolvido em parceria com o Google, ele fornece ao produtor rural o CEP digital de sua propriedade. Já foram mapeados 56 mil quilômetros de vias rurais e mais de 290 mil propriedades foram geolocalizadas. Ao todo, 230 municípios aderiram à iniciativa no primeiro semestre.

O objetivo é facilitar a vida no campo, possibilitando, por exemplo, a entrega e o recebimento de mercadorias e insumos e o envio de viaturas e ambulâncias. “Colocamos milhares de produtores no mapa”, celebrou Junqueira.

O Governo de São Paulo também avançou na análise e validação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), registro que integra as informações ambientais das propriedades e posses rurais. Até o momento, são 386 mil cadastros analisados e mais 20 mil já validados. “Hoje, São Paulo se destaca diante dos demais estados brasileiros, com 96,4% dos imóveis rurais em condições de avançar no processo de regularização ambiental”, destaca Junqueira.

*Seguro e crédito rural*

Para alavancar a produção de pequenas e médias propriedades paulistas, a pasta disponibilizou, em 2023, cerca de R$ 200 milhões em linhas de crédito com taxas de juros de 3% ao ano, as mais baixas do mercado, por meio do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP).

Além disso, em seis meses, o seguro rural do FEAP já gerou mais de 9 mil apólices. Dos 516 contratos emitidos, R$ 84 milhões já foram pagos. Atualmente, outras 693 operações aguardam a liberação de recursos que totalizam mais R$ 67,5 milhões. “Essas ferramentas são de suma importância para aumentar a renda dos pequenos e médios produtores”, avaliou Junqueira.

*Recuperação de estradas rurais*

Entre janeiro e junho, foram concluídas mais de 170 obras de recuperação de estradas rurais no Estado de São Paulo, por meio do programa Melhor Caminho, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. A logística é fundamental para o escoamento do produto do campo até o centro de distribuição nas grandes cidades.

As reformas somam mais de mil quilômetros de estradas recuperadas e R$ 130 milhões em investimentos, principalmente nas regiões de Araçatuba, Bauru, Baixada Santista, Campinas, Central, Franca, Marília, Presidente Prudente, Registro, Ribeirão Preto, Sorocaba, São José dos Campos e São José do Rio Preto.

*Capacitação e geração de renda*

Para incentivar a geração de emprego e renda, o Governo de São Paulo implantou 87 cozinhas industriais em cidades do interior no primeiro semestre, com investimento de R$ 18 milhões.

O projeto Cozinhalimento, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento em parceria com o Fundo Social de São Paulo (FUSSP), promove a instalação de cozinhas profissionais para capacitação de agentes multiplicadores das ações de segurança alimentar e nutricional sustentável. A iniciativa também contempla as prefeituras com cursos profissionalizantes nessas áreas.

O Governo de São Paulo também está reestruturando a defesa agropecuária, capacitando e treinando os fiscais no âmbito da produção artesanal paulista de bebidas e alimentos.

Os critérios e até mesmo a operação da defesa agropecuária estão sendo adequados às necessidades das pequenas propriedades e das pequenas agroindústrias paulistas.

Via Governo do Estado de São Paulo

Agronegócio paulista registra superávit de US$ 10 bilhões no primeiro semestre

O agronegócio de São Paulo registrou sucessivos superávits mensais neste ano e o resultado final do semestre apresentou um excedente de US$ 10,04 bilhões, com crescimento de 6,4% em comparação ao mesmo período de 2022. Foi o que apontou o levantamento de pesquisadores do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado.

As exportações cresceram 6,1% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, alcançando US$ 12,63 bilhões. Os principais países compradores de produtos paulistas foram: China com 26% do total, com destaque para a soja e carne; União Europeia (sucos, sucroalcooleiro e café) e Estados Unidos (sucos e carne). As importações aumentaram 5,3%, totalizando US$ 2,59 bi.

A participação do agronegócio no total exportado pelo Estado foi de 38,1%, enquanto a das importações foi de 7,2%.

Em relação ao agro brasileiro, o comércio exterior de São Paulo representou 15,3% no ano, com alta de 0,3 pontos percentuais (p.p.) ante ao mesmo período de 2022. Já as importações tiveram aumento de 0,8 p.p., passando de 30,3% para 31,1%.

São Paulo se destacou nos grupos de produtos, cuja participação em valores ultrapassa 50% do total nacional: sucos (85,1%), produtos alimentícios diversos (73,6%), demais produtos de origem vegetal (65,2%), complexo sucroalcooleiro (61,8%) e plantas vivas e produtos de floricultura (58,7%).

Exportações

Os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio paulista no acumulado nos seis primeiros meses de 2023 foram:

– complexo sucroalcooleiro, com US$ 3,67 bilhões, e destaque para o açúcar;
– complexo soja, com US$ 2,51 bilhões, e destaque para a soja em grão;
– setor de carnes, com US$ 1,51 bilhão, e destaque para a carne bovina;
– produtos florestais, com US$ 1,31 bilhão, e destaque para celulose e papel;
– grupo de sucos, com US$ 964,37 milhões, e destaque para o suco de laranja.

Com relação aos valores exportados, 2023 registrou grandes variações em comparação a 2022. Os maiores aumentos foram do complexo sucroalcooleiro (+22,6%), sucos (+18,3%) e produtos florestais (+2,4%). De acordo com o estudo, as variações nas receitas do comércio exterior são derivadas das oscilações tanto de preços como de volumes exportados.

A China foi o principal destino das exportações do agro, com US$ 3,29 bilhões, equivalente a 26% de participação. Em segundo lugar ficou a União Europeia, com US$ 1,59 bilhão, 12,6% de participação. Já os Estados Unidos compraram US$1,29 bilhão do agro paulista, com participação de 10,2%.

Importações

Os principais produtos da pauta de importação do agronegócio paulista no primeiro semestre de 2023 foram: salmão (US$ 195,73 milhões), papel (US$ 195,1 milhões) e trigo (US$ 182,81 milhões).

VIA GOVERNO DE SÃO PAULO